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Edição de Sábado: Teorias Conspiratórias não vão embora nunca

O foco apareceu quando se aproximava a madrugada, entre 18 e 19 de julho, no ano de 64. Foi bem perto do Circo Máximo, a primeira chama, portanto a menos de um quilômetro do palácio imperial. A lua estava cheia, o céu límpido, e noites assim na cidade de Roma ainda hoje são tão claras que dá para ver como se fosse dia. Aquela, porém, era ainda uma cidade em grande parte pobre, erguida em madeira, e o vento úmido e constante que calhou de bater foi fazendo as chamas se alastrarem. Roma ardeu por nove dias ininterruptos. E em algum daqueles dias começou a se alastrar lenta, também, não só fogo mas também a história de que o incêndio não era acidente. Que tinha culpado. Que havia sido por ordem do próprio imperador.

Ordem de Nero.

O jovem imperador tinha 26 anos. Havia já ordenado a morte da mãe e da primeira mulher, mas com toda sua crueldade não estava na capital quando o grande incêndio começou. Não tocou sua harpa enquanto assistia o casario pobre arder — e é difícil encontrar, hoje, um historiador que dê credibilidade a uma das mais antigas teorias conspiratórias conhecidas em detalhes. Corriam aqueles que os romanos chamavam dies caniculares, os dias de cão, quando o Sol passa pela constelação de Cão Menor e o verão europeu chega a seu pico de calor. Dias secos e de vento naquela Roma erguida toda em madeira. E não faria sentido, mesmo para um imperador tão cruel, ordenar o início de um fogo assim perto de seu palácio e numa noite tão clara que os incendiários seriam facilmente identificados por todos.

Nos anos seguintes, um vácuo se abriria entre o imperador e a elite romana. Suas exigências de mais e mais dinheiro para a reconstrução da capital e de seu palácio suntuoso gerariam uma crise política que terminaria por tragá-lo. O quinto imperador cometeu suicídio aos 30.

Momentos de crise

Às vezes parece, mas não vivemos, hoje, um tempo em que há mais teorias conspiratórias do que noutros da história. Estamos só mais cientes de que circulam. Há alguns anos, dois cientistas políticos da Universidade de Miami, Joe Parent e Joe Uscinski, se debruçaram sobre cartas dos leitores publicadas pelo New York Times e pelo Chicago Tribune entre 1890 e 2010 — um arco de 120 anos. Cuidadosamente as classificaram para pinçar aquelas cartas que descreviam teorias conspiratórias. Descobriram que não aumentam com tempo, embora flutuem no tempo. Há períodos que as fortalecem e momentos em que ficam mais distantes. Neste arco, por exemplo, há picos curtos mas os anos imediatamente anteriores a 1900 representaram um pico mais alongado. Durante alguns anos ali teorias conspiratórias se instalam na cultura. A virada dos 1940 para os 50 formam o outro de dois picos alongados.

Não é difícil compreender o que aqueles dois períodos têm a ver com este que vivemos. São de crise. Nos EUA, a virada para o século 20 é o ponto mais alto da Segunda Revolução Industrial, quando grandes companhias estavam surgindo, o desenvolvimento tecnológico se acelerava e as estruturas de poder na sociedade mudavam. O fim dos anos 40 e início dos 50 é quando os americanos começam a compreender que tipo de mundo se iniciava no pós-guerra. Um mundo dividido entre seu país e a União Soviética sob o fantasma de um iminente um holocausto nuclear.

Alguns momentos de crise são pontuais, vêm de tragédias. O incêndio de uma cidade inteira. A tentativa com sucesso ou fracasso de assassinar um líder. O ataque terrorista ao coração de um país que se julgava inatacável. Outros são mais alongados. São estes em que a base da economia está em transformação. Literalmente o jeito de fazer dinheiro está mudando. Ou então há variações nas estruturas de poder da sociedade. A ascensão de novos grupos. As normas que regem as relações humanas se movem. Ou, ainda, todos e simultâneos. Mas, seja como for, a ordem das coisas se mexe e enquanto há movimento não está claro como vai terminar. O mundo vai se reassentar, se reorganizar, só que até lá é pura ansiedade.

Ninguém sabe como será o futuro e insegurança com o futuro move pessoas como poucos outros combustíveis.

Há ciência por trás de teorias conspiratórias, e não só ciência social. Também biologia. Uma das reações orgânicas à ansiedade é aumento da atividade cognitiva. Quando estamos ansiosos, o cérebro acelera. Fica mais atuante. Mais esperto e atento. Dentre as características de funcionamento do cérebro humano está a de que ele é biologicamente treinado para buscar padrões que se repetem e fazer conexões entre estes padrões. Quer entender. Se folhas se mexem é porque um bicho pode vir dali. Se a sombra lentamente gira ao longo do dia é porque ou a Terra, ou o Sol, há de estar girando. Quando mapeamos padrões que se repetem sem falhar, nos tranquilizamos. Encontramos no mundo sua lógica. Encontramos previsibilidade e temos sensação de controle. Este cérebro nos permitiu aprender a plantar, inventar maquinário de toda sorte, conhecer o Universo.

Assim, se estamos ansiosos, o cérebro acelera. Busca naquilo que causa nossa ansiedade seus padrões. Quer compreender o fenômeno que tornou o ambiente inseguro. Quando o fenômeno é compreendido, o mundo volta a se tornar previsível. E, portanto, a sensação de segurança retorna.

Teorias conspiratórias são efeito do encontro de dois bugs na programação do cérebro humano. Um é este. A ansiedade perante um mundo que se tornou incerto torna ativa a cognição. Ela busca um padrão. Encontra — tranquiliza. Funciona mesmo que o padrão seja ilusório. O segundo bug é que esta ilusão é alimentada por outra característica fundamentalmente humana. Somos bichos sociais e buscamos nossa tribo. Tempos de crise são aqueles em que é a tribo, o grupo a que pertencemos, que está ameaçado como conjunto. A teoria conspiratória reforça os elos de identidade comum do grupo quando, em comunhão, todos compartilham de sua crença nela. Ao mesmo tempo em que fornece uma explicação para a própria ameaça. Satisfaz, simultaneamente, a duas necessidades humanas.

É como a criação de uma mitologia contemporânea.

Mitologia moderna

Mitologia mesmo porque vários elementos se repetem continuadamente. Na história política americana, a primeira teoria conspiratória detalhada circulou na eleição de 1800. Thomas Jefferson, que terminou eleito, era acusado de pertencer a um grupo chamado Illuminati que, formado por gente ligada à ciência, pretendia abolir a religião no país. Não só os Illuminati aparecem até hoje em histórias do tipo como, na cultura política de democracias, este elemento de um grupo secreto que ameaça à religião é constante nas narrativas que circulam.

Não é à toa. Uma das transformações sociais que geram mais ansiedade é justamente este da secularização que acompanha o processo de modernidade. Nas bordas, comunidades religiosas reagem com desconforto e paranoia. Ao não compreender como mais e mais pessoas se descolam de um cotidiano banhado por religião, atribui-se à ação metódica de um coletivo que tem um projeto.

O coletivo secreto que tem um projeto é também presença constante. Pode vir do governo ou ter poder sobre os governos. Nero deseja reconstruir Roma, então incendeia a cidade. Os Illuminati querem um país sem cristãos, então plantam um candidato que conquistará o objetivo. Os judeus por controlarem as finanças do mundo impõem derrotas militares ao povo alemão. Os chineses têm o objetivo de derrubar a economia ocidental então soltam um vírus fabricado para o qual só eles têm a cura.

Por trás de cada uma destas narrativas há sempre a ideia forte de que o grupo que passa por um momento de fraqueza não seria fraco se não fosse a atuação externa de uma força organizada. De um inimigo extraordinário. Roma não pode lamber em chamas. Não é possível que tantos deixem de ser religiosos. Não pode a Alemanha perder uma guerra. De onde surgiu esta China capaz de enfrentar o Ocidente tecnologicamente. Era um país que fabricava bugigangas.

Pois outro elemento também comum a teorias conspiratórias é a ameaça a crianças — comunistas que comem criancinhas, bruxas que extraem partes de seus corpos, pedófilos do QAnon ou a interferência na sexualidade infantil através das escolas públicas pelo ‘marxismo cultural’. A ameaça a crianças reforça a ideia da crueldade do oponente, o desumaniza. Ao mesmo tempo, põe o núcleo familiar como o mais ameaçado pela conspiração, reforçando a urgência. Teorias conspiratórias precisam ser urgentes se querem viralizar, se espalhar pela sociedade e conquistar um número grande de adeptos.

E, assim, teorias conspiratórias lidam com uma constante contradição em seu núcleo. O inimigo é sempre formidável, é sempre extrapoderoso e organizado de forma sobre-humana. Mas é também sempre menor, sempre mais fraco, sempre derrotável. E porque reforçam a identidade de grupos e servem essencialmente para dirimir ansiedades com o mundo que se move com rapidez, teorias conspiratórias não vão embora.

São parte inevitável da cultura. Uma constante em momentos como este que vivemos.

Por Pedro Doria

Grammy e o seu problema de diversidade

Mais um ano e as polêmicas ao redor do Grammy não cessaram. Como outras grandes premiações, como Oscar e Emmy, o maior prêmio da música tem sido pressionado nos últimos anos para diversificar suas nomeações. Mas o problema do Grammy parece ser maior do que os outros: tem perdido credibilidade não só com os fãs, mas também com os artistas.

“Acho que deveríamos parar de nos chocar todo ano pela desconexão entre as músicas que impactaram e esses prêmios, e apenas aceitar que, o que uma vez foi a maior forma de reconhecimento, talvez não tenha mais importância para os artistas de agora e os que virão depois”, escreveu Drake, um dos nomes de mais sucesso atualmente. O rapper junto com outros, como Elton John, criticaram a falta de nomeação este ano para The Weeknd, que foi aclamado pela crítica e pelo público com seu último álbum After Hours. Outros artistas populares, como o grupo de k-pop BTS e o colombiano J Balvin, receberam apenas uma indicação.

The Weeknd culpou a corrupção dentro da Academia. A crítica vai na linha das denúncias feitas ano passado pela ex-presidente do prêmio. Deborah Dugan revelou que membros do conselho indicariam artistas com quem têm conexão ou interesse pra impulsionar músicas nas rádios e streaming. Também acusou de que dificilmente artistas do R&B e Rap (predominantemente negros) acabam saindo vencedores das principais categorias da premiação: Álbum do Ano, Gravação do Ano, Música do Ano e Melhor Novo Artista. Esse problema, aliás, já começou a ser notado por artistas. Este ano, Justin Bieber reclamou que foi indicado na categoria pop e não na de R&B, como seria o seu álbum. “É uma pena que sempre que nós — e quero dizer caras que se parecem comigo — fazemos algo que altere o gênero ou seja qualquer coisa diferente, eles sempre colocam em uma categoria de rap ou urbano”, disse Tyler, the Creator depois de levar ano passado o prêmio de Melhor Álbum de Rap. “Eu não gosto dessa palavra ‘urbano’ — é apenas uma maneira politicamente correta de dizer a palavra n*** para mim”. Como forma de protesto, Jay Z, Drake e Childish Gambino já deixaram de comparecer à premiação, mesmo indicados.

Os números durante os mais de 60 anos do Grammy corroboram. Ray Charles não ganhou nas grandes categorias até 2005, com seu último álbum póstumo. Aretha Franklin, que ganhou 18 Grammys, nunca foi indicada para as quatro principais. Em 2017, nem Adele acreditou quando levou o Melhor Álbum do Ano, em vez de Beyoncé com o Lemonade.

O problema de gênero também é presente. E ficou aparente em 2018 quando apenas uma mulher recebeu um dos principais prêmios e o então executivo-chefe da Academia, Neil Portnow, comentou que as mulheres na música deveriam “dar um passo à frente” se quisessem ganhar reconhecimento. Choveram críticas, claro. Portnow foi substituído e a Academia prometeu dobrar, até 2025, o seu número de mulheres que votam para os indicados. Até o início de 2020, representavam apenas 26% dos membros e 25% eram de comunidades étnicas/raciais sub-representadas.

A inclusão de mais mulheres e pessoas não brancas já deram alguns resultados. Beyoncé foi a artista mais nomeada este ano, com nove indicações, incluindo pra Gravação do Ano e Música do Ano. Os campeões das paradas de hip-hop Doja Cat, Megan Thee Stallion, DaBaby e Roddy Ricch foram reconhecidos com Gravação do Ano. E pela primeira vez, a categoria de Melhor Performance de Rock só tem mulheres.

Mas para o jornalista Paul Grein o grande problema ainda está na falta de transparência no processo de indicação. As nomeações são formadas por vários comitês — para as categorias principais e algumas categorias específicas de gênero — cuja composição permanece secreta. O que se sabe é que o comitê analisa listas das 20 mais votadas pelos membros da Academia pra selecionar os indicados. Mas eles efetivamente têm poder de anulação e podem escolher a dedo. Esse processo foi instaurado em 1995, após no ano anterior as nomeações deixarem de fora álbuns populares na época, como II do Boyz II Men, Vs. do Pearl Jam, The Division Bell do Pink Floyd e Doggystyle do Snoop Dogg. Mas o histórico tem mostrado que esse sistema já envelheceu novamente. Durante a década de 2010, uma era em que o hip-hop teve influência dominante, apenas um artista não branco, Bruno Mars, ganhou o Grammy de Álbum do Ano, ainda no lugar de Damn do rapper Kendrick Lamar, que levou o Pulitzer, mas não o Grammy. O dilema da Academia parece ser: ou muda ou corre o risco de perder sua relevância na indústria.

Por Érica Carnevalli

William Blake e suas iluminuras

William Blake se tornou pop por conta da frase usada por Aldous Huxley no livro que inspirou o nome da banda The Doors. Mas Blake é daquelas figuras, que aparecem de tempos em tempos, que podemos chamar de gênios. Como poeta é considerado o grande progenitor do romantismo inglês. Mas também ilustrava seus livros, que ele próprio imprimia em sua oficina. Na juventude, no século 18, Blake foi aprendiz de um famoso impressor em Londres, onde aprendeu o ofício. Mas quando partiu em carreira própria, desenvolveu um método inovador de impressão. Usava uma tinta para proteger a chapa do ácido e, com ela, escrevia as letras espelhadas no chumbo em que desenhava. A inovação permitiu a Blake unir em uma mesma página texto e desenho. Coloria depois cada cópia individualmente com aquarela. Verdadeiras obras de arte.

As tiragens não eram grandes. Muitas vezes não passavam de 50. Diversas sobreviveram até hoje e de tempos em tempos aparecem em exposições. Mas o William Blake Archive disponibiliza cópias digitais de algumas. Vale a pena gastar um tempo admirando o cuidado e a beleza de cada página. Vale comparar, por exemplo, as pinturas das capas das diferentes cópias das Canções de Inocência e de Experiência. Ou achar a página com a famosa frase sobre as portas abertas da percepção, ainda no começo do Casamento do Céu e do Inferno. Blake ilustrou também diversas obras de John Milton, como o Paraíso Perdido. Milton morreu quase cem anos antes de seu nascimento, mas o estilo épico religioso influenciou de forma fundamental sua poesia.

Apesar da temática religiosa, Blake, como alguém que cresceu durante o Iluminismo, desconfiava da monarquia e de religiões organizadas. Defendia liberdade sexual, tema que aborda em seu Visões das filhas de Albion. Mas talvez uma pequena história ilustre melhor sua personalidade. Certo dia, um amigo chamado Thomas Butts chegava para uma visita e se surpreendeu ao encontrar, no jardim, o poeta junto com sua mulher. Totalmente pelados. Recitando os versos de Paraíso Perdido de Milton. Ao ver o amigo, Blake o chamou. — Venha, somos apenas Adão e Eva.

Veja: Michael Phillips, um artista que recria livros usando as mesmas técnicas de Blake, explica como é o processo.

Leia: Se a caligrafia antiquada dificulta a leitura, as obras de Blake estão disponíveis de graça no Projeto Gutenberg.

E para quem gosta de livro, existe uma edição com as cópias completas das iluminuras de Blake. Pode até ser um presente luxuoso para um natal socialmente distante.

Por Vitor Conceição

E os mais clicados que mostram uma semana um tanto eclética:

1. Youtube: 5 gols absurdamente geniais de Diego Maradona.

2. O Globo: Bolsonaro compartilha curta de animação e é criticado.

3. Guardian: Helicóptero encontra um estranho monolito no deserto de Utah.

4. Youtube: O clipe original que mostra que o gigante do vídeo de Bolsonaro, que supostamente protegia a aldeia, era na verdade o vilão.

5. El País: O primeiro veículo com pernas do mundo.

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‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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