Edição de Sábado: Renda Básica Universal é o futuro?

Na virada dos anos 1920 para 30, a Grande Depressão era causa de grande angústia para uma trupe de intelectuais e artistas britânicos que, informalmente, se tornou conhecida como grupo de Bloomsbury por conta da vizinhança londrina em que todos moravam. De mais próximos a mais distantes, faziam parte do conjunto a escritora Virginia Woolf, o filósofo Bertrand Russel, o economista John Maynard Keynes. Educados nas melhores universidades do país, muitos criados na aristocracia, todos brilhantes, cultivavam uma excentricidade comum e criam que havia um prazer profundo e fundamental a se aproveitar no convívio com as artes. Eram pacifistas, experimentavam sexualmente, todos feministas, antiautoritários, engajados num constante debate intelectual. Ideias, mesmo que muito ousadas, mereciam cuidadoso escrutínio. Eram burgueses. Gostavam da boa vida, e se dedicavam a aproveitar esta vida. Pois a Grande Depressão ameaçava seu mundo ao espalhar pobreza e desespero, incitando movimentos radicais como Comunismo e Fascismo. Aquele mundo vitoriano no qual haviam sido criados não existia mais, apagado pelos refugos da Primeira Guerra, soterrado por uma crise econômica como nunca antes vista, destroçado pelo surgimento de governos autoritários. Foi neste ambiente que Russel e Keynes, um sem saber do outro, começaram a brincar com a ideia de uma renda básica universal.

Em 1932, Russell publicou na revista americana Harper’s um artigo que já provocava no título: Um Elogio ao Ócio. Descolando-se da dura realidade econômica daquela década, mirando o futuro, ele questionava uma ética que valoriza excessivamente o trabalho. Não paramos de trabalhar. E assim, conforme avanços tecnológicos tornam fábricas mais e mais eficientes, ao invés de transformar esta eficiência em tempo livre a convertemos em desperdício enquanto diminuímos a necessidade de trabalhadores. A quantidade de produtos que são comprados e despejados após pouco uso aumenta. Poderíamos ter usado a tecnologia para construir uma sociedade em que trabalhamos menos horas por semana. Ao invés, produzimos mais do que precisamos e jogamos muito fora. Geramos um redemoinho que concentra renda. Ele não descrevia um problema moral e sim uma escolha econômica. Uma escolha que fazia uns trabalharem demais e gerava o desemprego de outros. E, quase cem anos depois, estamos batendo no limite daquilo que o filósofo descreveu.

Seu amigo John Maynard Keynes era um economista liberal que, perante o caos da Depressão, se pôs a repensar modelos econômicos. A um ponto, já prevendo que uma guerra estava por vir, se dedicou a estender pontes com a esquerda, com quem pensava economia no Partido Trabalhista, para fechar um acordo que permitisse ao Reino Unido juntar reservas para o conflito iminente. Keynes considerava que os trabalhistas encaravam a questão dos operários pelo ângulo errado. No limite, a luta de sindicatos por salários mais altos podia comprometer a capacidade das fábricas do país de serem competitivas internacionalmente. Como podia levar a demissões. O ponto de equilíbrio do valor do salário para eficiência econômica era sutil. O problema da dignidade de vida para os trabalhadores, ele considerava, poderia ser mais bem resolvido com políticas de Estado. Saúde e educação públicas de qualidade, subsídio para moradia, benefícios diversos. A um ponto, um ex-aluno ligado à esquerda lhe propôs a ideia de uma renda básica universal. Um valor pago a todo cidadão mensalmente. “Há muito tempo tenho algo do tipo em mente”, ele comentou. “No momento certo, não vejo por que seria politicamente impossível. Certamente teria lugar em qualquer programa político utópico.”

Este futuro utópico que Keynes imaginava passa pelo dilema de Russell. O economista acreditava que os ganhos de eficiência diminuiriam a necessidade de trabalho enquanto aumentariam a produção de riqueza. Não previu, claro, o esgotamento do planeta. Tampouco levou em consideração a ética que põe o valor da vida na quantidade de trabalho que se produz.

Mas o problema com o qual lidavam nos anos 1920 ganhou outra escala um século depois. O principal motivo é que os avanços de automação produzidos pela revolução digital tornaram trabalho desnecessário com uma velocidade e numa escala nunca vistos. O problema tende a se agravar pois vai além da uberização. Se Uber paga mal, com a entrada dos carros autônomos sequer o trabalho mal pago existirá. E o problema não é o Uber ou o transporte. O mesmo processo está se dando em todas as indústrias. Ganhos de eficiência levam a maior produção de riqueza e menor necessidade de trabalho humano.

A pandemia levou inúmeros países a experimentar com renda básica, ainda que por um período curto. No Brasil, de acordo com um estudo coordenado pelo professor Marcelo Neri, o auxílio emergencial de emergência tirou mais de 13 milhões de brasileiros da pobreza. O impacto imediato foi maior do que o produzido pela estabilização monetária imediatamente após o Plano Cruzado, em 1986, e a do Real, em 1994.

O problema é que o auxílio, no valor de R$ 600, não é sustentável na atual arquitetura econômica.

Se Keynes representa a ‘esquerda’ do pensamento econômico liberal, também à ‘direita’ há defesa. Milton Friedman, que tornou-se o principal crítico do keynesianismo na segunda metade do século 20, defendia um Estado o menor possível e considerava que o aparato burocrático para distribuir benefícios sociais era, em grande parte, um desperdício. A alternativa que ele propunha era de uma renda mínima atrelada ao imposto de renda de pessoa física. Famílias que recebessem menos de um determinado valor, ao invés de pagarem imposto, receberiam de volta um quinhão. Friedman acreditava que dinheiro na mão das pessoas, para que fizessem o que desejassem, era mais eficiente do que o Estado tomando a decisão a respeito de que serviços oferecer.

Duas visões distintas — em uma, de Keynes, a renda básica complementaria benefícios do Estado. Na outra, de Friedman, os substituiria.

Desde 1982, o governo do Alaska paga anualmente um valor a todos seus cidadãos. Não é alto, mas é suficiente para algumas avaliações. Um estudo da Universidade de Chicago concluiu que não houve qualquer efeito sobre o nível de emprego da população quando comparado ao resto dos EUA. Ou seja: o fato de que todos ganham um dinheiro do governo não fez com que as pessoas parassem de trabalhar. Mas houve um aumento ligeiro no número dos que trabalham parte do tempo. É discreto, 1,8%, mas é real. Como é um dos poucos locais do mundo onde dá para estudar na prática o efeito de um pagamento continuado e a longo prazo, o resultado é importante. Renda mínima não faz as pessoas trabalharem menos.

Em verdade, o que os estudos demonstram é que Betrand Russell, assim como o grupo de Bloomsbury em geral, tinha uma pista importante em seu elogio ao ócio, e não porque as pessoas parariam de trabalhar. Mas porque o prazer na vida faz diferença econômica. Uma pesquisa do Gallup, feita mundialmente, revelou que apenas 13% das pessoas empregadas se dedicam com prazer ao trabalho. O mesmo estudo afirma que, nos EUA, 70% dos trabalhadores ou são indiferentes ou simplesmente não gostam do que fazem para ganhar dinheiro em troca de sustento. E esta má relação com o que se faz custa dinheiro: lá, US$ 500 bilhões ao ano por perda de produtividade.

O que renda básica universal traz para o tabuleiro não é propriamente ócio, mas escolha. É prazer e, dele, uma economia melhor. Além de alguma dignidade mais. Pessoas podem escolher não pegar empregos dos quais não gostam. Têm, igualmente, mais poder para negociar menos horas ou mais dinheiro. Deixam vagas abertas para quem antes estava desempregado. Quando quem não quer trabalhar deixa o mercado, quem quer mas precisa de algo que inspire tem mais espaço de escolha, e as opções de trabalho por meio período se ampliam, a produtividade total da economia aumenta. Renda básica universal faz isso.

Pelas contas do Fórum Econômico Mundial, pagar mil dólares por mês a todo americano não custaria o valor multiplicado pelo número de cidadãos. Sairia por 30% disso, ou aproximadamente US$ 900 bilhões ao ano. O motivo é simples: as pessoas não deixam de pagar impostos. A maioria receberia o valor mas pagaria de volta um bom naco, muitos até mais. Só em abatimento de impostos concedidos no governo Donald Trump a soma chega a US$ 1,5 trilhão, e foram concentrados com os mais ricos.

Ou seja: a ideia de uma renda básica universal é apoiada pela esquerda — seu principal proponente, no Brasil, há anos é o vereador paulista Eduardo Suplicy. É apoiada por liberais keynesianos. E por liberais friedmanianos. É defendida arduamente pelo Fórum Econômico Mundial. Se era discutida com ares de utopia há um século, hoje no seu entorno cresce convicção. Ela é viável. Mas é também uma mudança de política econômica radical. Exige redesenhar programas sociais e o regime tributário. Exige da esquerda que repense o que espera de direitos trabalhistas. Exige, da direita, que questione dogmas como o de que cobrar menos impostos dos mais ricos geram crescimento econômico. Porque será preciso sobretaxar de um lado, e repensara relação trabalhador-empregador do outro.

O Vale do Silício defende — até porque sabe que a tecnologia que sua indústria cria vai exigir algo do tipo. Deve ir a plenário no Congresso da Califórnia agora, em 2021, um projeto de lei que pretende pagar a todo cidadão com mais de 18 anos mil dólares por mês desde que ele ganhe até duas vezes a renda média de seu condado.

Sim. Duas vezes.

Por Pedro Doria

Como energias renováveis se tornaram baratas

Um dos principais desafios que ouvimos quando falamos de energias renováveis é que o alto custo faz delas pouco competitivas perante fontes de energia fósseis. Mas, nos últimos dez anos, o custo de energias renováveis despencou. Em em muitos casos já são mais baratas do que petróleo, carvão e gás. Isso é o que mostra estudo do economista e filósofo Max Roser, fundador do Our World in Data, um projeto da Universidade de Oxford cujo objetivo é organizar e publicar bases de dados que mostrem tendências de longo prazo para o mundo. Em artigo recheado de gráficos e publicado essa semana, Roser mostra a evolução do custo das renováveis entre 2009 e 2019 em comparação com as principais fontes de energia fóssil.

Hoje, 79% da energia é gerada com base em fontes de energia fóssil. Se queremos atacar o problema das mudanças climáticas, é preciso migrarmos para fontes renováveis. Só como comparação, a poluição ambiental mata cerca de 3,6 milhões de pessoas no mundo por ano. É mais do que o dobro do que a Covid-19 matou até agora esse ano. A boa notícia é que os ganhos de eficiência gerados pelo aumento da capacidade de geração de energia renovável estão sendo beneficiados por um ciclo virtuoso. À medida que aumenta a capacidade instalada, o custo da energia solar e eólica está caindo de forma acelerada. Não muito diferente do efeito da que vimos nas últimas décadas da Lei de Moore no custo de computadores.

O cálculo é feito usando uma métrica chamada de Custo Nivelado de Energia (LCOE na sigla em inglês). Este valor final inclui tanto o de construção de uma nova usina, como os de manutenção e do gasto de combustível para a geração de eletricidade. É a principal métrica usada por empresas de energia na hora de tomar decisões sobre novos investimentos. O LCOE é o custo mínimo que a empresa precisa vender sua energia para não ter prejuízo na operação. O maior impacto é na energia solar. O primeiro painel fotovoltaico foi criado por volta de 1956. Atualizando pela inflação, o custo de geração de 1 watt de energia solar saía por US$ 1.865. Hoje, um MWh de energia solar (ou seja, um milhão de watts por hora) custa cerca de US$ 40 para ser produzido. Em 2009, 1 MWh de energia solar custava US$ 359 dólares. Ou seja, em uma década o custo de produção de energia solar caiu 89%. Já o custo de produção de energia à gás caiu de US$ 83 em 2009 para US$ 56 por MWh em 2019. Outra energia que teve o custo reduzido de forma acelerada foi a eólica. Campos terrestres que transformam vento em eletricidade tiveram uma redução de custo de US$ 135 por MWh em 2009 para US$ 41 MWh em 2019. Já campos eólicos offshore (no mar) ainda são mais caros. Enquanto isso, o custo de energia nuclear, outra fonte não fóssil de energia, subiu de US$ 123 MWh em 2009 para US$ 155 MWh em 2019. Foi puxado especialmente pelos Estados Unidos e Reino Unido, que tiveram aumento na complexidade regulatória para reduzir riscos de acidentes.

Ainda faltam muitos anos para o mundo terminar essa transição, mas estamos avançando de forma acelerada. A capacidade instalada de geração de eletricidade solar e eólica já é maior do que a de energia nuclear. Mas a capacidade instalada de geração à gás ainda é mais do que quatro vezes maior do que a que temos tanto em solar, como em eólica.

Por Vitor Conceição

Sex Bots desafiam especialistas em comportamento e tecnologia

Golpe publicitário, patologia ou pioneirismo numa tendência, especialmente em tempos de isolamento? As explicações são muitas, mas o fato é que a internet parou para acompanhar o casamento do fisiculturista cazaque Yurii Tolochko e sua namorada Margô. Noivo de smoking, noiva num vestido decotado branco, dezenas de convidados, tudo dentro do modelo mais tradicional. Não fosse por um detalhe. Margô é um robô sexual hiper-realista. Yurii diz que a “resgatou de uma boate” dois anos atrás e que os dois vivem um relacionamento perfeito. Pansexual e adepto do sadomasoquismo, ele conta que a esposa sintética topa coisas que nenhuma pessoa biológica toparia.

Pode parecer só uma bizarria das redes sociais, mas a história de Yurii traz para os holofotes um tema que preocupa e divide especialistas em comportamento e tecnologia em todo o mundo: o crescente mercado brinquedos sexuais cada vez mais realistas e seu impacto sobre a relações humanas. De um lado, temos uma indústria que movimenta anualmente cerca de US$ 30 bilhões (quase R$ 155 bilhões) e, segundo seus defensores, permite satisfação sexual a pessoas com dificuldade de estabelecer relacionamentos, agravadas pelo distanciamento social imposto pela pandemia. De outro, a preocupação com distanciamento das relações humanas, da objetificação da mulher e da normalização de comportamentos como violência sexual e pedofilia.

Androides sexuais são um tema da ficção científica desde seus primórdios, de Metrópolis (1927) à série russa Better Than Us (2018). Mas já saíram dos filmes e livros e ganharam a vida real. Como acontece com todas as tecnologias, não desaparecem por não gostarmos delas. Apesar disso, no início deste ano, Kathleen Richardson, professora de Ética e Cultura de Robôs e Inteligência Artificial na Universidade De Monfort, no Reino Unido, defendeu o banimento do comércio de robôs sexuais. Segundo ela, o relacionamento humano é baseado em intimidade, conexão e reciprocidade, algo impossível de ser obtido com uma máquina. “Se alguém tem um problema de relacionamento em sua vida real, deve lidar com ele junto de outras pessoas, não normalizar a ideia de que você vai ter um robô em sua vida, e ele será tão bom quanto um ser humano”, diz a especialista, lembrando que, como a maioria dos modelos no mercado é feminino, a indústria ainda reforça a ideia da mulher como um objeto.

A doutora Christine Hendren, da Universidade Duke, aponta para aspectos ainda mais preocupantes. Em palestra na Associação Americana para o Progresso da Ciência este ano, ela chamou a atenção para o fato de robôs serem programados para simular reações a um estupro ou desenhados para parecerem crianças. Os defensores da indústria dizem que essas máquinas evitam que estupradores e pedófilos exerçam violência contra pessoas, reais, mas, para Hendren, elas normalizam comportamentos patológicos ou sociopáticos que deveriam ser tratados”.

Mesmo sem defender abertamente os robôs sexuais, o psicólogo David Wahl diz que eles estão aqui para ficar, e já não são simplesmente brinquedos eróticos. Os modelos mais sofisticados, que chegam a custar US$ 10 mil (R$ 51,5 mil), contam com inteligência artificial que permite conversar sobre os mais diversos assuntos e mesmo travar em situações que simulam violência sexual. Como em todas as novas tecnologias, lembra o especialista, há uma longa relação de prós e contras.

Além da satisfação sexual, robôs com IA suficiente podem garantir companhia, em especial durante um período de isolamento, diz Wahl, além de não oferecerem riscos de DST. As máquinas podem ainda permitir a casais ampliar seus horizontes sexuais sem o envolvimento emocional com terceiros. Na outra ponta da argumentação, Wahl lembra que, além dos aspectos psicológicos, há questionamento morais sobre o sexo com máquinas. Uma pessoa com predisposição à agressão, diz ele, pode não canalizar e sim exacerbar sua tendência ao agredir um robô que se parece com uma mulher. Finalmente, o sexo com máquinas pode criar expectativas irreais que terão impacto negativo quando o usuário tiver experiências sexuais com pessoas de verdade.

Por Leonardo Pimentel

Plataformas digitais impulsionam retorno de clássicos

Mesmo em um ano como 2020, algo continua certo nesta época de festas: o hit All I Want For Christmas is You volta às paradas musicais. É considerada uma das canções mais populares de todos os tempos e gera mais de US$ 60 milhões em royalties pra Mariah Carey. Mas este ano sua popularidade está ainda maior: entre 24 e 30 de novembro, atingiu um milhão de streams no Spotify dos EUA — a frente dos números registrados no mesmo período nos dois anos anteriores. O maior retorno desse clássico não é algo isolado ou restrito a uma época do ano. Os fãs — e as gravadoras — têm mostrado que não se importam mais se uma música é “nova”. E as plataformas digitais têm ajudado nessa nova tendência.

Segundo a Nielsen, canções antigas são a maior área de crescimento dos streaming. Todas as maiores plataformas, como Spotify, YouTube, Apple e Amazon têm uma área responsável apenas pra promover músicas catálogo. Ou seja, que foram lançadas há mais de 18 meses. As gravadoras já têm visto resultado nessa volta. Na Universal Music Group, a maior gravadora do mundo, esse tipo de música contribuiu com 57% de sua receita digital global em 2019, contra 54% no ano anterior.

Os artistas jovens também estão aproveitando essa tendência. A ILY (I Love You Baby) (Spotify), tem a letra retirada do hit de Frankie Valli de 1967, Can't Take My Eyes Off You, e ficou entre as mais tocadas no Spotify.

Um dos responsáveis por essa onda retrô é a própria geração mais velha. Cerca de 60% dos novos assinantes de streaming de música no Reino Unido nos 12 meses até o final de fevereiro deste ano, por exemplo, tinham mais de 45 anos. Tendência semelhante também acontece nos EUA. Mas eles não estão sozinhos. A geração que já nasceu no digital também tem uma parcela de culpa. O TikTok tem se mostrado um forte aliado pra reviver hits antigos. Mais de quatro décadas após seu lançamento, Dreams do Fleetwood Mac, ficou entre as mais tocadas da Billboard depois de um vídeo viral na plataforma. (YouTube).

O TikTok também tem ajudado a criar hits que foram lançados já algum tempo, mas que passaram desapercebidos na época. Depois de ser usada em um desafio viral no app, Truth Hurts (YouTube), da cantora e rapper Lizzo, por exemplo, chegou ao primeiro lugar da Billboard em 2019, dois anos após o lançamento original. Assim, a artista lançou novamente a música no seu álbum Cuz I Love You e ganhou o Grammy na categoria Melhor Performance Solo de Pop do ano passado.

Como as gravadoras, o TikTok também tem aproveitado essa tendência e tem diversificado o seu público. A plataforma ampliou ainda mais o alcance da música Dreams no app, por exemplo, destacando-a em sua seção musical. Isso levou os artistas Mick Fleetwood e Stevie Nicks criarem suas próprias contas e postarem vídeos, que ainda acabaram em um anúncio do TikTok.

Essa nostalgia não é só nas músicas. As plataformas de streaming de séries e filmes também já perceberam que não adianta apenas conteúdo original. A HBO supostamente gastou US$ 425 milhões pra conseguir os direitos de Friends. E não é por menos. Em 2018, os shows mais populares no streaming foram The Office, Friends e Grey’s Anatomy. O primeiro título original na lista era Orange Is the New Black, da Netflix, que ficou em sétimo lugar, segundo a AdWeek. A Apple mudou a sua estratégia e agora está procurando adquirir filmes e programas mais antigos pra conseguir competir com suas concorrentes. A big tech gastou uma grana em conteúdo original, mas percebeu que apenas metade dos seus 10 milhões de assinantes ainda usava ativamente o serviço.

A crise atual também é propensa pra esse retorno ao antigo. Pesquisas de psicologia apontam que é normal procurar o já conhecido, seja filmes, músicas ou até mesmo hobbies antigos, como mecanismo pra lidar com o estresse e a ansiedade. Um exemplo é a The Sopranos, que acabou há 13 anos. Desde o início da pandemia, o streaming da série aumentou em 179% no HBO Now.

Então… Uma playlist do Spotify personalizada de acordo com os hits antigos favoritos do usuário. Ouça.

Mais duas playlists com clássicos da música. Escute aqui e aqui.

E uma lista de clássicos do cinema e da televisão disponíveis na Netflix. E em outras plataformas de streaming.

Por Érica Carnevalli

E fechando com os mais clicados dessa semana:

1. Giphy: As gifs mais compartilhadas em 2020.

2. Facebook: O bizarro pronunciamento de Trump alegando fraude na eleição.

3. Youtube: O primeiro vôo de teste bem sucedido do Toyota Skydrive, carro voador da montadora.

4. Youtube: David Prowse atuando como Darth Vader, com sua voz original, antes da dublagem por James Earl Jones.

5. CNN: E o obituário de David Prowse, ator que interpretou Darth Vader na trilogia de Guerra nas Estrelas.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.

Se você já é assinante faça o login aqui.

Fake news são um problema

O Meio é a solução.

R$15

Mensal

R$150

Anual(economize dois meses)

Mas espere, tem mais!

Edições exclusivas para assinantes

Todo sábado você recebe uma newsletter com artigos apurados cuidadosamente durante a semana. Política, tecnologia, cultura, comportamento, entre outros temas importantes do momento.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)
Edição de Sábado: A ideologia de Elon Musk
Edição de Sábado: Eu, tu, eles
Edição de Sábado: Condenados a repetir
Edição de Sábado: Nísia na mira
Edição de Sábado: A mão forte de Lula

Meio Político

Toda quarta, um artigo que tenta explicar o inexplicável: a política brasileira e mundial.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)

‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

Sala secreta do #MesaDoMeio

Participe via chat dos nossos debates ao vivo.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)

Outras vantagens!

  • Entrega prioritária – sua newsletter chega nos primeiros minutos da manhã.
  • Descontos nos cursos e na Loja do Meio

R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)