Edicão de sábado: O fim (da pandemia) está próximo?

Na véspera do Ano Novo, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou em rede social uma mensagem de “otimismo realista”, afirmando que 2022 pode marcar o fim da pandemia de covid-19 e que o mundo dispõe das “ferramentas para acabar com esta calamidade”. Mesmo já destacando o risco da variante ômicron e a necessidade de uma distribuição mais justa das vacinas no mundo, a mensagem do chefe da OMS refletia as esperanças de um mundo que já não aguentava mais viver sob o medo de uma doença que havia ceifado mais de cinco milhões de vidas.

E eis que, pouco mais de uma semana depois, o cenário de otimismo parece cada vez mais distante. A velocidade de propagação da ômicron faz com que recordes de novos casos sejam quebrados diariamente, embora, felizmente, a curva de mortes não suba na mesma proporção. A ilusão de normalidade trazida por eventos como a entrega do Grammy, espetáculos teatrais e o carnaval brasileiro foi desfeita. Em seu lugar, filas voltaram a se formar nas portas dos postos de saúde, e governos de (quase) todo o mundo intensificam os esforços para vacinar a população. Será que a esperança da qual Ghebreyesus falava gorou?

Não necessariamente, diz um dos mais respeitados especialistas em covid-19 no Brasil, o infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). “Acho que permanece a esperança de passarmos de um período pandêmico para um período epidêmico-sazonal”, explica. “Vamos ter epidemias eventuais, quando surgirem novas variantes, mas com impacto cada vez menor em hospitalização e óbitos, por conta das vacinas.”

Croda explica que a esperança de que fala o diretor-geral da OMS gira em torno da meta de ter 70% da população mundial completamente vacinada até a metade desse ano. O Brasil, por exemplo, já chegou a 67,61% de cobertura vacinal total, um percentual maior que o de Israel (65,79%), um dos países que largaram na frente nas imunizações. Alguns, como a França (74,36%) já até superaram a meta da OMS, mas há quem esteja muito para trás, especialmente na África e na Ásia. “Existe, sim, um esforço mundial para, em 2022, garantir uma oferta mais ampla de vacinas”, diz o pesquisador. “Precisamos entender que o fundamental é ter toda a população mundial com acesso ao esquema vacinal completo. Principalmente para diminuir o surgimento de novas variantes.”

Longe do pesadelo de janeiro de 2021

Um aspecto que nos ajuda a manter a esperança é que, a despeito dos recordes de casos, 2022 começa com um cenário bem diferente do ano que passou. Em janeiro de 2021, estávamos a pleno vapor na segunda onda e prestes a testemunhar a tragédia da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus. Nenhum brasileiro estava vacinado. Hoje a situação é bem diferente. Embora a média móvel de novos casos em sete dias na última sexta-feira tenha subido 639% em relação ao período anterior, a de mortes cresceu 14%, o que indica estabilidade.

Há duas explicações complementares para isso. Uma delas é que, apesar de ser muito mais transmissível, a variante ômicron, que já é dominante no país, ataca mais as células das vias aéreas superiores (nariz e garganta) que das inferiores (brônquios e pulmões), com isso, provoca menos casos graves. A outra, como ressalta Júlio Croda, é a vacinação. “O que nós temos são essas mutações que favorecem a menor gravidade, associadas ao aumento da vacinação, que continua protegendo contra as formas graves. Essa combinação faz com que não tenhamos um impacto individual grande em termos de óbitos”, diz o epidemiologista.

Colapso hospitalar

Opa, então estamos vacinados e com uma cepa mais branda? Tudo está bem? Não, de forma alguma. A combinação ômicron+vacinas pode ter reduzido os casos graves e óbitos, mas está levando os sistemas de saúde de volta ao limiar do colapso. São Paulo registou na quinta-feira o maior número de novas internações por covid desde 21 de agosto de 2021. “Não observamos um aumento expressivo de ocupação em UTIs, mas ele já é percebido nas internações em leitos de enfermarias, principalmente de pessoas não vacinadas e crianças, que ainda não foram imunizadas”, explica Croda.

Além disso, o aumento de internações por covid-19 tem um impacto que vai além dos afetados pela doença. Cada leito ocupado por um desses pacientes significa um a menos para pessoas com outras enfermidades, como câncer. Além disso, a contaminação tira dos hospitais profissionais de saúde. São mais doentes para menos médicos, enfermeiros e auxiliares. E não só no Brasil. A França autorizou médicos e enfermeiros infectados, mas assintomáticos, a continuarem trabalhando, enquanto os EUA reduziram para apenas cinco dias o período de isolamento, medida que também é estudada no Brasil. “Não se tem certeza se a transmissão cessa depois desse período, mas é uma saída para o país não entrar em total colapso por falta de profissionais de saúde e de outras atividades essenciais”, diz o epidemiologista.

Cautela na volta às aulas

Se um dos motivos para termos esperanças é o avanço da vacinação, isso torna ainda mais urgente a imunização das crianças. Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha dito em entrevista a uma rádio desconhecer mortes pela covid-19 na faixa entre cinco e dez anos, elas já passam de 300 desde o início da pandemia – uma a, aproximadamente, cada dois dias. Além disso, ela matou mais crianças do que todas a doenças imunopreviníveis em 15 anos.

O Brasil tem pouco mais de 20 milhões de pessoas entre cinco e 11 anos, o que implica a necessidade de 40 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer. Mas a previsão é de chegarem somente 20 milhões no primeiro trimestre. Diante desse cenário e do perfil da ômicron, Júlio Croda defende que o início do ano letivo seja adiado para, pelo menos, a segunda quinzena de março.

“Caso siga o modelo visto na África do Sul, a onda da ômicron deve subir durante um mês e um mês e meio antes de a curva começar a cair”, explica. “É preferível aguardar um período de menor transmissibilidade. Não é necessário ter todas as crianças vacinadas, inclusive com a primeira dose, mas sim que o cenário de contágio seja menos grave.”

O mesmo princípio se aplica a comemorações de grande público, como o carnaval. Dezenas de cidades, incluindo Rio, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda, cancelaram a folia nas ruas, mas algumas resistem ao conselho dos especialistas para suspender também eventos fechados e desfiles de escolas de samba. Na avaliação do especialista da Fiocruz, é um erro. “Aglomeração em ambiente fechado envolve mais risco. Você tem um controle na exigência de cartão vacinal e de testes, mas, em termos de ambiente, o risco é muito maior. Foi o que ocorreu no Natal e no Réveillon, e é por isso que estamos vivendo essa explosão de ômicron agora, no começo do ano. Todo mundo sabia que isso ia acontecer.”

O real tamanho do negacionismo

E, claro, há uma última pedra no meio do caminho para superarmos a pandemia: o negacionismo. Grupos de diversos matizes conservadores adotaram um discurso anticientífico, sob o pretexto do funcionamento da economia e da liberdade individual, para atacar as medidas de prevenção contra a covid-19 e até as vacinas. O problema é particularmente grave nos Estados Unidos, cuja vacinação estacionou e hoje está em 63,13%. A questão é estritamente ideológica. Em Nova York, um dos estados mais liberais do país, 71,87% dos habitantes já estão completamente vacinados; no Alabama, um dos mais conservadores, o número não passa 48,23%.

No Brasil, o negacionismo começa dentro do Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro se colocou contra todas as medidas de contenção da pandemia e, como demonstraram as investigações de uma CPI do Senado, postergou ao máximo a compra de vacinas. Mesmo hoje ele critica “tarados por vacinas”, diz que não se imunizou nem vai vacinar a filha de 11 anos. “Isso nunca aconteceu no Brasil, nunca tivemos um presidente que fosse contra vacina. E a gente não sabe o real impacto dessa postura”, diz Júlio Croda.

O pesquisador lembra que a cobertura vacinal brasileira está se aproximando da taxa de reprovação do presidente. Segundo pesquisa divulgada esta semana pelo PoderData, Bolsonaro é considerado bom ou ótimo por 24% da população. “A partir de agora vamos ver o nosso teto, em que ponto vamos bater no movimento antivacina no Brasil”, explica. “A gente acredita que não seja tão forte assim. Nossa expectativa com a vacinação das crianças é chegarmos a uma cobertura de 80% a 90%.”

Com essa cobertura vacinal e um maior equilíbrio na imunização em todos os países, poderemos, sim, cumprir a previsão de Tedros Ghebreyesus.

A revolução cannábica

De “erva maldita” a “santo remédio”, a revolução causada pelo uso medicinal da Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, já é uma realidade. O canabidiol, um dos princípios ativos da planta, é usado com sucesso no tratamento de epilepsia e outras doenças neuropáticas e até de formas agressivas de câncer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou o uso controlado de cinco medicamentos à base de Cannabis, todos produzidos no exterior. Enquanto isso, no Congresso, a produção para fins medicinais foi aprovada numa comissão especial da Câmara em junho do ano passado, mas está parada desde então.

“Estamos em um limbo regulatório um pouco estranho, ninguém quer se responsabilizar”, avalia o neurocientista Sidarta Ribeiro, membro da Academia de Ciências da América Latina (ACAL), fundador do Instituto do Cérebro e um dos maiores defensores do uso medicinal da Cannabis. Em conversa com o Meio, ele falou de medicina, da indústria da maconha e, claro, da discussão política envolvida. O especialista gostaria de ver o tema debatido na campanha eleitoral deste ano, mas teme a apropriação negativa da pauta por setores conservadores. E repassa o pedido que ouviu de um paciente: “Não espere precisar para ser a favor.”

Como está o cenário do uso medicinal da Cannabis no Brasil?

Estamos vendo um movimento duplo. Por um lado, há as empresas entrando com força; por outro, as associações de pacientes se multiplicando e provendo uma alternativa de mais baixo custo. Há um terceiro caminho, o do auto cultivo, das pessoas que cultivam em casa, mas ele está disponível para quem que dispõem de habeas corpus. Essa autorização vem sendo questionada na segunda instância do Judiciário, que remete a questão para a Anvisa. Esta, por sua vez, a devolve à Justiça.

Existe um limbo regulatório, porque não querem assumir essa responsabilidade. Essas instituições estão, como um todo, tapando o sol com a peneira. A revolução canábica já aconteceu, já é realidade em boa parte do “Primeiro Mundo”. Não é à toa que o primeiro remédio que foi colocado nas farmácias era importado, há 5 anos. E de lá para cá isso vem sendo questionado, não houve a tentativa de um oligopólio.

No PL 399, que foi discutido amplamente e aprovado na Comissão da Câmara, não se prevê o direito ao auto cultivo, só prevê os direitos das empresas de produzir óleo e diferentes tipos de remédios. Isso é uma limitação.

Que conselhos você dá a quem é contra o uso medicinal da maconha?

Primeiro, “não espere precisar para ser a favor”. A frase não é minha, sim de Filipe Faria, um paciente do Rio Grande do Norte. O segundo é compreender que existem mais de 500 substâncias de interesse terapêutico na Cannabis. Temos que entender que é uma planta medicinal antiga que foi selecionada por nossos ancestrais para usos medicinais.
A grande promessa para pesquisa está no “efeito comitiva”. Temos que pensar sim em uso terapêutico, colocar no Sistema Único de Saúde (SUS), colocar na farmácia viva (fitoterápicos). O uso de fitoterápicos no Brasil é muito bem definido já no SUS. Não há nenhuma razão para a Cannabis não se inserir nisso.

Quais são as principais doenças tratadas com Cannabis atualmente? Quais são os efeitos positivos? Existem efeitos adversos do tratamento com Cannabis?

Toda substância tem grupo de risco. Aquilo que faz bem para um, pode fazer mal para outro. Os grupos de risco da Cannabis são pequenos, restritos e conhecidos. Gestantes e lactantes devem se abster, assim como devem se abster de álcool, nicotina... Pode ser prejudicial para crianças e jovens, mas não estou falando de uma pessoa que tem uma condição. Pessoas com psicose não devem consumir THC, mas podem consumir o CBD (canabidiol), que é antipsicótico.

Dizer que “maconha causa esquizofrenia” é uma besteira bem grande. E a questão de grupos deprimidos é controversa, pois, dependendo da dose e dos constituintes, a Cannabis é um antidepressivo, mas se a dose for muito alta a pessoa pode ser levada a uma síndrome amotivacional que cursa com depressão. Tudo isso são riscos bem conhecidos, grupos de risco bem definidos.

Há indicação para epilepsia, dores neuropáticas, tratamentos oncológicos para reduzir os sintomas adversos da radioterapia e da quimioterapia. Em alguns casos de tipos de câncer existem efeitos antitumorais diretos dos canabinóides. Controle de tremores como Parkinson, Alzheimer, Chron, a lista é extensa e crescente. Muita gente fala “ah então é uma panacéia que serve para tudo?”. Não serve para tudo, mas tem muitas utilidades.

A epilepsia tem um excesso de sincronia de neurônios, todos os neurônios funcionam ao mesmo tempo. O medicamento altera a sincronia e isso permite que a pessoa não entre em convulsão, por exemplo. Os remédios tradicionais agem nas sinapses, então as pessoas não têm convulsões, mas também não conseguem focar nada, ficam em torporose. No caso dos canabinóides, não existe uma redução da atividade, é só um desalinhamento sutil que permite que as sincronias não sejam excessivas.

Outra vertente terapêutica é que produzem novos neurônios, sinapses, conexões entre os neurônios. Uma pessoa com Alzheimer tem um monte de memórias, mas que consegue fazer suas memórias “conversarem”. Para ela, é muito útil adicionar novas conexões.

Países onde o uso recreativo é permitido ainda sofrem com o mercado paralelo. O que leva as pessoas a permanecerem no uso de um produto não licenciado?

No caso do Uruguai, o Estado chamou para si toda a responsabilidade, tem que certificar tudo e controlar tudo e isso fez com que eles não conseguissem atender à demanda. No caso dos Estados Unidos, há uma questão de taxação. O Colorado ficou rico por causa da taxação, que desde 2014 vem rendendo rios de dinheiro. E sem o aumento de consumo entre jovens, que era um argumento dos conservadores contra a liberação. Nos EUA a questão tem menos a ver com imposto, mas acho importante porque o mercado legal é gigante. Sempre existirá algum grau de contrabando, como acontece com o tabaco e whiskey falsificados e assim por diante.

Quais são suas expectativas em relação a debate eleitoral? Acha que a regularização do uso medicinal dá mais liberdade para que o assunto seja ampliado e aprofundado?

Tenho certeza que sim. Todo mundo que vai se candidatar tem algum familiar que está fazendo uso de óleo de Cannabis. Houve um trabalho na mídia, diria que o preconceito já acabou na mídia. No debate político, isso pode ser avançado, o país é atrasado, mas pode ser que esse ano seja melhor. Porém tenho medo do tipo de debate que o Bolsonaro e o Moro vão fazer. Historicamente a esquerda tem medo de tomar posição, porque tem medo de perder o eleitorado conservador, evangélico e tal. Eu acho que a gente tem que conscientizar que a maconha não é erva do diabo, é um remédio que está legalizado apenas para os ricos, é um tarja-preta que custa R$ 2.600 por 30ml.

O que temos que discutir é acesso. Como o pessoal de classe média e baixa renda vai ter acesso? Vai ter no SUS? São poucas empresas com licença para vender, enquanto a população negra vai para a cadeia por causa de dois baseados. A guerra contra as drogas não é “contra as drogas”, é contra pessoas de cor e que moram em determinados lugares.

Seria bom se as forças progressistas fizessem esse debate. Maconha também é pauta de saúde. É momento de trazer racionalidade para o debate. Não sei se 2022 vai ser um ano de racionalidade, mas eu gostaria que isso fosse possível.

O debate só avança quando as pessoas são tocadas diretamente. Elas não conseguem se colocar no lugar do outro, elas precisam passar pela necessidade para tomar uma posição favorável. É triste que seja assim, mas paciência... então que seja assim.

Peso para cima, medalha no peito: a conquista de Laura Amaro

Entre os dentes, um disco de prata. A mordida se estende num sorriso largo e firme, que carrega o passado e um tanto de orgulho e dedicação. Na mão esquerda, buquê de flores. Do lado direito do peito, a bandeira verde e amarela. A foto, tirada minutos após Laura Nascimento Amaro levantar 108kg, congelou um marco histórico na carreira da jovem e no esporte brasileiro. Aos 21 anos - oito de carreira esportiva - a carioca é a primeira brasileira a conquistar uma medalha no levantamento de peso olímpico (LPO) adulto. O feito aconteceu em dezembro, em Tashkent, no Uzbequistão, durante o Campeonato Mundial Adulto de Levantamento de Pesos. A atleta conquistou o segundo lugar na disputa do arranco nos 76kg, trazendo a prata para casa. Além disso, ao somar 240 kg de carga, Laura ainda bateu o recorde brasileiro no esporte.

Apesar deste ter sido um marco histórico, não foi a primeira conquista de fôlego da atleta, que iniciou no LPO aos 13 anos. Em fevereiro de 2016, a jovem já quebrava barreiras ao ser a primeira mulher a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, que aconteceram na Noruega. Ela conta que, durante um tempo, teve que deixar o LPO de lado para se dedicar ao skeleton. No entanto, ao fim das Olimpíadas de Inverno, a multiatleta precisou escolher seguir no skeleton ou voltar à prática do LPO. Não há mistério, ela optou pelas raízes. “Decidi pelo LPO devido às oportunidades que eu poderia ter, pela entrada nas Forças Armadas através do esporte. Então, preferi deixar a modalidade de inverno. Mesmo assim, o skeleton foi uma experiência incrível. Agregou muito em minha vida como atleta”, disse ela.

Entre os paralelepípedos das ruas de Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, brotou a paixão de Laura pelas atividades físicas. Era pique esconde para cá, bola para lá. Muita corrida e suor com os amigos do bairro onde mora com sua família. Seu primeiro contato profissional com o esporte se deu nas quadras, quando começou a jogar futebol aos 13 anos e, em seguida, foi convidada para treinar o levantamento de peso. Já com o LPO, não foi paixão à primeira vista. “Só senti a adrenalina do esporte depois da minha primeira competição, um estadual. Ali, entendi a emoção de competir. Depois, fiquei em terceiro lugar um brasileirão de sub15. Quando vi a dimensão daquilo, me encantei. Então me propus a continuar no esporte”, disse. Ao menos, não faltou apoio de seus pais. “Quando fiz o primeiro teste de LPO, não gostei. Quem insistiu para que eu ficasse foi a minha mãe. Esse apoio fez toda diferença. É muito importante ter o apoio dos pais, sou muito grata por isso”, acrescentou.

Dali em diante, Laura se dedicou cada vez mais ao levantamento de peso e começou a treinar no Programa Forças do Esporte, no CEFAN, da Marinha. Através de um projeto social, ela entrou no programa. “Já cresci de olho, tentando entender o programa olímpico da Marinha, que é exclusivo para atletas de alto rendimento. Então, eu já tinha o objetivo de continuar crescendo no esporte e me comprometer a dar resultados. Quando eu entrei nas Forças Armadas como atleta foi incrível.”

Apesar do amor pelo esporte, a caminhada de Laura não foi livre de problemas. Ela relata que, no início da carreira, o medo de “ficar musculosa demais” a acompanhava. Por sua vez, o medo também tinha companhia: uma enxurrada de comentários de terceiros em forma de alerta: “vai ficar com corpo de homem”, “cuidado com o tamanho do braço”. “Eu tinha vergonha de falar para as pessoas que praticava LPO. Quando falava, sentia a necessidade de afirmar que não ficaria forte porque não é fisiculturismo. Senti essa pressão desde muito cedo, o que me fez alimentar vários tabus. Por exemplo, até dois anos atrás eu não saia com roupas que deixassem os braços à mostra”, lembrou. A modalidade que trouxe à tona comentários dolorosos de terceiros, também acolheu Laura. “As críticas sempre vieram de pessoas mais velhas ou daqueles de fora do esporte.”

Para falar de todo este caminho, a atleta volta ao início. A sensação que sentiu ao subir no pódio receber a medalha de prata no Uzbequistão. “Sei que não foi sorte, venho trabalhando a muito tempo para que isso acontecesse. Um trabalho físico e psicológico. Significa muito para mim ser a primeira brasileira medalhista do mundial adulto. Ser pioneira, abrir portas para que venham outras mulheres”, finalizou.

E antes que a gente esqueça, os mais clicados desta primeira semana do ano:

1. Twitter: BMW apresenta carro que troca de cor.

2. Fast Company: Cinco maneiras de aprimorar a liderança virtual em 2022.

3. Folha: Como fake news, fim do mundo e alienígenas se misturam na arte da Covid.

4. Próximo Nível: Mitos de gerenciamento de projetos que devem ser evitados.

5. g1: Influenza ou Covid-19? Especialistas explicam diferenças de sintomas e formas de contágio

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‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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