Edição de Sábado: A China de Xi Jinping se impõe no mundo

Xi Jinping, o presidente chinês, tem aparecido muito na televisão local. Camisa social lisa e bem passada, mangas nunca dobradas, na calça vincos impecáveis. Nos ambientes externos aparece sem máscara mas, nos internos, todos a vestem. Tem sempre, no rosto, uma expressão leve, que não raro se abre prum sorriso. Quando aparece na TV, Xi costuma estar no centro de uma roda. Pode ser numa fábrica, no meio de uma fazenda, às vezes um laboratório com pessoas de jaleco. Mas é sempre Xi no meio da roda explicando algo. Com 1,80 m, costuma ser um dos mais altos. É comum que curve as costas, lance a barriga à frente e estenda o braço quando fala. Não aponta, pois mantém a mão aberta, mas indica algo. É como se dissesse ter sempre o futuro em mente. “Me surpreendi sobre o quanto ele entende de terra preta”, comentou um agrônomo nesta última quinta-feira, em entrevista à CCTV, a principal cadeia de televisão do país. Na sexta, um engenheiro se admirou de quanto ele conhece sobre drones militares. Xi Jinping está engajado numa campanha interna de relações públicas. Porque, externamente, parece ocorrer o contrário. Há décadas a China não se via envolvida em tantos conflitos diplomáticos simultâneos.

O mais óbvio é com os Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump percebe como mote eleitoral se mostrar duro com a China. Se fossem só os EUA, a explicação da política interna americana poderia ser suficiente. Mas, desde o início de maio, uma série de pequenos conflitos armados explodiram na região de fronteira entre soldados indianos e chineses. À troca de tiros se seguiram sanções comerciais de parte a parte. Uma das vítimas foi o app social TikTok, empresa chinesa que tinha na Índia seu maior mercado e foi banida. Há duas semanas, navios militares chineses e australianos se encontraram numa área cujo domínio é contestado. Não houve troca de tiros, mas a tensão cresceu durante algumas horas. Foi o ápice de preocupação num ambiente de duras conversas que vêm ocorrendo entre as duas nações desde que Canberra abriu uma investigação sobre a responsabilidade chinesa pela pandemia do novo coronavírus. Beijing respondeu aumentando as tarifas de importação sobre a cevada australiana. O contexto geral se dá numa mudança de tom por parte da diplomacia chinesa, que se mostra mais impositiva. As relações com o Reino Unido andam, também, cada vez mais ácidas. Com o Canadá, houve troca de prisões de cidadãos dum país e do outro. E, claro, há um arroxo da política em Hong Kong, que deteriora a imagem do País do Centro perante as democracias do mundo.

A China mudou de comportamento, principalmente desde o início do ano.

Até pouco tempo atrás, predominava na política externa o princípio estabelecido por Deng Xiaoping — tao guang yang hui, ou garras escondidas. A China se apresentaria ao mundo como um gigante gentil. Uma ditadura no interior, mas capaz de jogar o jogo do comércio internacional nas regras do mercado. Por que mudou não é claro. Mas há hipóteses.

Começa com o próprio Xi Jinping. Desde Deng, que governou até 1989, um secretário-geral do Partido Comunista não acumulava tanto poder. Mas Deng era de um tempo em que os líderes chineses ainda se exibiam, internacionalmente, com o uniforme cinza vestido por todos desde a Revolução Cultural. Não pegou a migração para a camisa social, a gravata, o terno, e comandou um país de enorme população mas, essencialmente, pobre. Xi, que chegou ao comando do Partido em 2012 e à presidência no ano seguinte, trabalhou pelo poder que tem. Sua primeira ação foi lançar uma campanha contra corruptos. Prendeu gente no Partido e no Exército, fazendo com que sua popularidade disparasse. Dentro da estrutura burocrática, o resultado foi igualmente benéfico. Se livrou de possíveis adversários e instaurou medo no alto-comando. Simultaneamente, a máquina de propaganda trabalhou com diligência para criar a imagem de um líder benevolente e sábio — não é à toa o constante sorriso leve ou o estar sempre ao centro explicando algo, como aparece na TV.

Os sinais de que a ditadura apertaria já apareciam faz alguns anos. Estavam, por exemplo, na ampliação dos sistemas de vigilância interna — as câmeras por toda parte, inteligência artificial acompanhando o comportamento das pessoas na rede e fora dela. Logo no início de sua gestão, Xi investigou e prendeu líderes dissidentes do movimento estudantil da Praça da Paz Celestial, em 1989. Era um assunto esquecido, mas já um recado de que não toleraria vozes dissonantes. O aperto do cinto contra minorias étnicas na província de Xinjiang e a diminuição das liberdades democráticas em Hong Kong são mostra de uma continuidade, não de mudança política. E, de certa forma, representam uma lição que Xi teve ainda pequeno. Seu pai, Xi Zhongxun, foi um dos heróis da revolução comunista de 1949, e alto-líder do Partido no início do Regime. Mas foi, também, uma das vítimas da Revolução Cultural, banido por Mao Zedong em 1962 por comportamento ideológico inadequado. A mesma tática de limpar qualquer possível adversário que Xi, o filho, adotaria anos depois.

Mao liderou a China até o fim da vida e deixou um país miserável. Deng ergueu o país, começou o processo de abertura, e o direcionou no caminho que levaria à prosperidade das últimas décadas. Ao reorganizar as regras que regiam o Partido, e o governo, uma das preocupações de Deng era ser o último a concentrar poder demais. Da maneira como via, o Partido seria mais forte e eficiente como uma comunidade de líderes no comando da burocracia, em competição uns com os outros. Limite do número de mandatos permitiria, também, trocas constantes no comando do país. Saber que um presidente ficaria um tempo, mas seria substituído depois, permitia dissenso entre a elite política. Mesmo que discretamente e apenas nos círculos de poder, decisões podiam ser debatidas e questionadas. De certa forma, questionar fazia parte dos ciclos de campanha eleitoral.

O Partido Comunista Chinês tem 90,6 milhões de afiliados, o que corresponde a 6,5% da população. Em 2011, de acordo com números oficiais, 21 milhões de pessoas tentaram entrar. Deles, aproximadamente 3 milhões foram aceitos. A cada cinco anos, estes 90,6 milhões elegem 2.300 delegados para o Congresso. Os delegados, por sua vez, se reúnem e escolhem quem fará parte do Comitê Central, de 200 pessoas. Um novo ciclo de votação por este grupo menor elege o Secretário-Geral, que vira presidente, e seu conselho de governança, o Politburo, formado por 24 ministros. O 19º Congresso, que ocorreu em 2017, consolidou de vez o poder de Xi Jinping.

Uma das novidades é que não há mais limite do número de mandatos presidenciais.

A China construiu nas últimas três décadas um sistema ditatorial que, de alguma forma, buscava formar uma elite de governança tecnicamente capaz e, na qual, havia constante competição por poder. Uma competição que favorecia competência. Isto mudou. A mudança em sua política externa, conforme o país vai se tornando mais impositivo, ocorre num cenário em que as decisões são cada vez mais autocráticas. Feitas por um homem só que impõe medo até àqueles no ciclo mais próximo. Um homem cada vez menos questionado, a quem são apresentadas poucas críticas. Os mecanismos que favoreciam competência vão se esvaindo.

Mas ser uma ditadura não quer dizer que o ditador possa tudo. É por isso que, após a crise disparada pelo novo coronavírus, com o ambiente internacional cada vez mais difícil, Xi está circulando o país numa campanha em que tenta elevar sua popularidade. Ele precisa ser popular pois muito do controle que mantém sobre o Partido depende disso. Ao menor sinal de fissuras, haverá gente tentando conseguir seu lugar. Por enquanto, a popularidade está em alta.

E mesmo que esteja em curso uma ofensiva internacional contra a China, conforme o mundo volta a se polarizar em algo semelhante à Guerra Fria, o presidente chinês ainda tem um poder que faz muita diferença. Um poder que União Soviética jamais teve. Neste junho, em pleno ambiente de pandemia, as importações chinesas aumentaram em 2,7% quando comparadas ao mesmo mês, no ano passado. Os principais beneficiados destas compras são Austrália, Brasil, Japão e Coreia do Sul. Nos próximos meses, porque a doença parou economias em todo o globo, o mundo entrará numa crise violenta. Nenhum outro país terá o poder que a China tem de, através de suas importações, reerguer o planeta. Diferentemente da primeira década do século, nesta segunda Beijing escolheu crescer o consumo de seu mercado doméstico. Se voltar a mirar o mundo, para aumentar seu capital de influência e soft-power, pode produzir enriquecimento por toda parte. Aí, as críticas pelo confinamento de minorias em campos de reeducação ou o cerco às liberdades individuais, em Hong Kong, pode diminuir muito.

Zeng Fanzhi, o artista chinês contemporâneo cuja carreira é também um reflexo da sociedade chinesa

Wuhan era bem diferente na década de 1960, quando Zeng Fanzhi, ícone do mundo da arte contemporânea, nasceu. Do realismo social utilitário de sua infância, na época da Revolução Cultural, à estratosfera dos preços milionários nos salões mundiais de arte nos centros urbanos, a carreira do artista chinês também serve como analogia para compreender o estado atual da arte moderna no país.

Foi em 1993 que Zeng Fanzhi partiu para Pequim em busca de reconhecimento. “Em Wuhan, as pessoas olhavam para o meu trabalho e sorriam, pensavam que eu estava louco. Em Pequim, elas viram que eu era uma pessoa com ideias”. Afastado dos amigos e socialmente isolado, deu início, assim, à série Máscaras: uma coleção de quadros que explora a questão da identidade e a natureza artificial das relações humanas.

Nas pinturas, Zeng retrata figuras bem vestidas, usando máscaras brancas e com expressões vazias. É uma alusão à rápida transformação da China na década de 1990, quando o artista observou que as autoridades chinesas passaram a usar ternos e gravatas. Zeng achou a mudança artificial. Dissimulados, os personagens da série são também o reflexo da dificuldade de Zeng em se conectar com as pessoas na cidade de Pequim. Além das preocupações existenciais do artista em relação à sua nova vida urbana, há em todos os quadros da série uma ironia muito sofisticada sobre a afetação.

O mercado global de arte chinesa moderna mal existia, mas Zeng Fanzhi conseguiu pendurar, em 1998, um dos quadros da série no saguão do hotel Ritz-Carlton em Xangai. Máscara No 6 (1996) foi vendida por US$ 16 mil. Passados dez anos, o mesmo quadro foi adquirido por US$ 9,7 milhões em um leilão da Christie's em Hong Kong.

A série impulsionou o estrelato internacional de Zeng, que se tornou o mais caro artista asiático vivo. O trabalho rendeu milhões de dólares para o artista - sobretudo para seus primeiros compradores. Veja a obra em realidade aumentada pelo Google Arts e outras informações sobre valores, análises e histórico de exibições.

Em 2013, o artista contemporâneo ganhou novamente as manchetes quando seu trabalho, Last Supper, ou A Última Ceia (2001), foi vendido em um leilão da Sotheby's por $23,3 milhões. Pois bem. Em 2016, a pintura foi deliberadamente deixada de fora de uma das suas maiores exposições - a Zeng Fanzhi: Parcours, em Pequim. Na ocasião, Zeng disse que "não queria que os visitantes pensassem em leilões, preços e coisas não-relacionadas à arte". Com quase sessenta obras emprestadas de coleções em todo o mundo, a exposição mostrou três décadas da notável carreira do artista - de suas famosas pinturas em série de máscaras à uma recente série de trabalhos em papel artesanal.

Pois é… O século 21 vem se mostrando um momento importante para a China no mundo da arte, o segundo maior do mundo segundo dados de 2019 da Artprice. O número de colecionadores chineses também só aumenta. Das dez maiores casas de leilão no mundo, seis atuam somente na China enquanto as outras quatro (Christie, Sotheby's, Phillips e Bonhams) organizam sessões em Hong Kong. Nos anos 2000, com a expansão econômica, os artistas chineses passaram a focar mais no seu próprio trabalho, desenvolvendo estilos mais originais. O oposto do que aconteceu nos anos 1990, quando o objetivo maior era vender peças para colecionadores estrangeiros interessados em obras orientais - de acordo com estereótipos do que os estrangeiros esperavam da arte chinesa.

Arte e política: curadores escolhem suas obras preferidas

Arte e política. Curadores do Metropolitan Museum of Art, em Nova York, escolheram seus trabalhos favoritos. Trolley - New Orleans (1955), de Robert Frank, foi a obra escolhida por Jeff Rosenheim, curador responsável pelo Departamento de Fotografias do museu.

A imagem integra The Americans, um conjunto de imagens em preto e branco das viagens de Frank pelos Estados Unidos nos anos 1950. É sua obra mais importante. “Depois de ver essas fotos, você acaba não sabendo se uma jukebox é mais triste que um caixão”, escreveu Jack Kerouac na versão norte-americana do livro. Robert Frank morreu em setembro de 2019 aos 94 anos.

A Força continua forte em John Williams

Em 10 de janeiro de 1977, nos últimos dias do mandato de Gerald Ford na presidência americana, John Williams começou a escrever a música de Guerra nas Estrelas. Um novo filme de ficção científica criado por George Lucas. Mais de 42 anos depois, em 21 de novembro de 2019, Williams cuidou da última gravação de A Ascensão Skywalker, o nono e último capítulo da saga principal de Guerra nas Estrelas. Williams compôs a trilha de todos os filmes da série.“E não existe nenhum outro que tenha feito algo semelhante na história do cinema, ou mesmo da música.”

Assim começa um longo perfil de John Williams, hoje com 88 anos, escrito por Alex Ross, crítico de música desde 1996 da revista New Yorker. Ele visitou Williams em seu escritório dentro do complexo da Universal Studios, vizinho ao escritório de outro grande diretor com quem Williams costuma trabalhar: Steven Spielberg.

Alex Ross, sobre a trilha sonora de Guerra na Estrelas, que entrou no repertório das mais veneráveis orquestras ao redor do mundo: “Quando, no começo de 2020, Williams estreou na regência da Filarmônica de Viena, diversos músicos fizeram fila para pedir seu autógrafo. Williams é um senhor educado, de voz suave e tem consciência do impacto extraordinário de de Guerra nas Estrelas no mundo, sem mencionar suas trilhas de Tubarão, Encontros Imediatos do Terceiro Grau, ET, Indiana Jones e até mesmo Harry Potter e Jurassic Park.”

A lembrança mais vívida que Williams tem da trilha do primeiro Guerra nas Estrelas foi na sessão de gravação com a Sinfônica de Londres. Eis o seu depoimento:

“Aquela fanfarra da abertura, eu acho que foi a última coisa que compus. A linha de trinta segundos de notas de trombones tem tons muito difíceis para o timbre do instrumento. E também os agudos do trompete! Maurice Murphy, o grande trompetista da sinfônica, estava na verdade em sua primeira gravação com a orquestra naquele dia, e a primeira coisa que ele tocou foi aquele dó agudo. Houve quase que uma comemoração quando ele tocou a nota perfeita. Ele já se foi, mas eu amo aquele cara.’”

Um padrão que conhecedores de música percebem em suas trilhas mais recentes para a saga de Guerra nas Estrelas, é que o tímpano tem um papel curiosamente proeminente nas cenas climáticas. Ross falou sobre isso:

“Em uma cena memorável de Os Ultimos Jedi, quando Luke Skywalker confronta Kyle Ren, um ostinato obsessivo é tocado a todo volume nos tímpanos por Don Williams, irmão de John, e um veterano das orquestras de Hollywood. Perguntei se havia ali alguma mensagem familiar escondida. Williams riu e disse: ‘Bem, no fundo é uma questão prática. Por conta do barulho dos efeitos sonoros nestes filmes, parti para uma preponderância bastante brilhante de trompete e percussão. Mas talvez exista algum outro elemento que eu não sei bem explicar. A ideia de me tornar um compositor de trilhas profissional, e escrever a trilha de todos esses filmes, por quarenta anos, nunca foi um objetivo de carreira consciente. Simplesmente aconteceu. Tudo que posso dizer é que foi apenas o resultado de uma benevolência aleatória. Que muitas vezes produzem as melhores coisas em nossas vidas.’”

Assista: A Filarmônica de Viena toca a Marcha Imperial sob a batuta de John Williams.

Como o coronavírus impulsionou o consumo de carne vegetal

A pioneira da carne vegetal nos EUA, a Beyond Meat chegou no Brasil. A expansão em meio a à crise econômica tem um motivo: o mercado de carne feito à base de plantas está em alta com a pandemia. Esses produtos não são necessariamente para veganos e vegetarianos. Eles imitam o sabor e a consistência da carne animal e, por isso, têm se tornado alternativas para quem quer reduzir — e não eliminar — o consumo de proteína animal.

De acordo a Nielsen, as suas vendas nos supermercados americanos aumentaram 264% nas nove últimas semanas até 2 de maio. Na Ásia, a Euromonitor International estima que esse mercado cresça 11,6% para US$ 17,1 bilhões em 2020, frente aos +4,75% de 2019. Já o cenário para a carne animal é inverso: o consumo global per capita deverá cair, este ano, para o nível mais baixo em nove anos, segundo a ONU.

A diferença faz sentido. A produção alternativa de proteínas tende a ser mais automatizada do que o processamento convencional de carne. E com menos trabalhadores, menos vulnerabilidade — os grandes produtores Brasil e EUA já fecharam vários frigoríficos devido à contaminação pelo novo coronavírus e a China tem suspendido a importação de alguns locais. As instalações alternativas de carne ainda podem aumentar e diminuir rapidamente a produção, enquanto os produtores convencionais dependem do ciclo de vida do gado.

Para especialistas, esse crescimento só tende a acelerar. As pessoas estão mais preocupadas com o meio ambiente e empresas estão sendo pressionadas a cumprir metas sustentáveis. Dados mostram que a agricultura animal é responsável por cerca de 14% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Segundo a ONU, o aumento da demanda por proteína animal, a agricultura insustentável e o uso e exploração da vida selvagem estão entre as tendências que impulsionam o surgimento de doenças originárias de animais como a Covid-19.

As empresas têm aproveitado o momento. Além do Brasil, a Beyond Meat também anunciou uma parceria com Alibaba e Starbucks para vender pela primeira vez os seus produtos na China. A sua concorrente, Impossible Foods, expandiu a suas vendas nos EUA de 200 lojas em janeiro para mais de três mil em maio.

Apesar do crescimento recente, o setor de carnes alternativas ainda é uma fração da indústria convencional e, por isso, os preços são mais salgados. Tem os que criticam ainda que esses alimentos são ultraprocessados, o que faz mal à saúde. Enquanto isso, os produtores de carne animal estão investindo pesadamente em automação que deve tornar suas instalações mais resistentes a pandemias e escassez de mão de obra. E também estão entrando nesse mercado. No mês passado, a JBS, a maior vendedora de carne do mundo, lançou sua própria marca de hambúrgueres à base de plantas.

Porém, com ou sem pandemia, o mercado de carne já estava em transformação. Para muitos, o futuro nem é a carne vegetal, mas a carne feita em laboratório, a partir das células animais. O Good Food Institute estima que desde que a primeira startup, Memphis Meats, foi fundada em 2015, 60 startups entraram nesse mercado. Mas neste momento, apenas cinco ao redor do mundo têm instalações piloto ou anunciaram que começaram a construir uma produção, segundo o livro Billion Dollar Burger: Por Dentro da Corrida da Big Tech para o Futuro dos Alimentos (Amazon). Um dos problemas ainda é o preço e o custo de produção.

Mesmo assim, alguns já começaram a investir. O KFC não só fez parceria com a Beyond Meat, mas também com a empresa russa 3D Bioprinting Solutions para tentar recriar os seus frangos em laboratório. O CEO da Aquaa Partners, Paul Cuatrecasas, estima que a carne de laboratório estará acessível em 2022 e nos restaurantes e nos supermercados até 2023.

Um TED talk do diretor da Good Food Institute, Bruce Friedrich, sobre o futuro da comida. Assista.

E os mais clicados de uma semana em que vídeos se destacaram:

1. G1: A foto do palestino que escalou as paredes de um hospital para, do parapeito, se despedir de sua mãe, internada com Covid-19.

2. Folha: Stranger Things lidera a lista de séries mais assistidas na Netflix.

3. Youtube: Do Panelinha – Rita Lobo ensina como grelhar um frango, sem deixar ressecar.

4. Youtube: Ponto de Partida – Isso tudo já aconteceu antes.

5. Youtube: Conversas com o Meio – Paolo Demuru e como a nova direita usa linguagem.

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‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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