Edição de Sábado: A Ucrânia ameaçada

Conforme este sábado, 22 de janeiro, amanhece, tropas russas se avolumam a cada semana em três flancos da fronteira ucraniana. Trinta mil soldados estão dentro e nas redondezas de Luhansk e Donetsk, dois estados uranianos já não mais controlados pelo governo em Kiev, inflamados por separatistas. Outros trinta mil noutro flanco, próximos à fronteira com Belarus, país cujo presidente é fantoche de Moscou. E há a frente da Crimeia, a província à beira do Mar Negro, que a Rússia tomou em 2014. Ao todo são mais de cem mil soldados. Oficialmente, diz o Kremlin, estão apenas engajados em exercícios militares. Mas até tropas de reservistas foram convocadas. Ninguém tem como saber se é blefe ou não. É, porém, um sinal de hostilidade ímpar em território europeu. Seria o maior conflito armado no continente desde a Segunda Guerra.

Não seria uma invasão simples. A Ucrânia é um país de 45 milhões de habitantes e tem um exército grande. São 250 mil soldados na ativa, outros 250 mil reservistas. É menos do que os um milhão de soldados na ativa russos, mas são forças bem treinadas e bem armadas. Uma pesquisa realizada em dezembro indicou que 30% da população ucraniana — isto inclui 46% dos homens — estaria disposta à resistência armada. Um ataque russo não poderia começar pelo chão. Caças e mísseis teriam de ser empregados primeiro, para destruir tanques, aviões e outros equipamentos e diminuir a capacidade de resistência ucraniana. Só então as tropas poderiam avançar. Enfrentariam, possivelmente, uma resistência em guerra assimétrica. Guerrilha. Ataques vindos de toda parte.

Se os americanos tiveram dificuldades no Iraque, os russos teriam ainda mais na Ucrânia.

Não é claro o que Vladimir Putin, o presidente russo, deseja com o movimento hostil. Pode ser um jogo de susto para arrancar concessões da Europa e dos EUA. Pode querer apenas formalizar a anexação de mais um pedaço do país, Luhansk e Donetsk. Ou pode querer mesmo dominar a Ucrânia.

Na semana passada, os sites de inúmeros departamentos do governo ucraniano foram invadidos por hackers russos. As páginas principais terminaram substituídas por um texto com a bandeira do país cruzada e ameaças pouco veladas. “Ucranianos, toda informação a seu respeito vazou, tenham medo e esperem o pior.” Na véspera do ano novo, a agência de notícias estatal russa twitou — “A Ucrânia será destruída em dez minutos.”

A ameaça democrática

A mãe de Mikhail Gorbachev, o último secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, era ucraniana. Seu pai, russo. Ainda antes de haver União Soviética, boa parte da Ucrânia incluindo a capital, Kiev, compunha o Império Russo sob os czares. A história da região é interligada e Kiev tem maior importância, para a cultura russa, do que Moscou. A capital ucraniana foi fundada em por volta do século 5 e já era a sede do reino Kievan Rus, no século 10, quando Moscou — parte do mesmo reino — não passava de um entreposto comercial. Foi nesta época, quando reinava Vladimir, o Grande, que a Igreja Católica Ortodoxa foi implantada. A cultura eslava-russa nasceu na Ucrânia. E foi quando a Ucrânia deixou a URSS que a união acabou.

Gorbachev estava justamente numa casa de veraneio na Crimeia, então parte da República Soviética da Ucrânia, quando foi preso por generais renegados que tentavam um golpe militar, em 19 de agosto de 1991. O presidente da República Soviética Russa, Boris Yeltsin, foi para as ruas de Moscou mobilizar a população para resistir. Conseguiu. Àquela altura, as repúblicas bálticas já eram governadas por partidos formalmente opositores da URSS — Latvia, Lituânia, Estônia. O mesmo ocorria noutras três repúblicas, Armênia, Geórgia, Moldávia. Mas foi quando o golpe militar se desmoronou que a União acabou. Em 24 de agosto daquele ano, a Suprema Corte da Ucrânia aprovou uma Declaração de Independência. Aquela decisão foi a fatal — nos meses seguintes, outras nove repúblicas fizeram o mesmo. Quando 1992 veio, a segunda maior potência militar do século 20 havia deixado de existir.

A última década do século 20 foi uma na qual os governos do Ocidente apostaram na tese de que Democracias Liberais se espalhariam rapidamente pelo planeta. O fim da URSS, e com ela o fim da Guerra Fria, foi compreendido como a vitória de um modelo político e econômico. A consolidação da União Europeia, o fortalecimento da Alemanha unificada, a inclusão dos países do Leste Europeu, tudo parecia confirmar a tese. O mundo ficaria cada vez mais democrático. Mas, de herói da resistência golpista, Yeltsin se mostrou um presidente fraco, inseguro, perdido. O poder econômico da nova Rússia rapidamente se concentrou nas mãos de oligarcas criminosos. Uma contínua crise econômica fez do governo impopular. Quando Yelstin renunciou ao cargo de forma inesperada, em 31 de dezembro de 1999, o primeiro-ministro assumiu como interino. Vladimir Putin.

Putin está há já vinte e dois anos no comando do país. De uma democracia que nunca se consolidou, a Rússia se tornou uma autocracia. Putin é um nacionalista e o discurso que relembra a grandeza do passado tanto soviético quanto imperial é uma de suas principais marcas. De certa forma, ele é o primeiro de uma tradição de autoritários que veio se espalhando pelo mundo, incluindo o brasileiro Jair Bolsonaro.

Boa parte de sua política externa se baseia na ideia de que o mundo deve reconhecer, na região que outrora foi a União Soviética, uma área de influência de Moscou. Na década de 1990, muitos dos países do Leste Europeu que fizeram parte do mundo comunista foram incluídos não só na União Europeia como, também, na Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN. Entre as principais cláusulas da OTAN está a obrigação de que os países membros devem partir em socorro a qualquer afiliado que tenha sido atacado militarmente.

Hoje, três países que fazem fronteira com a Rússia são membros da OTAN — Estônia, Letônia e Noruega. Quando se leva em conta o território da antiga URSS, que inclui Geórgia, Ucrânia e Belarus, o número de membros fronteiriços da OTAN se multiplica — são nove países. Entre as exigências impossíveis de acatar que Putin faz está a de que a OTAN pare de se expandir. A Ucrânia, aliás, pleiteia faz alguns anos o direito de se juntar ao clube. Não aconteceu até agora, justamente, porque no caso de invasão russa todos teriam de se juntar em guerra.

A Moscou de Putin, que se compreende como um império para além de seu território nacional, vê a OTAN como uma constante ameaça militar. Mas não é só este o problema. O discurso de manutenção de Putin, no poder, é de que democracias não funcionam. Em parte seriam um exercício de hipocrisia e quem realmente tem poder, em países que se dizem democratas, são aqueles com dinheiro. Ele subscreve também a tese de um dos mais influentes intelectuais de seu regime, Alexandr Dugin, importante influência para o brasileiro Olavo de Carvalho. Dugin afirma que democracias liberais não são universais mas exclusivamente ocidentais e não se adequam à tradição eslava católica ortodoxa.

E a Ucrânia, neste sentido, atrapalha. É uma democracia com sérios problemas, mas que vem tentando se firmar. Como a Belarus, trata-se de um país étnica e culturalmente muito parecido com a Rússia. Uma democracia firme e de sucesso, na vizinha, derrubaria a tese de Moscou.

Por isso mesmo, o estado constante de embate militar já dura desde 2014 e os ataques hackers à infraestrutura vêm de antes. Para Putin, a Ucrânia não pode dar certo.

O momento certo

Se Putin quer de fato invadir a Ucrânia, o momento é perfeito. Os Estados Unidos estão profundamente divididos por sua política interna e os europeus, que hoje dependem em 30% do gás russo, começam a fazer sua transição para energia verde. Daqui a alguns anos a dependência europeia será menor e os EUA podem vir a ter mais facilidade para construir consenso interno. Além disto, o mundo ainda não começou a recuperação econômica após a pandemia. Ninguém está com apetite para se envolver numa guerra potencialmente muito cara.

“Putin varia sua tática mas seu projeto de longo prazo segue o mesmo”, escreve a historiadora Anne Applebaum. “Um ano ele usa desinformação, noutro ameaça fechar o fluxo de gás, no seguinte aparece com violência. Mas seu objetivo é único: reforçar sua autocracia, fragilizar democracias, e promover a influência russa para tão longe quanto possível. Quebrar a OTAN. Destruir a União Europeia. Remover a influência americana da Europa ou de qualquer outro lugar.”

A União Soviética pode ter formalmente acabado, mas a ambição stalinista nunca foi embora.

Para Elza Soares

Três da tarde de domingo, mais um 6 de janeiro. Aquele, em 2018. Feijão na panela, o cheiro de coentro e os muitos pedaços de linguiça num restaurante na Pedra Sal, na Pequena África do Rio de Janeiro. Cerveja gelada e samba. Definitivamente, dia de almoço em família. Quatro mulheres negras conversavam sobre as dores e as delícias de serem quem são nesse Brasil. Da mesa, enxergo o feijão carregado de carne e a janela, que divide o restaurante do resto do mundo. No muro à frente da janela, o grafite que marcava: “a carne mais barata do mercado é a carne negra”. Coincidência ou não, a música que ecoa no ambiente é “A carne”, que ganhou o mundo na voz de Elza Soares. Enquanto nossa conversa se dissipa, a canção reverbera mais alto – no restaurante e aqui dentro. Dentro de nós quatro. Até que minha tia corta o silêncio: “essa música é tão linda, mas dói tanto”. Não vou nem me dar ao trabalho de tentar explicar esta dor a você, caro leitor. Quem sente, sente. E Elza sentia tanto que chegava a escorrer pelas suas cordas vocais.

Elza Soares também é cria de onde me criei. Quase sete décadas e um viaduto separam nossos primeiros lares. Pode parecer muita coisa, mas o legado de Elza sempre foi vivo e inspira as meninas negras de Padre Miguel, iguaizinhas a mim. Antes de ser considerada pela BBC, em 1999, a Voz do Milênio, nossa Elza foi apenas mais uma das muitas sonhadoras que conhecemos por aí a fora. O Planeta Fome se localizava na antiga favela de Moça Bonita (atual Vila Vintém) e terminava no bairro da Água Santa. Entre favelas e cortiços, driblando tantas violências simplesmente por ser quem foi, emergia a voz que vai cantar até o fim do mundo.

A vida nunca facilitou para Elza. Com doze anos foi forçada, pelo seu próprio pai, a se casar. Esse foi apenas o início de um caminho repleto de violências. O machismo, racismo e pobreza nunca foram capazes de silenciar sua voz. Elza usava a música para gritar para um mundo que fingia não escutá-la. Sua primeira aparição na rádio foi tão icônica quanto sua personalidade. Motivada pela necessidade de salvar seu filho da morte, Elza foi atrás do prêmio oferecido pelo programa de calouros de Ary Barroso, na rádio Tupi, em 1953. A cantora, que na época tinha somente treze anos, ficou conhecida pela resposta dada ao apresentador, que debochadamente perguntou “De que planeta você veio menina?”. Então Elza respondeu: "Eu vim do Planeta Fome”.

Nem mesmo depois de conquistar os palcos deixou de ser interpelada. Seu relacionamento com Mané Garrincha foi motivo de conflitos e acusações públicas Elza que apesar de todos os sentimentos contraditórios, nunca escondeu sua paixão pelo jogador e teve sua partida atrelada a uma série de coincidências, jamais pode ser reduzida à mulher de Garrincha. Sorte a dele ter dividido parte da vida com Elza.

Sua carreira foi brilhante. Elza Soares deixou 35 discos e centenas de músicas que transbordam toda sua intensidade. O legado está para além das suas denúncias em forma de canção, ao ouvir sua voz é quase impossível explicar o sentimento causado. Vou apenas dizer, caro leitor, que sinto um arrepio que vai da espinha à planta dos meus pés. Ouvir sua voz rouca é quase uma epifania.

Tão geniosa, parece que Elza partiu no dia que quis. Fez sua passagem no dia 20 de janeiro, uma data emblemática para os cariocas. É dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade, dia que se completaram 39 anos que Garrincha também partiu. O cozido, como de costume, estava rolando solto na quadra da sua escola, Mocidade Independente de Padre Miguel, que compartilha o padroeiro com a cidade. A notícia abalou a todos, os festejos deram lugar a homenagens e um decreto de luto de três dias.

Elza me ensinou tanto, mesmo sem me conhecer. Me ensinou a ter garra para lutar contra esse sistema que nos mastiga e cospe. Me ensinou que sentir não é uma fraqueza, muito pelo contrário.  Ela é símbolo de resistência e dedicou sua arte a dar voz a quem não podia falar. Suas músicas são gritos de guerra à violência contra as mulheres, ao racismo e as desigualdades socioeconômicas que persistem no nosso país. Elza cantou até o seu último dia de vida por um outro Brasil, que infelizmente não viveu.

Quando recebi a notícia que ela havia falecido fiquei abaladíssima. Fui para o Twitter checar se era verdade. Chegando lá, entre tantas homenagens, me deparei com um Tweet dizendo como foi a passagem de Elza. Assim que comecei a ler, gelei inteira. Como tudo nessa passagem foi marcado por supostos acasos, a morte em si também tem. Essa morte calma, quase poética, foi a mesma que levou duas pessoas da minha família. Minha Bisa Neném e minha Tia Garota. Duas mulheres negras, com histórias tão fortes, que assim como Elza, morreram na paz.

Crianças quilombolas à margem da vacinação contra covid-19

Em Pernambuco, crianças quilombolas correm o risco de ficar fora da fila de prioridade da vacina contra a covid-19, e, segundo a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), a perspectiva é que o cenário se repita em outras regiões. Apesar da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que os inclui no grupo prioritário, muitos estados têm deixado os pequenos quilombolas no final da fila de vacinação devido à escassez de doses pediátricas, que chegam a conta-gotas nos municípios brasileiros.

Professora da Universidade de Brasília (UNB) e cofundadora da Conaq, Givânia Maria da Silva, do Quilombo Conceição das Crioulas, explica que “ainda é cedo para traçar uma avaliação sobre o andamento da vacinação infantil contra a Covid-19”. No entanto, analisa que as projeções não são boas tendo em vista o transcorrer da vacinação de adultos quilombolas.

“Não foi voluntário o olhar do governo para a vacinação em nossas comunidades. A inclusão dos quilombolas no grupo prioritário se deu a partir de uma decisão do STF, tomada mediante uma ação judicial protocolada pela Conaq e sua rede de parceiros. Até o momento da decisão, o governo não havia movido qualquer ação, nem de proteção, muito menos em relação à vacinação desses grupos”, explicou. Apesar da determinação, apenas 49% dos adultos haviam recebido a primeira dose da vacina até dezembro de 2021. Já 48% teriam completado o esquema vacinal. O levantamento foi elaborado pela Conaq em parceria com as organizações Terra de Direitos e Ecam.

Por um lado, é lenta a imunização nas comunidades formadas por descendentes de negros que resistiram à escravidão no Brasil. “Nós lidamos com uma ausência de dados gigantesca. É um problema o fato de não haver um Censo que descreva quantos quilombolas existem no Brasil. Nós trabalhamos com uma estimativa feita pelo IBGE em 2019, quando o órgão se preparava para o Censo de 2020, que traria pela primeira vez as comunidades quilombolas como categoria censitária. Enfim, o balanço é que existam 4.800 comunidades espalhadas por 30% dos municípios do país. Mas não há estimativa sobre a quantidade de pessoas”. Para explicar o impacto da falta de dados, a professora trouxe à tona, como exemplo, um caso real. “Ocorreu de um município contabilizar duas comunidades quilombolas que, somadas, comportam cerca de 800 famílias em idade vacinal. Mesmo assim, foram enviadas 200 doses de imunizantes para serem aplicadas em todo o grupo prioritário”. Ainda, os sites dos Ministérios da Saúde e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apresentam dados divergentes sobre a vacinação de quilombolas.

“Além da ausência dos dados, há também a questão dos próprios municípios, pois muitos prefeitos não entendiam as razões para priorizar a vacinação do grupo. Instalou-se um problema de disputa. Inclusive, muitos passaram a querer definir com as próprias métricas quem é e quem não é quilombola. Isso tem a ver com racismo. Nossas comunidades nunca foram enxergadas do viés da elaboração de políticas públicas, e, quando uma decisão do STF nos coloca nesta perspectiva, brota uma dificuldade de outra ordem, de raízes profundas”, ponderou.

Além da inclusão dos quilombolas no grupo prioritário durante a pandemia, a Corte também determinou que o governo federal elaborasse um plano de enfrentamento do coronavírus nas comunidades quilombolas. “Esse plano passou a se estruturar a partir da instalação de um Grupo de Trabalho (GT) que, ao longo de todo o ano, discutiu políticas públicas emergenciais para nossos povos. Eu mesma faço parte do GT, mas não vejo efetividade alguma no plano”. A professora afirma que essas políticas públicas não saíram, nem deixarão o papel no futuro porque “todos os recursos que seriam acionados no plano foram destituídos. Simplesmente, não há dinheiro para implementar as ações emergenciais.”

Questionada se as ações do governo federal foram falhas para com os quilombolas, sem pestanejar, a pesquisadora respondeu: “não”. “Para que as políticas sejam falhas, elas precisam existir. Mais que não terem sido criadas, muitas leis que nos protegiam foram extintas. Portanto, a maior falha não foi do governo. Foi de um Brasil que alçou à Presidência um governo que, ainda em campanha, anunciava a perseguição aos indígenas e quilombolas. Tem sido longos anos marcados pelo retrocesso. Agora, voltaremos à estaca zero, ao ano de 2003, quando as comunidades quilombolas passaram a ser objeto de políticas públicas”, concluiu.

E o que nossos leitores mais clicaram essa semana:

1. BBC: Imagens da explosão do vulcão que causou tsunami em Tonga.

2. g1: Cantora tcheca morre após contrair covid-19 propositalmente.

3. Poder360: Folha rebate profissionais que contestaram artigo sobre racismo.

4. g1: Imagens de satélite mostram destruição causada por vulcão em Tonga.

5. Garrafa no mar: Um app solidário no qual quem pode paga boletos de quem precisa.

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A rede social perfeita para democracias

24/04/24 • 11:00

Em seu café da manhã com jornalistas, na terça-feira desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que a extrema direita nasceu, no Brasil, em 2013. Ele vê nas Jornadas de Junho daquele ano a explosão do caos em que o país foi mergulhado a partir dali. Mais de dez anos passados, Lula ainda não compreendeu que não era o bolsonarismo que estava nas ruas brasileiras naquele momento. E, no entanto, seu diagnóstico não está de todo errado. Porque algo aconteceu, sim, em 2013. O que aconteceu está diretamente ligado ao caos em que o Brasil mergulhou e explica muito do desacerto político que vivemos não só em Brasília mas em toda a sociedade. Em 2013, Twitter e Facebook instalaram algoritmos para determinar o que vemos ao entrar nas duas redes sociais.

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