Edição de Sábado: O fantasma do SNI se apresenta

Na madrugada do dia 30 de agosto, em 1969, o presidente Artur da Costa e Silva se levantou para ir ao banheiro. Aí, um barulho. Sua mulher, dona Yolanda, também se levantou. Assustada. Encontrou o marido com o olhar perdido, descabelado, vestindo pijamas. “O que é, Costa?”, ela perguntou. O marechal não respondeu. Apontou para dentro da boca — não conseguia falar. Não era o primeiro episódio. Fazia dois dias em que, por alguns instantes, sem que compreendesse bem o porquê, a fala desaparecia. Talvez a tensão do momento justificasse aquilo. Dentro do governo, havia um intenso debate sobre a revogação do AI-5, que fechara a ditadura brasileira uns meses antes, em dezembro. O presidente queria promulgar uma reforma constitucional, reabrir o Congresso e voltar com eleições diretas para governadores. Os ministros militares eram contra, consideravam que o país não estava pronto. O médico particular de Costa Silva, o major Hélcio Simões Gomes, já havia assistido a um episódio similar, dois dias antes, após uma sessão de western spaghetti no cinema do Palácio da Alvorada. A fala do presidente sumia. Mas Hélcio fez testes neurológicos e tudo parecia bem. Não estava. Uma trombose provocou falta de oxigenação no cérebro. Acidente vascular cerebral. O presidente da República perdia a capacidade de governar. E, dali, tumulto. O vice-presidente, Pedro Aleixo, havia sido o único voto contra o AI-5. Cumprir a lei, passando-lhe o cargo, mudaria a rota da ditadura. Os militares precisariam dar um novo golpe de Estado, instalando na presidência um homem que compreendesse os riscos que viam o Brasil correndo. E, em sua visão, ninguém estava mais apto ao cargo do que o comandante do Serviço Nacional de Informação. O general Emílio Garrastazu Médici.

Não é possível compreender a Ditadura Militar, que esteve nas rédeas do país entre 1964 e 85, sem entender o SNI. A primeira agência de espionagem brasileira. Não é possível compreender a obsessão do governo Bolsonaro pela área de inteligência, ou os misteriosos relatórios que o Ministério da Justiça reuniu a respeito de funcionários públicos considerados ‘antifascistas’, sem antes entender o papel do SNI. O caminho fácil, pós-democratização, é o humor. Os relatórios produzidos pelos espiões do regime eram muitas vezes ingênuos, capazes de interpretações estapafúrdias, e paranoicos. Do surrealismo surgiu uma imagem que faz o SNI parecer ridículo. Não era. Ao longo dos anos, o Serviço Nacional de Informação se infiltrou em todos os grupos de esquerda da luta armada, nos movimentos políticos de oposição que buscavam uma saída democrática, em todas as estatais, nos ministérios, em inúmeras universidades. Era de fato paranoico, muitas vezes surreal, e nem por isso menos eficaz. Sem o SNI, a ditadura teria sido outra. Dos cinco presidentes militares, dois estagiaram para o cargo antes passando pelo comando do Serviço — além de Médici, também João Figueiredo.

A ideia de que espionagem estava entre as atribuições de um governo chegou ao Brasil em 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra criou por decreto o Serviço Federal de Informações e Contrainformações. É mesmo a época, no pós-Segunda Guerra, em que o mundo se dividia politicamente entre EUA e União Soviética e as agências de inteligência como CIA e KGB apareciam. O tempo, durante a guerra fria, em que personagens de ficção como James Bond começavam a tomar o imaginário. Mas o SFICI de Dutra existiu no papel sem nunca ter tido uma sala. Quem lhe deu alguma estrutura foi Juscelino Kubitschek, sob pressão dos militares e do governo americano.

O Exército Brasileiro nunca se recuperou do trauma imposto pela Intentona Comunista, a tentativa frustrada de revolução comandada por Luís Carlos Prestes, em 1935. Foi dominada em poucos dias, rapidamente controlada. Só que pegou as Forças Armadas de surpresa não só pelo escopo, eram vários os núcleos do levante, como também pelo número de militares da ativa leais ao Komintern — o departamento soviético voltado à conversão do mundo. Ali se formou a convicção de que o Brasil era um território que estava na mira de comunistas e que até dentro das Forças eles poderiam se infiltrar. O anticomunismo se tornou doutrina nos cursos preparatórios de oficiais. Com a Revolução Cubana, em 1959, esta convicção se arraigou. A década de 1960 começou assim.

Dois conceitos teóricos orientaram a criação do SNI. Um, importado dos EUA, foi a Doutrina de Segurança Nacional, a ideia de que o país estava sob a constante ameaça comunista e que uma das atribuições do Exército era, mesmo que ao custo de interrupção da democracia, proteger o Brasil do risco. O outro, talvez até mais importante, veio da França — a ideia de Guerra Revolucionária. Elaborado durante a Guerra da Argélia, enxergava o conflito como simultaneamente militar, político e ideológico. Comunistas, como os viam os militares franceses, atuavam nas três frentes ao mesmo tempo, conquistando corações e mentes com seus discursos, estruturando partidos e armando revoltas. Durante toda a Ditadura Militar, os homens no comando compreenderam como sua missão fazer este mesmo combate. Com armas contra os grupos armados de esquerda, mas também cerceando o espaço do MDB, partido da oposição, e marcando em cima de qualquer movimento que pudesse soar de esquerda. Na Igreja, nos sindicatos, na imprensa, entre estudantes, onde fosse.

O SNI nasceu logo nos primeiros dias do regime. Para cria-lo, o presidente Humberto Castelo Branco convocou quem muitos consideravam o mais brilhante dos militares brasileiros — um general da reserva chamado Golbery do Couto e Silva. Aos 53, ele havia sido o número um em todas as turmas das quais participou, desde o curso de formação de oficiais, que deixou em 1930. Sempre um dedicado estudioso, Golbery deixou as Forças Armadas em 1961 para se tornar um dos fundadores do IPÊS, Instituto de Pesquisas Sociais, criado por empresários que temiam o governo João Goulart. Foi Golbery o principal elo entre o alto-comando militar e estes empresários, no período do golpe. Do jeito que o Serviço foi criado, ele atuaria com total garantia de segredo e com orçamento livre. Em 1981, ao deixar o governo de vez pouco antes da democratização, Golbery olharia para trás. “Criei um monstro.”

Nos primeiros anos, para trabalhar no SNI bastava um curso de 30 dias. Embora a inspiração conceitual viesse de EUA e França, a agência brasileira de espionagem em nada se assemelharia aos equivalentes americano ou francês. Diferentemente deles, que só atuam fora do país, o SNI seguiu o molde dos serviços comunistas ou fascistas: dentre suas maiores preocupações estava a de espionar brasileiros. O governo queria controlar sua população. Foi com Médici no comando, ainda antes do AI-5, que o ‘monstro’ começou a mostrar sua cara. Além do Serviço já existente, o general criou departamentos subordinados a ele que passaram a operar dentro de todos os ministérios, órgãos públicos e empresas estatais. Ninguém seria contratado para cargo minimamente relevante sem que antes o SNI o investigasse. Médici seria informado sobre a ação de todos os funcionários com alguma influência. Inclusive ministros. A um ponto, mil e quinhentos agentes tinham esta função, a de espionar o governo, exclusivamente. Só no ano de 1970, o departamento de espionagem dedicado ao Ministério da Justiça requisitou à Polícia Federal 412 pedidos de busca.

E assim o SNI foi ampliando suas funções e atribuições ao ponto de que o curso de 30 dias não bastava mais. Já presidente, Médici fundou a EsNI, Escola Nacional de Informações, que localizou em um bloco de prédios na capital com salão de tiros, auditório com fones de ouvido em todos os assentos, duas piscinas, quadras esportivas e pista de corria. Para padrões de princípios da década de 1970, altíssima tecnologia. Ali, todos os agentes fariam um de três cursos. O mais simples, de espionagem, ensinava coisas como tirar fotografias, implantar escutas telefônicas, técnicas de interrogatório, avaliação psicológica e até luta. Outro, para analistas, era um quê mais complexo. Sociologia, história e ciência política dedicados à compreensão do comunismo. Se estes cursos tinham seis meses, os formados em um destes que quisessem ter cargo de chefia precisavam fazer um terceiro, de um ano no total, para gestão.

“A célula mater da sociedade é a família”, aparecia em uma das apostilas da EsNI. “Assim sendo, qual o fim de uma família em que não exista o princípio da hierarquia consciente e natural de pais para filhos, (em que não haja o respeito mútuo, provocado quase
sempre pela irresponsabilidade dos pais em não levarem aos filhos os princípios básicos da religião, da moral e da honestidade? Fatalmente essa família será conduzida aos caminhos da sua desintegração e, por conseguinte, do seu enfraquecimento. Assim como as famílias, são os países; e assim como os pais, são os governos.” Por esta lógica, quaisquer liberdades foram suprimidas. Era função do governo cuidar para que os brasileiros não se desviassem.

No final do regime, quando o general linha-dura Newton Cruz comandava o SNI, ele já estava dividido em cinco secretarias: Psicossocial, Econômica, Política, Subversiva e Administração. A primeira olhava para a sociedade civil — igrejas, sindicatos, movimentos estudantis. A Econômica se preocupava com empresas privadas. Àquela altura, o SNI já tinha tanta influência que impediu a importação de equipamento para bombeiros. Segundo um relatório da inteligência pátria, havia equivalentes nacionais e, portanto, comprar de fora iria contra os interesses nacionais. A secretaria política cuidava de políticos — mas não todos. O PT, àquela época recém-nascido, era vigiado pelos agentes preocupados com ações subversivas. Quaisquer grupos de esquerda, comunistas ou não, eram percebidos como potenciais núcleos de levantes armados. A secretaria de Administração, por fim, observava por dentro o governo. Era, no conjunto, o ‘monstro’ que Golbery enxergava.

Os generais de hoje, assim como o presidente Jair Bolsonaro, se formaram no tempo em que o SNI operava guiado pela doutrina de que não é só com guerra civil que eles deviam se preocupar. Oposição política e os locais na sociedade onde argumentos de oposição ao governo nascem eram compreendidas como ameaças à segurança nacional. Quando o Ministério da Justiça prepara relatórios sobre funcionários públicos considerados atuantes como ‘antifascistas’, é este espírito que está lá. Um espírito incompatível com democracias liberais.

(Por Pedro Doria)

Literatura: autoras negras no Brasil e no mundo

O anti-racismo não começa e termina com teorias - é também uma questão de mudar nossos padrões de leitura atuais. Inclusive de quem vos escreve. No momento, leio um livro muito bom, chamado O quarto de Giovanni, de James Baldwin. Mas quantos livros de escritoras negras você já leu? Eu nunca.

Por isso, compartilho uma lista de escritoras negras, da literatura moderna e contemporânea, para conhecer. Não foram estabelecidos critérios, pois não há propriedade pra tanto, além de privilégios. Começo pelas brasileiras que me indicaram  -  e gostaria de conhecer mais nomes se possível. Deixo meu e-mail ao final.

Ruth Guimarães causou frisson na crítica literária quando lançou Água funda (1946). Tinha 26 anos. “Mulher, negra, pobre e caipira – eis as minhas credenciais”, disse num discurso na Bienal Nestlé de Literatura, em 1983. O livro se tornou um marco da literatura regionalista. Morreu em 2014, aos 93 anos. Ruth completaria cem anos de vida em 2020.

Jarid Arraes é uma das principais vozes da literatura contemporânea brasileira. Os contos de Redemoinho em dia quente misturam realismo, fantasia e crítica social ao narrar o cotidiano público e privado de mulheres que não se encaixam em padrões e desafiam expectativas.

Ana Paula Maia é a primeira e única bicampeã do Prêmio São Paulo de Literatura. Assim na terra como debaixo da terra é um livro de terror cuja história se passa em um presídio isolado da população em um local conhecido historicamente por torturar e assassinar negros escravizados.

Marilene Felinto, jornalista e escritora brasileira, foi premiada com o Jabuti por seu primeiro romance As Mulheres de Tijucopapo, de 1982. Felinto atuou no jornalismo por duas décadas. Será minha próxima leitura, não só pelo interesse pelo romance, mas  também por ter apressado na Flip o jornalista Fernando de Barros e Silva, da revista Piauí, se mostrando mais interessada em ouvir o público do que o mediador. Errada, não estava. Uma entrevista com a escritora.

Partindo para outros países...

Angie Thomas é autora do premiado best-seller O ódio que você semeia, que depois virou filme. Seu segundo romance, Hora da Virada, acontece um ano após os acontecimentos do primeiro livro e conta a história de Bri, uma jovem de dezesseis anos que sonha se tornar uma rapper de sucesso. Filha de uma lenda do hip-hop underground que morre prematuramente, Bri transforma sua ira numa canção que viraliza. No centro de uma controvérsia, a menina é reportada pela mídia como uma grande ameaça à sociedade.

Brittney Morris é autora de Slay, que está em pré-venda, ainda sem tradução para o português. Em seu romance de estreia, a escritora mostra como os negros são discriminados na indústria de jogos.

Nnedi Okorafor é uma autora nigeriana-americana que mescla o misticismo africano e a ficção científica, abordando questões sociais enquanto mostra que o mundo pode se tornar um lugar melhor. Okorafor nunca imaginou uma carreira como escritora. Planejava ser entomologista até que, ainda universitária, ficou paralisada da cintura para baixo após uma cirurgia nas costas. Ela começou a escrever para se distrair enquanto se recuperava e nunca mais olhou para trás. “A Nigéria é minha musa. A ideia do mundo ser um lugar mágico, um lugar místico, é normal lá.”, disse Okorafor ao The New York Times. Um dos seus livros traduzidos para o português é Bruxa Akata.

Já Tiffany D. Jackson tem a capacidade de torcer elementos de sua história para incluir novas perspectivas, enquanto mantém os leitores questionando suas próprias teorias. É o que aponta a crítica. Seu próximo livro será lançado em setembro e está em pré-venda. Para quem ama thrillers psicológicos, estes são os seus trabalhos.

(Por Claudia Castelo Branco)

A vida dos porto-riquenhos através do Nuyoricans Poets Cafe

Miguel Piñero foi um pioneiro da poesia falada, uma forma que combina poesia, música e teatro. Ele foi o co-fundador do Nuyorican Poets Café em 1973 no Lower East Side de Nova York. A casa de arte capturou como era a vida dos porto-riquenhos na cidade. Neste vídeo, a entonação, a entrega rítmica e os movimentos.

Miguel foi um dos principais membros do movimento literário nuyoricano. A literatura nuyorican – cujo nome vem da fusão de New York e Puerto Rican – está  vinculada à salsa, compartilhando com estas temáticas centrais e suas formas expressivas em torno da oralidade rítmica.

Publicado em 1967, a obra pioneira e fundamental foi o romance autobiográfico de Piri Thomas, Down these mean streets.

Assim como a salsa, em que participavam tanto músicos sem formação acadêmica como alguns graduados dos mais exigentes conservatórios, o Nuyoricans Poets Cafe agrupou escritores autodidatas e alguns de formação universitária. Do mesmo modo que a salsa, incluiu tanto os nuyoricans de nascimento como os de recente migração, e terminou incorporando não só migrantes ou descendentes de porto-riquenhos, como também outros latinos, judeus e minorias.

A literatura do movimento do Nuyoricans Poets Cafe reflete um caráter oral tanto em seu vocabulário como em sua estrutura por meio da chamada “linguagem da rua”; recriando para a expressão urbana a tradição caribenha da arte da palavra improvisada e histriônica. Em seus manifestos assinalavam que sua palavra era inseparável da ação e, junto com ela, devia  fazer-se sempre inovadora. Seus poetry slams eram fundamentalmente performáticos.

(Por Claudia Castelo Branco)

3 galerias

E três galerias de fotos que desafiam alguns dos principais estereótipos dos dias de hoje:

Fotografia fantástica é um gênero antigo e que nos permite se perder em mundos etéreos. Mas é um gênero que costuma ser dominado por modelos brancas. Aqui uma coletânea de belas fotos que mostram que não precisa ser assim.

A polêmica da última semana foi sobre o vídeo afrofuturista de Beyonce. Mas afrofuturismo não é a única estética do movimento negro. Conheça o movimento afropunk.

E meninas skatetistas, mostrando que o esporte radical não é apenas coisa de menino.

Hollywood volta aos poucos enquanto produções de animação não param

A atenção de Hollywood está, no momento, voltada ao Jurassic World: Dominion, um dos primeiros blockbusters a reiniciar a produção desde que a pandemia provocou uma paralisação global em março. O estúdio responsável, Universal, investiu milhões em protocolos de segurança para uma equipe significamente menor e menos locais de filmagem. Se uma produção desta escala for bem-sucedida, pode abrir um precedente para filmagens de todos os tamanhos.

Enquanto os filmes live-action procuram uma forma de voltarem à ativa, o setor de animação nem parou.

Feitos principalmente em computadores, tantos os grandes estúdios de animação como os independentes continuaram a trabalhar em projetos — e muitos — de casa. Um dos poucos setores na área de entretenimento com oportunidades: a 20th Century Fox da Disney teve um aumento de 25% nas encomendas entre fevereiro e março. Enquanto a Paramount Animation está desenvolvendo no momento quatro filmes com equipes trabalhando 100% remotamente. Com o atraso de várias séries, um terço do conteúdo do novo streaming Peacock, da NBCUniversal, são programas animados como Curious George e Where’s Waldo?

O sucesso da animação durante a pandemia não é só a entrega dos projetos em dia, mas também a entrega de uma demanda maior criada pela quarentena. Com crianças dentro de casa, filmes animados e desenhos estão em alta no streaming: entre os meses de março e maio, lideraram o ranking de aumento de audiência, com 21,66% e 16,95% respectivamente, segundo a Reelgood.

Mesmo com os cinemas fechados, o setor tem conseguido lucrar. O Trolls World Tour, uma sequência de Trolls de 2016, foi lançado no streaming e superou as expectativas mais otimistas da Universal, gerando cerca de US$ 200 milhões em vendas em poucas semanas. Os valores, no entanto, estão abaixo do que o mercado está acostumado, claro. A Pixar adiou o lançamento de Soul para novembro nos EUA e janeiro no Brasil, ainda na expectativa de conseguir colocar o filme em salas de cinema em vez das televisões de casa.

Mesmo assim, a animação avança em outras frentes de renda. Setores do audiovisual passaram a recorrer à ela para retomar o quanto antes a produção. O último episódio da série The Blacklist, por exemplo, foi feito com 20 minutos de animação para finalizar a temporada mesmo com o distanciamento social.

Para especialistas, a pandemia deve acelerar, de uma forma geral, o uso de tecnologias digitais nas produções. Hollywood já vem adotando nos últimos anos cada vez mais técnicas usadas em videogames para criar cenas de multidões e cenários de ficção científica. Mas agora pode se tornar questão de sobrevivência. E a procura por produções com mais efeitos computadorizados já vem acontecendo. “Um extra tem que ser alimentado, vestido e alojado em um set de filmagem”, diz Anthony Hunt, diretor-executivo da Cinesite, responsável por efeitos especiais de Vingadores: Ultimato e Homem de Ferro 3. “Agora podemos replicar grandes cenas de multidões com a tecnologia de computador e ter apenas nossos atores principais em primeiro plano”.

Então… Uma lista de filmes animados disponíveis no streaming.

E animações com temáticas mais voltadas a adultos.

(Por Érica Carnevalli)

O estado do ensino durante a pandemia

Uma das áreas mais afetadas pela quarentena causada pela Covid-19 foi a educação. Com escolas fechadas e aulas transferidas num repente para o ambiente virtual, alunos, professores e escolas tiveram que se reinventar em todo o mundo. Ainda é cedo para uma visão mais clara dos impactos dessa mudança. Mas já é possível entender um pouco dos efeitos.

Quizlet é uma startup que oferece uma plataforma para que estudantes organizem e compartilhem resumos de seus estudos. Está presente em mais de 130 países, incluindo o Brasil, e publicou essa semana uma pesquisa analisando os dados coletados pela plataforma no período após o início da pandemia:

“Comparando estudantes do ensino médio ao redor do mundo, mergulhamos no momento em que ocorreu a volta aos estudos - quando houve o pico de engajamento na plataforma após o Covid-19 se espalhar. Descobrimos que os estudantes brasileiros estavam 207% mais engajados que antes da pandemia. Estudantes da Coréia do Sul ficaram 198% mais engajados. Na Polônia, 96%. Por outro lado, o engajamento de estudante franceses caiu 12%, enquanto o dos estudantes americanos caiu 27%. Com o resultado, investigamos como estudantes americanos faziam seus estudos independentes. Sabemos que estudantes universitários tipicamente estudam de forma independente mais horas do que estudantes do ensino médio. Antes da pandemia, alunos do ensino médio estudavam cerca de 65% do tempo total de estudo de universitários. Quando o ensino remoto começou, o tempo de estudo no ensino médio caiu para cerca de 50% do dos universitários.”

[...]

“Comparamos também dados de nível de renda de cada região com os dados do Bureau do Censo Americano. Descobrimos que, antes da crise, estudantes tanto de regiões mais afluentes, como de regiões mais carentes, estudavam online aproximadamente a mesma quantidade de tempo. Mas após o fechamento das escolas, o tempo de estudo nas regiões de rendas mais baixas caiu de forma mais acentuada. Em 8 de março, alunos de todas as regiões estudavam cerca de 80% do tempo que estudavam antes do início da pandemia. Em 19 de abril, alunos de regiões de renda mais baixa estavam estudando cerca de 45% do que estudavam antes. Nas regiões de renda mais alta, estavam na faixa entre 52% e 54%. Mas o que mais chama a atenção é onde o estudo online ocorre. Que tipo de equipamento os alunos estão usando para manter seus estudos fora da sala de aula? Descobrimos que 80% dos alunos nas regiões mais ricas usavam de forma eventual desktops e notebooks para acessar o Quizlet, comparado com 65% dos alunos de regiões de renda mais baixa. Pelos nossos dados, parece que alunos de regiões de alta renda conseguiram uma performance melhor nos seus estudos - tinham acesso a computadores, enquanto estudantes de áreas menos ricas ficaram dependendo do celular e com isso acabaram reduzindo sua frequência de estudos.”

(Por Vitor Conceição)

Vídeos, fotos e uma coluna sobre a política do Líbano foram os links que mais fizeram a cabeça de nossos leitores nessa semana:

1. Youtube: Meio em vídeo – O golpe de estado de Jair.

2. Atlantic: Galeria – Fotos do desastre causado por um vazamento de óleo nas ilhas Maurício.

3. Buzzfeed: Um show de Sam Fender nos tempos de distanciamento social, em fotos.

4. O Globo: Guga Chacra – Para entender como funciona a caótica política libanesa.

5. Youtube: A produtora do Fortnite responde ao banimento de seu jogo da App Store com uma paródia do famoso comercial de lançamento do Mac em 1984.

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‘Mapa de apoios está desfavorável ao Irã e sua visão de futuro’, diz Abbas Milani

17/04/24 • 11:00

O professor Abbas Milani nasceu no Irã. Foi preso pelo regime do xá Reza Pahlavi. Depois, perseguido pelo regime islâmico do aiatolá Khomeini. Buscou abrigo nos Estados Unidos na década de 1980, de onde nunca deixou de lutar por uma democracia em seu país de origem. Chegou a prestar consultoria a George W. Bush e Barack Obama, numa louvável disposição de colaboração bipartidária. Seu conselho sempre foi o mesmo: o Irã deve se reencontrar com um regime democrático, secular, por sua própria conta. Sem interferências externas.

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