Edição de sábado: A Páscoa além de Jesus

Amanhã, cerca de 2,3 bilhões de cristãos em todo o mundo vão comemorar a Páscoa, a data mais importante de sua religião. Embora extremamente popular, o Natal não é igualmente relevante. Sua data foi estabelecida quase cinco séculos depois para coincidir com as celebrações romanas do Sol Invictus, o solstício de Inverno. Além disso, há incorreções históricas e muitas discrepâncias entre as narrativas da Natividades nos evangelhos de Lucas e Mateus, o que leva teólogos a encará-las antes como parábolas.

A literalidade da paixão, morte e ressurreição de Jesus, porém, é ponto inquestionável dentro do cristianismo, ocupando praticamente um terço dos quatro evangelhos canônicos – pela ordem cronológica, Marcos, Mateus, Lucas e João. Seu sacrifício para expiar os pecados do mundo e sua volta da morte em um corpo divino dão sentido à fé cristã e são referência constantes nas epístolas escritas por Paulo entre 50 e 60 d.C, os mais antigos textos considerados autênticos no cristianismo.

A narrativa é conhecida por crentes e descrentes. Dias depois de entrar em Jerusalém recebido por uma multidão e conquistar a inimizade de boa parte da casta sacerdotal, o rabi galileu Yeshua ben Yosef – transliterado para o grego como Jesus, não como Josué – foi traído por um de seus discípulos e entregue aos guardas do templo ou a uma turba, dependendo do evangelho. Todos coincidem que, após uma série de torturas e humilhações, ele acabou condenado à crucificação pelo governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos.

Jesus foi executado numa sexta-feira e sepultado, o que era raro para um crucificado, num túmulo de pedra pertencente a um de seus apoiadores. No domingo, Maria Madalena (sozinha em João e com outras mulheres nos demais evangelhos) foi ao túmulo e o encontrou vazio. As versões de quem anunciou a ressurreição – o próprio Jesus ou um anjo – divergem, mas o milagre estava consumado. Pela narrativa dos textos canônicos, após uma série de aparições, Jesus subiu aos céus, e seus discípulos iniciaram um trabalho de pregação que tornaria a nova religião dominante no Ocidente.

Uma questão de calendário

Embora seja, como vimos, o pilar do cristianismo, a Páscoa não está livre da influência de outras tradições e religiões. A começar pelo próprio nome, do greco-latino Pascha, derivado do Pessach judeu. A relação é simples: Jesus e seus discípulos estavam em Jerusalém para a comemoração dessa festa, que acontece no 15º dia do mês nisan, o primeiro da Primavera no calendário judaico. Descrita nos evangelhos e tema constante da arte, a última ceia seria um banquete de Pessach – significando que a festa aconteceu numa quinta-feira. Uma indicação clara de que Jesus foi morto numa sexta-feira é que, segundo os evangelistas, seu sepultamento teve que ser rápido, antes que o sol se pusesse, dando início ao shabat, o sétimo dia, quando os judeus devem guardar o repouso.

Os cristãos associaram o nome da festa judaica à ressurreição de Jesus, que precisava ser encaixada nos dias da semana, não nos do mês. Além disso, entre os romanos, o domingo era consagrado ao Sol, o que foi incorporado pelo cristianismo em seu sincretismo com as religiões da Europa. Em 325 d.C., no Concílio de Niceia, foi estabelecido que a Páscoa aconteceria no domingo seguinte à primeira lua cheia após o equinócio da Primavera, descolando-a do Pessach.

E o que é o Pessach? Segundo a tradição judaica, a data marca a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito, conforme descrito em Êxodo, segundo livro do Pentateuco. A questão é que hoje somente estudiosos ultraconservadores atribuem valor de fato a essa narrativa. Não há qualquer menção ao cativeiro de judeus ou de sua libertação nos registros históricos do Egito antigo.

No livro Bible Unearthed (que no Brasil ganhou o apelativo título A Bíblica Não Tinha Razão), de 2001, os arqueólogos israelenses Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman sustentam tratar-se de um mito derivado, via tradição oral, de um fato muito antigo, a expulsão dos hicsos, um povo semítico que governou o Egito entre os séculos 18 e 16 a.C. Segundo eles, o Pentateuco foi escrito por volta do século 7 a.C., consolidando essas tradições orais e associando-as a festividades sazonais, como equinócios e solstícios. E é exatamente essa relação com as estações do ano que nos leva às origens de alguns dos mais conhecidos símbolos da Páscoa, os ovos e os coelhos.

Os símbolos da fertilidade

Um aspecto importante do desenvolvimento de religiões é que, ao se expandirem e incluírem outros povos, por conversão ou conquista, não raro incorporam elementos das crenças anteriores dessa população, facilitando sua assimilação. Seja pela inclusão de divindades num panteão ou pela ressignificação de suas festas e símbolos. Já vimos, cá no Meio, que, além da data coincidente com diversos mitos solares, o Natal incorporou elementos pagão europeus, como o pinheiro, árvore cujas folhas sobrevivem ao rigor do inverno.

Assim também foi com a Páscoa. Mesmo em idiomas que não têm origem latina é comum que o nome da festa remeta ao citado Pascha, mas há duas exceções importantes: inglês e alemão, nos quais é chamada de Easter e Oester, respectivamente. A explicação foi dada no século 8 d.C. por um dos maiores pensadores da época, o monge britânico Beda, o Venerável, (673-735). Em sua obra Sobre a Contagem do Tempo (725), ele diz ser o nome do mês de abril no dialeto saxônico que ficou conhecido como inglês arcaico, numa homenagem a Eostre, uma deusa da Primavera.

Praticamente não há registros dessa divindade, e não são poucos os estudiosos que sugerem ser uma invenção de Beda, mas há uma menção semelhante. Em 1835, o linguista e folclorista alemão Jacob Grimm (1785-1863), um dos Irmãos Grimm dos contos de fadas, publicou os dois volumes de sua Mitologia Alemã, nos quais traça as origens do mês de Oester, associando-o a Ostara, uma deusa “da aurora radiante”. Sua conclusão é que o culto a ela era tão enraizado entre os saxões que o nome foi mantido na conversão desse povo ao cristianismo.

Grimm também associava Ostara à tradição alemã dos ovos de Páscoa, ovos de galinha, pato ou ganso cozidos cujas cascas são decoradas com pinturas e são comidos nessa ocasião. A tradição, claro, não é alemã; ovos pintados existem desde a Antiguidade como símbolos de fertilidade. No cristianismo primitivo, foram ressignificados, com a vida saindo da casca sendo uma analogia à saída de Jesus da sepultura, com a tinta vermelha da pintura simbolizando seu sangue. Além disso, ovos estão entre os alimentos proibidos na Quaresma, o que enfatizava o simbolismo de comê-los na Páscoa.

E o coelho ou lebre? Aí não há ressignificação possível. Com seu, digamos, furor reprodutivo e uma gestação média de 30 dias, esse simpático leporídeo é um símbolo clássico de fertilidade. Não é possível precisar em que momento ele entrou no rol de símbolos da Páscoa, mas, em 1682, o médico e botânico alemão Georg Franck von Franckenau (1643-1704) já fazia troça da crença nele. No ensaio Disputatione Ordinaria Disquirens de Ovis Paschalibus (Discussão Comum a Respeito do Ovo de Páscoa, em tradução livre), de 1862, ele dizia que na Alsácia, hoje parte da França, as “pessoas simples e as crianças” os chamavam de “ovos de coelho” devido ao mito de que eram trazidos pelo coelho da Páscoa. Jacob Grimm também associou o animal a Ostara, embora não haja qualquer confirmação disso.

Saber as origens de diferentes elementos de festas e tradições religiosas as priva de significado, importância ou mesmo poesia? Pelo contrário, prova nossa capacidade de adaptação e de agregar novas realidades. E se, no meio do caminho, o ovo de galinha virar um ovo de chocolate, melhor ainda.

Catar, homofobia e a Copa

“Durante a Copa do Mundo, se um torcedor levantar a bandeira do arco-íris e eu a confiscar, não é para insultá-lo, mas para protegê-lo. Porque se eu não o fizer, alguém ao redor dele pode atacá-lo... não posso garantir o comportamento de todo o povo. Então, eu direi ao torcedor: ‘Por favor, não há necessidade de levantar essa bandeira neste momento. Se você quer demonstrar sua visão sobre o movimento LGBTQIA+, demonstre-a em uma sociedade onde ela será aceita. Assista ao jogo. Mas não venha e insulte toda a sociedade por conta de sua visão”, disse em entrevista à Associated Press o major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Catar.

Nas últimas semanas, a declaração da autoridade gerou comoção internacional. Ainda, na entrevista realizada no início de abril, Al Ansari insistiu que casais LGBTQIA+ serão bem-vindos no torneio, embora as relações entre pessoas do mesmo gênero continuem criminalizadas no país. “Reservem o quarto juntos, durmam juntos… isso não é da nossa conta. Estamos aqui para administrar o torneio. Não vamos nos intrometer nas questões pessoais de quem nos visitar. Mas aqui não mudaremos nossas leis, você não pode mudar a religião do país por 28 dias de Copa do Mundo”, completou.

De acordo com a Constituição do Catar, um emirado absolutista e hereditário composto por cidadãos de maioria pertencentes ao movimento salafista do islã sunita, a Sharia é a principal fonte de legislação. Trata-se de um conjunto de normas que mistura o direito civil e o direito islâmico, derivado de orientações do Corão. Segundo a Sharia, relações homossexuais devem ser punidas com a morte.

Em entrevista ao Meio, José Antonio Lima, professor de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco, analisou a fala de Al Ansari a respeito do banimento das bandeiras no país. “Há alguns valores universais e estes devem ser perseguidos, como a busca pela igualdade. É evidente que a fala é ofensiva às organizações LGBTQIA+ em todo o mundo, a atitude da autoridade deve ser criticada. No entanto, quando olhamos para a busca destes valores, precisamos nos debruçar sobre a possibilidade de chegar ao ideal planejado. É preciso tomar cuidado para que essa perseguição não acabe causando ainda mais problemas às comunidades locais. A questão é: a bandeira LGBTQIA+ num estádio no Catar vai fazer avançar a situação precária da comunidade LGBTQIA+ do país?”, questionou.

Para exemplificar a reflexão, o professor buscou um caso que ocorreu na Tunísia, nação também muçulmana no Norte da África, em 2013. Na ocasião, três militantes europeias do grupo feminista Femen entraram no país como turistas e protestaram com topless em praça pública.

“Na Tunísia, logo em seguida da Primavera Árabe, ocorreu a emergência de vários grupos em busca de direitos. Muitos destes, grupos feministas. No entanto, numa sociedade altamente conservadora, os grupos feministas usam uma estética diferente e defendem pautas diferentes. É um movimento local, que entende o cenário local e ali, alicerça sua disputa. O protesto das turistas em 2013 provocou um choque na sociedade tunisiana e acabou reforçando os setores contrários ao feminismo. Isso fez retroceder a luta das feministas locais — por mais que elas operassem em uma lógica completamente diferente, uma lógica que lutava por direitos básicos.”

Para além das questões que envolvem turistas atraídos pela Copa, Lima considera que a comunidade internacional deveria se preocupar, sobretudo, em melhorar a vida das comunidades perseguidas nestes países.

“As pautas de direitos humanos são extremamente valiosas e devem ser perseguidas pela sociedade como um todo, pela comunidade internacional e por entidades como a FIFA. A crítica que se pode fazer é que a entidade nada fez para avançar a questão LGBTQIA+ no Catar. Daí, poderíamos questionar: ‘mas o que ela poderia fazer?’ Assim, entramos em uma outra discussão, um debate sobre a reforma do sistema de atribuição destes grandes torneios. Há uma série de questões envolvidas, mas é preciso pensar, para além do período da Copa, na melhoria da capacidade de atuação dos grupos perseguidos”, avalia.

Mudanças na legislação do Catar

Nos últimos anos, a legislação do Catar tem sofrido uma série de mudanças que a torna mais moderada. Embora estejam emergindo várias denúncias que indicam violações de direitos humanos dos trabalhadores que prestam serviços para construir a estrutura da Copa, entre as principais alterações nas normas do país estão as relacionadas aos direitos trabalhistas.

“Essas mudanças vêm sendo feitas, justamente, por conta da pressão internacional”, diz Lima. “Um ponto importante é o fato de que, por não ter um establishment religioso como a Arábia Saudita, houve mais espaço ao longo das últimas décadas para que a monarquia do Catar buscasse modernizar o reino. Essa modernização, que é autoritária — vem de cima para baixo, tem um lado econômico. Este é exatamente a necessidade de diversificar a economia para além do gás natural. Ou seja, o objetivo é criar cidadãos mais globalizados, que estejam expostos ao conhecimento internacional, à cultura internacional e à inovação internacional para se criar uma sociedade mais conectada com o mundo e, portanto, com maior capacidade de navegar economicamente neste mundo. Esse é o norte da política de modernização autoritária da política do Catar”.

Desta forma, a Copa do Mundo representa uma grande oportunidade econômica para o país, o que posteriormente deve influenciar na mudança de leis e dos costumes. Isso ocorre porque, como esclarece, o esporte é uma forte ferramenta que a nação utiliza em sua política externa, sobretudo para melhorar a imagem e estreitar laços com outras nações. A grande marca disso é o Paris Saint Germain, que pertence a Nasser Al-Khelaïfi, integrante da família real.

“A Copa do Mundo vai ampliar a influência do Catar no Oriente Médio como um todo e, em especial, nos países árabes. Além disso, vai atrair os olhos positivos do Ocidente, acostumado a direcionar seus piores olhares. Usando a pressão externa e a necessidade interna, a Copa do Mundo servirá como um catalisador para várias mudanças. A questão é que essa modernização autoritária tem a dificuldade de modificar a mentalidade da população. Ainda há uma grande pressão conservadora social. Vale lembrar que alguns valores são universais e a busca por eles é inegociável. Mas é preciso pensar no caminho a ser construído para que estes sejam alcançados”, conclui.

Três ideias para adiar o fim do mundo

“Hoje estamos o alvo de uma agressão que pretende atingir nossa essência, a nossa fé, a nossa confiança de que ainda existe dignidade e de que ainda é possível construir uma sociedade que sabe respeitar os mais fracos”, bradou o líder indígena Ailton Krenak, vestido com um terno branco e o rosto pintado com tinta preta para protestar contra o que considerava um retrocesso na tramitação dos povos originários.

O pronunciamento é de 1987 da Assembleia Constituinte, mas as lições do autor de Ideias Para Adiar o Fim do Mundo (Companhia das Letras) para impedir uma catástrofe climática em três anos estão mais urgentes que nunca. Da entrevista concedida à Elaize Farias, Katia Brasil e Renata Tupinambá, no Festival 3i - realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor) - pesquei três caminhos indicados por Krenak: não naturalizar a violência, a escuta ativa e a espiral de afetos.

O filósofo critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma “humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”. E revelou: a ideia que protagonizou no discurso antológico no plenário não foi pensada.

O brado retumbante do escritor ainda inspira artigos científicos e ecoa ativamente nos rostos pintados de vermelho em Brasília. Cor que também está presente na mão dos garimpeiros que praticam abuso sexual em meninas ianomâmi, em troca de um prato de comida. A denúncia é da  Hutukara Associação que lançou,  nesta segunda (11), relatório Yanomami sob ataque: garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo.

Diante desse cenário alarmante, no Brasil, a mineração artesanal se torna um eufemismo pernicioso para garimpo ilegal. É importante ouvir as vozes que vêm da floresta. Especificamente uma voz sábia e lúcida. As populações originárias têm muito a oferecer desde que alguém queira ouvir: “Mas a gente só pode contribuir com quem quer escutar”, dispara.

Não naturalize a violência

“É bem provável que nas nossas favelas 30% da população esteja vivendo nessas condições sub-humanas sem acesso a saneamento básico. Só que essas pessoas convivem, vivem, nascem, têm filhos, crescem, alguns nasceram, morreram e viveram dentro dessa máquina de fazer da miséria como se fosse uma condição natural. Então, é naturalizar o desastre. Uma ecologia do desastre é quando nós aceitamos a violência e nos acomodamos dentro dela. Seja uma violência com o ecossistema, com o ambiente que vivemos, seja uma violência contra o corpo.

“Nos conformar com o estrago que está ao nosso redor e ir nos adaptando. Seria mais ou menos como alguém que perde o braço, põe um braço mecânico. Pede a perna, põe uma perna mecânica e nós vamos gradualmente nos acomodando a uma ecologia do desastre. O rio está dragado, você bebe água que vem do caminhão pipa. A sua paisagem está devastada? Ah, você faz um reflorestamento.

“Então, nós estamos vivendo essa ecologia do desastre como um enunciado de um mundo que está se desmanchando debaixo do nosso pé, enquanto a gente continua andando como se nada estivesse acontecendo. É uma ideia terrível. Ela não é ingênua, é uma violência instituída.”

Escuta o xamã 

O nosso querido (Davi) Kopenawar [cientista e um dos principais propagadores da Teoria de Gaia aplicada], fala que a pedra, a água e a floresta não morrem. Quando um rio é dragado o tempo desse estrago para a vida dos humanos é como se fosse um fim daquele rio. Mas os humanos é que vão acabar, o rio vai voltar, o rio vai continuar. (...) Eu tenho insistido muito na ideia de metamorfose.

“Como humano acha que é o centro de todas as coisas, fica parecendo aquela canção romântica que dizia Meu Mundo Caiu, quer dizer o mundo daquele cara. Os outros mundos continuam. Quando eu publiquei Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, eu estava desbaratinando esse pessimismo, dizendo que tem outros mundos. É que os humanos acham que são os caras mais interessantes da vida aqui no planeta.”

Fala que eu te escuto

“Se nós escutarmos o que está ao nosso redor, nós vamos encontrar muitas outras perspectivas de vida e algumas delas cheia de beleza, confiança e esperança. A gente tem que fortalecer nossos vínculos de afetividade uns com os outros. A gente tem que animar uma espiral de afetos que anima cada um de nós a viver o dia, aquela ideia de viver esse dia e viver ele com a potência é capaz de animar outras pessoas também a viver o dia.

“A ideia da performance de pintar o rosto na Constituinte não foi pensada. Foi um gesto espontâneo, da mesma maneira que alguém leva martelada no joelho e balança a perna. Diante de uma situação de constrangimento, eu reagi buscando uma linguagem para me comunicar.(...) E em alguns momentos, eu acho que o homo sapiens deu errado.”

O futuro é ancestral

“Em guarani, jenipapo significa ‘fruta que serve para pintar’. E faz parte da tradição cultural dos Tupinambás em que a pintura é realizada com argila (branco), urucum (vermelho) e jenipapo (preto).

Para ele, nosso tempo é especialista em produzir ausências: "Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar e de cantar. E está cheio de pequenas constelações de gente espalhada pelo mundo que dança, canta e faz chover. (...) Minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história.”  Podemos ser flecha.

Para assistir com calma:

Guerras do Brasil.doc (Netflix)

Para ler com calma:

A pergunta que não quer calar: como você está?

A Amazônia sob a pata do boi

E os mais clicados dessa semana de páscoa:

1. Youtube: Ponto de Partida – LePen é Bolsonaro?

2. Youtube: Novo trailer da temporada 4 de Stranger Things.

3. O Globo: Viagra é indicado para hipertensão arterial pulmonar?

4. Rolling Stone: Millie Bobby Brown desabafa sobre sexualização na adolecência.

5. Estadão: Em estudo, cientistas rejuvenescem em 30 anos células da pele de uma mulher.

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24/04/24 • 11:00

Em seu café da manhã com jornalistas, na terça-feira desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que a extrema direita nasceu, no Brasil, em 2013. Ele vê nas Jornadas de Junho daquele ano a explosão do caos em que o país foi mergulhado a partir dali. Mais de dez anos passados, Lula ainda não compreendeu que não era o bolsonarismo que estava nas ruas brasileiras naquele momento. E, no entanto, seu diagnóstico não está de todo errado. Porque algo aconteceu, sim, em 2013. O que aconteceu está diretamente ligado ao caos em que o Brasil mergulhou e explica muito do desacerto político que vivemos não só em Brasília mas em toda a sociedade. Em 2013, Twitter e Facebook instalaram algoritmos para determinar o que vemos ao entrar nas duas redes sociais.

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