Edição de Sábado: A Sociedade do Espetáculo e Bolsonaro

Não era algo que boa parte dos analistas esperasse. Mas a CPI da Covid mais que dobrou a audiência da TV Senado na tela grande — e isto não conta o público via internet. As transmissões alavancaram a GloboNews a líder em audiência no cabo e a CNN Brasil teve, também, considerável aumento. Acabou o Big Brother Brasil, a CPI virou a nova campeã de audiência, o novo entretenimento do brasileiro. Ao primeiro olhar pode parecer um espetáculo monótono. Cativa, porém, e principalmente explica. Faz entender como, quando e por que o Palácio do Planalto fez campanha contra o combate à pior pandemia em um século. Os resultados desta audiência já começam a se mostrar nas pesquisas. Números do PoderData indicam que 67% dos brasileiros estão acompanhando os trabalhos da comissão. E 62% desejam o impeachment do presidente. Este número nunca foi tão alto.

Isto num país em que 97% da população diz usar máscara ao sair de casa. 97%.

Hoje, sábado dia 29, pela primeira vez a oposição ao governo Jair Bolsonaro está em campanha para sair às ruas. Protestar contra o governo. Não é, para a maioria das pessoas que rejeitam o presidente, uma decisão trivial. Não parece ser verdade que quase todos os brasileiros usem máscara para sair de casa. Mas, se declaram isto, é porque compreendem no mínimo que deviam.

Em 2020, após o assassinato de George Floyd por um policial, o movimento Black Lives Matter — Vidas Negras Importam — saiu às ruas nos Estados Unidos. Apesar da pandemia. Apesar de, pelo desprezo ao risco de aglomerações, estas ruas parecerem na época reduto trumpista. De quem rejeitava os alertas da ciência. Mas o BLM foi para as ruas e fez diferença na eleição que tornou Trump presidente de um só mandato.

Fez diferença, principalmente, porque se tornou assunto de horas e horas de TV, trending topics por mais de mês no Twitter, tema constante das sugestões de vídeo no YouTube, hashtag frequente e popular no Instagram. Foi um espetáculo. Foi entretenimento. De certa forma, no mundo atual, transformar uma causa em entretenimento, em algo que cative as pessoas, é fundamental para mobilizar politicamente.

Este não é um conceito novo. E tem nome. A sociedade do espetáculo.

Como a ideia surgiu

Tantos anos já passados, é até difícil imaginar como era — mas em um bom naco do mundo, em plena Guerra Fria, o marxismo foi uma força importante, muitas vezes até dominante, na vida intelectual do Ocidente. O fenômeno ocorria até mesmo bem longe da cortina de ferro que mantinha sob controle da União Soviética uma terça parte da Europa. Foi, claro, num momento bastante anterior à paranoia olavista do marxismo cultural — principalmente nas décadas de 1950 e 60. É neste tempo, e neste contexto, que surgiu o conceito da Sociedade do Espetáculo.

E como a ideia surgiu é fundamental para compreender a própria ideia.

Um dos países democráticos onde correntes que se inspiravam no trabalho de Karl Marx eram particularmente importantes foi a França. O momento após a Segunda Guerra foi turbulento e intenso. Paris foi libertada do jugo nazista no final de agosto, em 1944, quando tropas da resistência francesa e os americanos liderados pelo general George Patton foram recebidos com festa num desfile que atravessou o Arco do Triunfo.

Embora não tenham destruído a capital, conforme Hitler havia ordenado, os nazistas deixaram a cidade em frangalhos. Um sexto dos edifícios estavam destruídos ou próximos das ruínas. Em média, os parisienses comiam pouco mais de mil calorias por dia — a metade de uma dieta saudável. Boa parte dos produtos de primeira necessidade só se encontravam no mercado negro e por preços absurdos. Havia um clima de rancor e caça àqueles vistos como colaboracionistas de Berlim. Nos primeiros meses, as ruas da capital francesa foram cenário de execuções frequentes e inúmeras mulheres tiveram seus cabelos raspados em público num rito de expiação e humilhação.

“O sol nunca parece se levantar em Paris”, escreveu poucos anos após o fim da Guerra o dramaturgo americano Arthur Miller. “O céu de inverno parece uma chapa de ferro que que se reflete num tom cinza na pele das mãos e torna os rostos pálidos. Há um silêncio constante, poucos carros nas ruas, caminhões que circulam com motores movidos a lenha enquanto senhoras idosas trafegam de bicicletas.” Em 1948 ainda havia racionamento de eletricidade, carvão, café, açúcar, arroz.

Apenas dez anos após a liberação, Paris já era a capital da moda, do charme, dos óculos escuros. No cinema americano, era a cidade glamorosa pela qual flutuavam Gene Kelly e Audrey Hepburn. O estilista Christian Dior reinventava a elegância, a sofisticação. O cinema leve de Jacques Tati tratava com um humor gentil a classe média francesa. E revistas fotográficas como a Paris Match, espalhadas por todas as bancas, celebravam a boa vida. A circulação, em 1958, encostou nos dois milhões de exemplares vendidos semanalmente.

A rápida e intensa transição da dor e quase miséria para a euforia dos anos 1950 não veio sem custo, que se apresentou no sarcasmo, no pessimismo e na desconfiança inteligente de uma geração de intelectuais e artistas. Entre eles estava o homem que cunhou a expressão Sociedade do Espetáculo, Guy Debord. Adolescente durante a Guerra, Debord se matriculou em Direito na Universidade de Paris mas largou o curso tomado, como tantos de sua geração, por uma melancolia que o empurrava para a busca de um significado maior para a vida. Após o horror da Guerra, o tomar uma profissão, avançar na carreira, formar família e passar férias na Riviera parecia pouco, parecia raso, parecia fútil, parecia fundamentalmente alienado. E ‘alienação’ é uma palavra chave.

Porque aquilo que se via nas ruas, após o horror, a seus olhos e aos de muitos era artificial. Não verdadeiro — uma fuga da verdade. Em 1957, esteve no grupo que deixou um movimento dadaísta chamado Letrismo para fundar a Internacional Situacionista. Era um movimento artístico, marxistas libertários que rejeitavam o stalinismo, mas ainda encontravam em Marx conceitos importantes para compreender a realidade.

Um século antes, em sua interpretação de como funcionava o capitalismo, Karl Marx havia afirmado que nele a pessoa era alienada do produto de seu trabalho. Se em toda a história da humanidade pessoas trabalhavam com o objetivo de fazer algo, no capitalismo isso mudava — a coisa que se fazia não era mais o objetivo. Trabalhava-se por dinheiro — e isto gerava uma mecânica de busca da eficiência no trabalho num sistema cuja lógica inerente era a da concentração de renda.

Aproveitando-se das ideias de um pensador marxista húngaro do início do século 20, György Lukács, Debord concluiu que — um século depois — o processo de alienação havia avançado para muito além da relação homem trabalho. Havia se tornado uma alienação em relação à própria vida. É como se num processo de hipnose coletiva, a sociedade se desligasse do que é real, do que é importante, da vida de fato no dia a dia, nos afetos diversos, e substituísse tudo por imagens. Os vestidos de Dior, os filmes de Tati, as fotos da Paris Match, o noticiário da TV, tudo sempre cercado de muita publicidade. O capitalismo, na visão de Debord, criava uma realidade paralela para descolar as pessoas do real, injetar publicidade, criar necessidades artificiais — e vender.

Em 1967, publicou seu pequeno livro A Sociedade do Espetáculo explicando como este processo se dava. No ano seguinte, inspirados em grande parte por suas ideias, os estudantes das universidades parisienses explodiram nas ruas no levante de Maio de 1968. Rejeitavam uma sociedade que produzia espetáculo — um teatro que fingia ser vida — em busca de algo radicalmente novo.

Debord hoje

Faz mais de meio século que saiu A Sociedade do Espetáculo. Debord cometeu suicídio com um tiro no peito, em 1994. Era alcoólatra, depressivo. “Tudo que antes vivíamos diretamente se tornou representação. Toda atividade real foi canalizada pela construção global do espetáculo”, havia escrito em 67. E, como observa seu biógrafo Andrew Hussey, a própria expressão sociedade do espetáculo virou um clichê. Foi processada e, de ideia radical que se imaginava revolucionária, virou mais um slogan televisivo. A alienação cultural, contra a qual tantos se levantaram nos anos 1960 e 70, igualmente virou um clichê.

Mas livres do pessimismo do pós-Guerra, sem o peso de ter vivido a radical e talvez chocante transformação da Europa pobre em Europa rica numa só década de Plano Marshall, muitos pensadores começam a rever o conceito de Debord.

Desconte-se o peso do pessimismo, assim como o estigma do termo ‘alienação’, a observação estava correta. E, em tempos de internet, só se tornou mais aguda. Professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e apesar de americano pesadamente influenciado pela crítica cultural francesa dos anos 1960, Douglas Kellner é um dos intelectuais que reflete sobre os conceitos de Debord no mundo digital.

Porque, desde os tempos da televisão em preto e branco e das revistas de fotografia que vendiam aos milhões por edição, o fenômeno só se tornou mais agudo. Instagram, YouTube, canais a cabo de notícia vinte e quatro horas, smartphones na mão produzindo imagens, e incontáveis influenciadoras e influenciadores fingindo na palma uma vida que de fato não têm. É uma sociedade que vive o espetáculo, sim, mergulhada numa ‘representação’ que faz parecer ser a vida.

Mas, cinquenta anos depois, isto não quer dizer descolamento real da vida de verdade. Não quer dizer, necessariamente, alienação.

As mesmas ferramentas que produzem espetáculo, um bocado por conta da internet, são capazes de construir transformação sócio-política de verdade. Ronald Reagan, o segundo presidente americano a compreender intuitivamente como se faz política neste ambiente em que, para atrair o público, é preciso também oferecer algo que substitui entretenimento, que cativa tal qual entretenimento, era ator. À noite, na Casa Branca, ensaiava com a ajuda da mulher Nancy — também atriz — as falas chaves que pretendia apresentar no dia seguinte.

O primeiro presidente consciente desta arte havia sido John Kennedy. O terceiro foi Barack Obama. O cuidado de Obama com as fotografias, a maneira como construía seus discursos, os pôsteres de campanha, a simpatia. Mesmo sua carreira pós-Casa Branca, na qual o ex-presidente se tornou um produtor de conteúdo, indica esta compreensão. Documentários para a Netflix, podcasts com astros de rock como Bruce Springsteen, e uma cuidadosa produção cotidiana feita para as diversas redes sociais.

O quarto presidente americano a compreender esta lógica foi Donald Trump. Trump sempre a compreendeu. Nos anos 1980, jovem especulador imobiliário nova-iorquino, descobriu que se tornar personagem frequente nos tabloides sensacionalistas — por seus casos amorosos, por suas bravatas, por suas invenções de assunto para aparecer —, criaria a imagem de homem de negócios de sucesso que nunca realmente foi. Na virada do século, comandando um reality show, consolidou nacionalmente esta imagem. E já nos anos Obama, entre a TV a cabo, a rádio de propaganda política da direita e as redes sociais, catapultou esta imagem ao ponto de capturar o Partido Republicano e se eleger presidente.

Durou só um mandato — mas funcionou.

Nenhum presidente brasileiro teve o domínio desta ideia, da política enquanto entretenimento, da sociedade do espetáculo digital, até Jair Bolsonaro. Como capitão de pouca relevância e aparentemente pouco futuro no Exército, descobriu na transição democrática que tinha como ganhar as páginas da imprensa caso se mostrasse indisciplinado mas reivindicasse aumentos salariais para a categoria. Virou vereador e, num estado com excesso de militares como o do Rio de Janeiro, conseguiu chegar ao Congresso Nacional. Lá, como parlamentar, teve relevância zero. Mas, forçando um discurso radical-reacionário que pela decência básica poucos teriam coragem de levantar, garantiu sempre espaço na imprensa. É a sociedade do espetáculo. E, graças ao filho Carlos, Bolsonaro entrou desde cedo no meio digital. Havia, ali, no início da internet, um espaço da direita radical sendo construído — até por ter sido excluída dos veículos tradicionais.

Este veio, Bolsonaro capturou. E o levou ao Planalto.

Parte da âncora do conceito da sociedade do espetáculo de Guy Debord estava na ideia de alienação marxista. Mas, nos tempos do digital, isto não é dado. A Primavera Árabe, o terrorismo do Onze de Setembro, o movimento Vidas Negras Importam e o Occupy Wall Street, as eleições de Barack Obama e de Donald Trump — assim como a de Jair Bolsonaro. A CPI da Covid. Inúmeros influenciadores — as moças que vendem saúde na forma de corpos bem torneados, os militantes que vendem stalinismo com a placa de platina do YouTube ao fundo, o professor que xinga enquanto fatura em cursos, em livros, e vende um modelo reacionário de sociedade. A sociedade do espetáculo é uma ferramenta.

Sim, produz alienação. Mas é uma ferramenta. Capaz, inclusive, de ter impacto político. Tem tido para quem sabe fazer.

A corrida para a ‘Netflix' dos jogos

O streaming já entrou de vez na música e nos vídeos e agora caminha para os jogos. Esta semana, a Netflix começou a dar os primeiros passos nessa indústria: vai contratar um executivo para o desenvolvimento da área. A ideia é criar um serviço de jogos semelhante ao Apple Arcade que já pode ser lançado em 2022.

Cloud gaming, ou seja, jogos em nuvem, não é uma novidade. XBox, Play Station e Google são só alguns que já têm produtos para tentar criar a “Netflix dos jogos”. Mas agora com a própria Netflix em jogo, essa corrida deve se acelerar.

Jogar em nuvem é diferente de streaming de jogos, feitos pelo Twitch, por exemplo. Em vez de apenas transmitir, consiste em jogar diretamente na nuvem, sem precisar de console ou outro hardware. Isso significa que daria para jogar novos títulos em um computador comum ou até mesmo pelo celular, sem precisar de dispositivos de alta geração como o Xbox e o PS.

Essa transição, no entanto, não tem se mostrado fácil. Só ver os problemas que as empresas têm enfrentado. O Google Stadia, por exemplo, fechou alguns de seus estúdios de produção de jogos no início deste ano, sendo que nenhum deles chegou a lançar um jogo. E apesar dos repetidos sucessos no streaming, a Amazon tem falhado na área de games.

Uma das principais barreiras ainda é a técnica. Enquanto no streaming de música e vídeo o usuário apenas recebe dados, em jogos o sistema precisa responder aos comandos do usuário de forma rápida ao mesmo tempo que processa dados e carrega a imagem em tempo real. Isso significa alta capacidade de data center e capacidade de rede.

Não é a toa, que as plataformas de jogos em nuvem ainda sofrem com problemas de latência e estão concentradas em um pequeno nicho. Segundo pesquisa, enquanto os jogos representam 7% da demanda da rede global hoje, mais de 95% disso é conteúdo baixado da nuvem e não de jogadores jogando pela nuvem. Estima-se ainda que o cloud gaming chegará apenas a 25% da receita dos serviços de jogos por assinatura até 2023, e só está previsto para pegar em regiões com forte infraestrutura de Internet. Um exemplo é o PlayStation Now. Existe desde 2014, mas ainda está em poucos países e atende a um público muito específico. No Brasil, o único serviço disponível, por enquanto, é o xCloud da Microsoft que ainda está em fase de testes para um grupo restrito de jogadores.

Mas o futuro é promissor. E não só por causa da entrada da Netflix na corrida. O 5G promete mais que dobrar a velocidade atual de internet e as torres serão capazes de suportar cerca de um milhão de dispositivos por quilômetro quadrado. Na Singapura, por exemplo, onde a rede está mais avançada, a internet das coisas avançou e em média os usuários já possuem de cinco a oito dispositivos móveis conectados. Para os jogos, isso significa a possibilidade de mais dispositivos conectados diretamente à rede, de relógios inteligentes a óculos de realidade aumentada, e principalmente transferir grandes quantidades de dados que permitem aos jogadores responder às ações uns dos outros sem perder qualidade de imagem.

O que a história do streaming mostra é que a tecnologia tem avançado. E rápido. Desde o primeiro live streaming em 1995 feito pela ESPN até os dias atuais, o streaming já chegou as telas de smartphones e agora é a vez dos games.

A eterna fonte dos baús musicais

Com quase um ano e meio de pandemia, cada pessoa deu seu jeito de ocupar o tempo, especialmente aqueles cujo trabalho foi impossibilitado pelo confinamento, mas não precisavam se preocupar com boletos. Em seu podcast Digging Deep, o cantor inglês Robert Plant, de 72 anos, revelou ter passado os últimos meses organizando seu imenso arquivo de fotos, gravações e textos, compreendendo cinco décadas de carreira. Mas, antes que os fãs se animassem, avisou que os filhos foram instruídos a só começar a lançar o material quando ele “chutar o balde”*.

Ante a improvável hipótese de alguém não estar ligando o nome à pessoa, Plant foi, entre 1969 e 1980, o “deus dourado do rock”, responsável pelos microfones do Led Zeppelin. Seu timbre inconfundível deu vida a clássicos como Dazed And Confused (YouTube), Immigrant Song (YouTube), Achiles Last Stand (YouTube) e, ok ok, Stairway To Heaven (YouTube). Desde o fim da banda, construiu a sólida e diversificada carreira solo para além do rock pesado e dos limites do próprio rock. O que nos deixa com o coração dividido. Gostaríamos de conhecer o arquivo ainda hoje, mas queremos que Plant ainda viva muito.

Na mesma semana em que soubemos da existência do “baú do Robert”, Carmelo Maia, filho no inesquecível Tim Maia, brindou os fãs com o lançamento de Yo Te Amo (Spotify). O disco em espanhol foi gravado pelo Síndico em diversas sessões desde 1971, mas estava perdido na montanha de tralhas que Tim deixou ao morrer precocemente em 1998. Dá para imaginá-lo gritando “sonido, sonido, mas bajo!”.

A verdade é que os arquivos musicais são mananciais praticamente inesgotáveis de prazer. Jimi Hendrix morreu em setembro de 1970 deixando somente quatro discos gravados. Desde então, nada menos que 13 álbuns de estúdio foram lançados com gravações desconhecidas do homem que reinventou a guitarra elétrica. Se contarmos discos “póstumos” ao vivo, vamos passar o resto de nossas vidas aqui – ao menos ouvindo boa música.

Nem sempre os arquivos são pessoais. Periodicamente a BBC lança registros de apresentações de artistas tocando ao vivo em seus programas. Há dois CDs duplos de gravações dos Beatles feitas na rádio pública inglesa que são obrigatórios. E um dos mais intensos álbuns ao vivo do Deep Purple, Live In London, veio de uma gravação da rádio – ouça Burn e depois nós conversamos. Nos EUA, o programa de rádio King Biscuit Flower Hour registrou ao vivo, entre 1973 e 2005, o que melhor se produziu no rock, e até hoje lança seu material.

Entre 1981 e 1984, a TV Globo exibiu o programa Grandes Nomes, dedicado a gênios da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e muitos outros. O de Raimundo Fagner, que acabara de lançar o perfeito Traduzir-se (Spotify), reuniu gênios da música íbero-americana, como Mercedez Soza e Manzanita. Todo esse material, como o do programa Chico & Caetano, merece ver a luz do sol.

Tudo bem, nem sempre o baú é motivo de alegria. Centenas de gravações da Legião Urbana são alvo de disputa entre Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, e Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Em outubro do ano passado, a polícia apreendeu, a pedido de Manfredini, CDs, HDs e um computador que conteriam gravações inéditas da banda. O filho de Renato ainda luta na Justiça para que os antigos parceiros do pai não usem o nome da banda. Nunca se brigou tanto por dois acordes.

Independentemente do gênero ou do gosto, os baús musicais ainda vão nos dar muitas alegrias nos anos vindouros.

*Brasileiros usam “chutar o balde” como sinônimo de “chutar o pau da barraca”, arrumar confusão, jogar tudo para o alto. Em inglês, porém, a expressão significa morrer – ou, mais precisamente, se matar. O sujeito subia em um balde de madeira, ajustava a corda na viga e o laço no pescoço, chutava o balde e... bem, vocês entenderam.

4 galerias para alegrar o sábado

Você sabia que existe um concurso especializado em fotos engraçadas de animais? Pois é... O Comedy Wildlife Photography Awards começou a ser realizado em 2015 e ainda está recebendo inscrições para a edição deste ano. Para inspirar os concorrentes, a turma divulgou algumas das excelentes imagens já inscritas. É impossível não largar um sorriso no rosto enquanto se rola o dedo na tela para ver o que os bichos andam aprontando por aí.

Enquanto cá no Brasil entramos no outono, no hemisfério norte é primavera. O fotógrafo holandês Albert Dros, especializado em paisagens, aproveitou os tempos de pandemia, em que viagens não são recomendadas, para explorar a primavera de seu país. As fotos são espetáculos que misturam o colorido das flores com diferentes tonalidades do céu. Moinhos, canais, neblina e uma tranquilidade que remete a tempos mais calmos.

Essa semana tivemos a aparição da super Lua vermelha. Fenômeno que ocorre quando a Terra, a Lua e o Sol estão em um alinhamento específico. Claro que foi oportunidade para fotógrafos do mundo inteiro e a BBC selecionou uma galeria com a presença da super lua junto de algumas das mais conhecidas atrações turísticas do mundo: entre elas Stonehenge, a Grande Mesquita de Istambul, o Templo de Poseidon nas redondezas de Atenas e até mesmo nosso Cristo Redentor.

E já que estamos falando do céu à noite, as melhores fotos do concurso anual de fotógrafo da Via Láctea. Entre elas uma do brasileiro Victor Lima, que registrou o núcleo da Via Láctea acima das Cataratas do Iguaçu. Victor conta que teve que conseguir uma autorização especial para entrar no parque à noite e atravessar a mata a pé até o local da foto.

E fechando com os mais clicados de uma semana que teve de tudo um pouco:

1. Twitter: O cartaz que supostamente inspirou a história do pênis da Fiocruz.

2. GZero: Puppet Regime, vídeo sátira como se a batalha Bolsonaro Lula fosse um Godzilla vs King Kong.

3. Folha: Nem tudo que Dimas Covas, diretor do Butantan, disse na CPI estava correto. A checagem.

4. Folha: Os memes sobre a história do pênis da Fiocruz.

5. Folha: A história do avião interceptado sobre os céus de Belarus para que um jornalista fosse preso.

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‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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