Edição de Sábado: Bob Woodward atinge outro presidente

Bob Wooodward não é um jornalista qualquer. Só dois repórteres americanos podem afirmar que apuraram histórias que levaram à renúncia de um presidente — ele e seu colega de Washington Post nos anos 1970, Carl Bernstein. Mas, desde então, ambos seguiram carreiras muito distintas. Enquanto Woodward se consolidou como uma eminência parda da capital, Bernstein seguiu errático sua história profissional. De certa forma, Woodward é a memória de um outro tempo do jornalismo, quando a profissão era percebida em boa parte do Ocidente como independente em relação ao poder. A percepção, hoje, é outra e, por isso mesmo, não são poucas as críticas feitas ao veterano repórter — algumas bastante fortes, principalmente a respeito da cobertura que fez dos governos de George W. Bush. Esta semana saíram detalhes de seu novo livro — Rage, ou Fúria —, o segundo que escreve a respeito do governo Trump. Ali, o atual presidente deixa claro que estava ciente da gravidade do novo coronavírus, enquanto tratava a ameaça displicentemente em público. O livro pode definir a eleição contra Trump. Relembra o que um repórter extraordinário é capaz de arrancar de suas fontes. Mas, novamente, não veio sem críticas.

Woodward era um repórter muito jovem quando lhes caiu no colo o caso Watergate. Filho de um advogado influente no interior de Illinois, se formou em Letras e História por Yale e, em 1965, se alistou na Marinha para servir no Vietnã. Quando voltou aos EUA cinco anos depois para seguir os passos do pai fazendo Direito — que, nos EUA, exige algo similar a uma pós-graduação —, preferiu um estágio de duas semanas no Washington Post. Escreveu 17 matérias, nenhuma chamou atenção. Terminou destacado como repórter de um jornalzinho que pertencia ao grupo do Post, o Montgomoery County Sentinel. Naquela pequena redação, adotou o ethos pelo qual seria conhecido. Trabalhou duro, mais do que todos, sem nunca reclamar. Um ano e meio depois estava de volta à matriz, cobrindo os acontecimentos da madrugada. Não tinha dois anos sua carreira como jornalista quando, em 17 de junho de 1972, foi destacado para cobrir um arrombamento na sede do Partido Democrata, no edifício Watergate.

Toda imprensa cobriu a história policial. Mas só Woodward achou aquilo esquisito demais. Aí insistiu. E insistiu. Percebeu que alguns dos homens tinham ligações com a CIA, então que havia contato com um subalterno da Casa Branca. Logo convenceu seus editores de que o ocorrido merecia maior atenção. Destacaram Carl Bernstein, jornalista um quê mais experiente, para ajuda-lo.

A série de reportagens dificilmente teria acontecido não fossem algumas características suas: a persistência, a capacidade de trabalhar longas horas, e a disposição de ir pessoalmente à casa das pessoas sem se anunciar para, na lábia, convencê-las a falar. Mesmo que anonimamente. A partir de um determinado momento, a dupla contou com a ajuda de Mark Felt, número dois do FBI que, se não lhes adiantou informação, no mínimo os orientou sobre onde encontrar. Por anos, ficou conhecido pelo pseudônimo que os repórteres lhe atribuíram. Garganta Profunda. Em 2005, decidiu se apresentar.

Quando Richard Nixon renunciou ao governo, em 9 de agosto de 1974, Bob Woodward tinha quatro anos de carreira. Não foi pouco o trabalho para comprovar que a tentativa de espionar os adversários saíra de dentro da Casa Branca e que Nixon quebrou a lei ao tentar encobrir o crime. Woodward e Bernstein estabeleceram técnicas de reportagem que se tornaram protocolo em redações de todo mundo. Entre elas a frase que se tornou mítica — siga o dinheiro. O melhor método para comprovar a relação entre criminosos e seus mandantes é traçar o caminho dos pagamentos e transferências de recursos.

O livro que a dupla escreveu, Todos os Homens do Presidente, e o filme (trailer) de mesmo nome em que Robert Redford interpreta seu papel, catapultaram a fama de ambos, além de valer um dinheiro que ambos nunca haviam visto. Woodward deixou o pequeno apartamento em que morava e comprou uma casa em Georgetown, o elegante bairro do poder em Washington DC. É onde vive até hoje — uma residência vitoriana de três andares, o último é seu escritório. Vive trancado e só o velho repórter tem a chave. Lá estão as notas que juntou nos muitos anos em que cobre de perto o poder. E, ele próprio, vive entre móveis elegantes e empregados, no mesmo estilo de vida que só os muito poderosos da capital compartilham.

Entre finais dos anos 1970 e a década de 80, Woodward se dedicou a publicar mais e mais livros de reportagem. Primeiro um retrato dos últimos dias do governo Nixon, então uma investigação sobre os bastidores da Suprema Corte, daí contou o funcionamento da CIA e, em 1991, o do Pentágono. Em nenhum destes livros há uma revelação extraordinária — Woodward nunca mais deu um furo como Watergate. Ninguém o fez. Mas o dele era um nome conhecido, e sua obsessão por detalhes, somada à disposição de entrevistar centenas de pessoas para cada livro, torna cada um dos relatos imensamente ricos. Reuniões são descritas, cada levantar-se de uma pessoa, ou todo gesto mais enfático. Contando por vezes com a possibilidade de cruzar dezenas de depoimentos para descrever um acontecimento, esta riqueza traz ao leitor uma sensação de compreender por dentro como funciona o governo, como são tomadas decisões.

Em 1994, Woodward lançou The Agenda, sobre como o governo Bill Clinton construiu sua política econômica. Àquela altura, há décadas na capital, aos 51, o jornalista já era um dos rostos mais conhecidos de Washington. E, com a celebridade, veio acesso num nível que quase nenhum repórter dispõe. Quando Woodward quer ser recebido, mesmo que por um presidente, ele consegue ser recebido. Políticos sentem precisar conversar com ele, querem contar sua versão da história. E, neste jogo, há sempre um gentil embate a respeito de quem conseguirá emplacar a sua versão. Sobre Clinton, foram dois livros. Sobre George W. Bush, três. Obama, dois. Rage é o segundo a respeito do governo Trump.

É veterano, é experiente, mas pode ser manipulado. Karl Rove, o homem de marketing do governo Bush filho, conseguiu. Rove fez abrir as portas da Casa Branca para Woodward e lhe facilitou acesso a quem ele quisesse entrevistar. Os primeiros dois volumes sobre aquele governo são hagiografias. E, em pelo menos um ponto fundamental, a versão de um episódio que o repórter dá é duramente contestada. Numa reunião, sozinho, o diretor da CIA George Tenet garante com convicção ao presidente e aos ministros que determinadas fotografias provavam que o Iraque tinha armas de destruição em massa. Da maneira como é narrado, fica parecendo que é por terem confiado no chefe de espionagem que os estrategistas tomaram a decisão de invadir o país para derrubar Saddam Hussein. Mais de uma pessoa narrou deste jeito a conversa. A confiar na apuração de outros repórteres, a reunião não teve nada disso. Tenet não nega, mas diz não se recordar de que tenha sido daquele jeito.

Jay Rosen, um influente professor de Jornalismo da Universidade de Columbia, acusou Woodward da prática de ‘jornalismo de acesso’. Em troca de ter acesso a quem desejar, o escritor retrata de forma generosa suas fontes. O terceiro livro sobre Bush, muito mais crítico, foi também uma tentativa de refutar as críticas.

Assessores de Donald Trump, ouvidos já por inúmeros veículos, afirmam que tentaram dissuadi-lo de falar abertamente com Woodward. Quem já leu o livro lhes dá razão — é o retrato arrasador de um chefe de Estado mitômano, arrogante e inepto. Trump, porém, tinha convicção de que seria capaz de fazer o repórter ver o mundo por seus olhos. Foram ao todo 18 entrevistas, várias delas longas, todas gravadas, só com o presidente. Em alguns momentos, Trump ligava até de madrugada. “Trump não consegue resistir”, afirmou outro biógrafo, o repórter Tim O’Brien.

“É mais fatal do que a pior gripe”, disse Trump a Woodward ainda em janeiro. “É mortal.” Mas, embora muito crítico, também este novo livro desperta controvérsias. A principal, levantada por muitos, é de que o jornalista deveria ter tornado público mais cedo que tinha conhecimento das mentiras do presidente. Quando decidiu não fazê-lo, estaria garantindo boas vendas para o livro mas negando, à população, uma informação que poderia ter salvo vidas durante a pandemia.

Neste caso, há um argumento jornalístico importante em defesa de Woodward. Conversas com fontes, principalmente quando lhe garantem amplo acesso, dependem sempre de acordos. E repórteres cumprem estes acordos. Porque a entrevista é para um livro, e não para o jornal do dia seguinte, políticos baixam a guarda, se permitem ser mais reflexivos. Sabem que suas palavras não serão transformadas em três frases entre aspas no meio de dez parágrafos. Woodward consegue os depoimentos que consegue porque faz parte do acordo não transformar o que houve em matéria imediata. O resultado virá numa obra maior, com muito contexto. Não fosse este tipo de acordo, provavelmente não receberia as informações.

Rage está em pré-venda na versão inglesa. Sai na próxima terça-feira.

Por Pedro Doria

O Oscar e a diversidade

A falta de diversidade nos filmes se reflete na maior premiação do cinema. Nos últimos anos, o Oscar vem tentando diminuir o gap em uma indústria ainda bem masculina e branca. O seu mais recente passo é o mais ousado, que visa mudar a cara do cinema — literalmente.

A partir de 2024, os filmes que quiserem concorrer a categoria de Melhor Filme vão ter que cumprir pelo menos duas de quatro diretrizes que visam dar visibilidade a não brancos, mulheres, LGBTs+, latinos e pessoas com deficiência. Na prática, funcionará como uma espécie de sistema de cotas: deverão ter uma representação mínima na tela (chamado de Padrão A); atrás da câmera (B); no desenvolvimento com o público, o marketing (D); e pipelines para incentivar jovens talentos marginalizados (C).

Claro que as novas regras não agradaram a todos. Muitos chamaram de controle criativo. Outros criticaram que as mudanças não são suficientes. Um filme pode continuar tendo apenas atores e diretores homens desde que tenha o mínimo em outras posições de liderança. Onze dos 15 vencedores do Oscar anteriores atenderiam aos dois primeiros padrões. O filme Dois Papas, indicado ao Oscar deste ano, por exemplo, passaria nesses critérios sem problema. Mesmo com diretor e atores, homens e brancos, teve mulheres liderando departamentos.

O problema da falta de diversidade vai além da cara de um filme e muitas vezes afeta a própria narrativa. Dos cem filmes de maior arrecadação do ano passado, só 34% dos personagens com falas eram mulheres, 2,3% tinham alguma deficiência e só 1,4% eram LGBTs+, segundo a Annenberg Inclusion Initiative.

Ao longo do tempo foram criados alguns mecanismos para identificar problemas nos roteiros. Uma série de quadrinhos chamada Dykes to Watch Out For, feita em 1985 pela cartunista Alison Bechdel, inspirou o Teste Bechdel, que define três critérios para identificar histórias com personagens femininas mais profundas. Na tira, uma mulher convida uma amiga para ir ao cinema. A colega, então, responde que só assiste a filmes que: tenham pelo menos duas personagens femininas que tenham nomes; que elas conversem entre si, e que a conversa não gire em torno de homens. Alguns especialistas apontam falhas nesse teste, outros defendem para ser usado como parâmetro. A verdade é que a diversidade precisa vir aliada de inclusão. Dos 200 filmes com maiores bilheterias em Hollywood entre 1995 e 2015, metade não passa no teste quando todos os roteiristas são homens. Quando há uma mulher na equipe, esse número já cai para um terço.

É recente a discussão sobre diversidade no mainstream. E não é difícil imaginar o porquê. Em 2012, os filmes com elencos predominantemente brancos ganhavam mais dinheiro nas bilheterias do que os filmes com elencos majoritariamente minoritários. Mas esse padrão se inverteu. No ano passado, filmes em que pelo menos 90% dos atores eram brancos ganharam menos do que aqueles com maior participação de atores minoritários, refletindo a composição da população dos EUA. Os estúdios de cinema começaram a responder à essa inversão. A Warner Bros se tornou o primeiro grande estúdio a adotar o inclusion rider, após Frances McDormand chamar atenção para a medida ao ganhar o Oscar em 2018 (YouTube). O termo nada mais é do que uma cláusula de inclusão, na qual um ator ou diretor pode exigir que outras minorias sejam contratadas. A mudança, no entanto, tem sido lenta, principalmente atrás das câmeras. Em Hollywood, a presença de mulheres nessas categorias não vai muito além de 20%. O cenário se repete no Brasil.

Depois da hashtag #OscarsSoWhite, em 2015 e 2016, quando não houve indicados não brancos nas categorias de atuação, a academia começou a definir metas de inclusão. Desde então, a proporção dos seus membros votantes pertencentes à minorias dobrou. A diversidade da academia é importante para mudar a cara dos vencedores. De todas as 336 estatuetas de atuação já concedidas, 19 foram para negros, cinco para latinos, três para amarelos, enquanto árabes e indígenas venceram uma única vez. A situação se repete atrás da câmera: desde 1929, houve apenas cinco mulheres indicadas em melhor direção, com apenas uma vencedora: Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror, em 2010. Em 2018, Rachel Morrison se tornou a primeira mulher indicada ao Oscar de Cinematografia por Mudbound.

“Mesmo que o Oscar não faça os filmes, eles afetam quais filmes são feitos. E eu acho que isso é realmente crucial. Se um filme que se assemelha a algo como O Irlandês está no pipeline, tem mais facilidade de receber luz verde do que um filme como As Golpistas ou A Despedida, que tiveram que lutar para serem feitos e que foram recusados por quase todos os estúdios”, diz Kyle Buchanan, repórter de cultura do New York Times.

Filmes que passam ou não no teste de Bechdel.

Um infográfico interativo que avalia dentre dois mil roteiros as falas dos personagens de acordo com gênero e idade.

E uma conta no Twitter do produtor Ross Putman que mostra como personagens femininos são normalmente descritos apenas pelos seus aspectos físicos em roteiros reais.

Por Érica Carnevalli

Mister Rogers e os clichês necessários

Mister Rogers impactou uma geração inteira. Fred Rogers, fosse brasileiro, seria facilmente identificado como o “Seu Fred”, o apresentador que nos ensinou sobre bondade, imaginação, admiração e inúmeras outras lições de vida. Acima de tudo, ele enfatizou a importância do amor - amar a nós mesmos e aos outros. Por conta do filme baseado no perfil que o jornalista Tom Junod escreveu em 1998 para a Esquire - e da elogiada atuação de Tom Hanks no papel principal - Mister Rogers voltou a ser lembrado em 2019.

Um Lindo Dia na Vizinhança, que estreou em janeiro, traz uma mensagem que se perdeu ao longo dos anos. O amor. O filme mostra um repórter investigativo chamado Lloyd Vogel (interpretado por Matthew Rhys) que reage com desdém ao receber a tarefa de escrever um breve retrato de Rogers. Para o repórter, apenas um apresentador de um programa “brega e infantil”. Ele, um cínico, pressupõe que a figura pública de Rogers deva ser um personagem, até mesmo uma fantasia, e tenta romper sua decência supostamente calculada, a fim de encontrar alguma vulnerabilidade por trás disso. Mas Vogel se vê surpreso com a realidade. E Rogers se interessa por ele com uma insistência silenciosa que acaba mostrando ao repórter a raiva que assola sua vida profissional e familiar. O que o apresentador “brega” propõe é que o jornalista procure dentro de si os acontecimentos que o tornaram assim, tão avesso a afetos – no caso, o pai. Fácil? Nem tanto. Onde o filme está disponível.

E aqui estão cinco citações de Mister Rogers. Lembrando que alguns clichês existem porque, muitas vezes, são necessários.

1. “Bem no fundo de nós - não importa quem sejamos - existe um sentimento de querer ser amado, de querer ser o tipo de pessoa com quem os outros gostam de estar. E a melhor coisa que podemos fazer é dizer que elas são amadas e capazes de amar”.

2. “O amor não é um estado de cuidado perfeito. É um substantivo ativo, como 'luta'. Amar alguém é se esforçar para aceitar essa pessoa exatamente como ela é”.

3. “Amor e confiança, no espaço entre o que é dito e o que é ouvido, podem fazer toda a diferença neste mundo”.

4. “Há muitas maneiras de dizer eu te amo. Apenas por estar presente quando as coisas estão tristes e assustadoras. Apenas por estar lá, estar lá, estar lá para dizer... eu te amo.” -  episódio 1643 de Mister Rogers 'Neighborhood

5. “Ouvir é onde começa o amor: ouvir a nós mesmos e depois os próximos”.

Por Claudia Castelo Branco

Tour de France entra em sua semana decisiva

O Tour de France é uma das competições mais clássicas do mundo esportivo. Sua primeira edição aconteceu em 1903. Foi criada como evento promocional para o jornal esportivo L'Auto, antecessor do atual L'Equipe, que havia sido lançado para concorrer com outro jornal existente da época, o Le Vélo, que em 1896 começou a apoiar uma corrida de bicicletas entre Paris e Roubaix por estradas de paralelepípedos – e que até hoje é uma das mais importante competições de ciclismo do mundo. A primeira edição do Tour contou com 60 competidores dos quais apenas 21 chegaram à etapa final. A circulação do L'Auto cresceu seis vezes durante o evento e garantiu a edição do ano seguinte, quando seu competidor Le Vélo já não estava mais em circulação.

Mas a história é um tanto mais complexa e vale, como sempre, o contexto. Na virada para o século 20, a sociedade francesa estava polarizada por conta do chamado Caso Dreyfus, que até hoje é considerado um dos grandes exemplos da injustiça moderna no mundo francófono. Em 1894, o Capitão do exército Francês Alfred Dreyfus foi condenado por traição, por supostamente ter repassado segredos militares para a Alemanha. Dois anos depois surgiram evidências de que o verdadeiro culpado não era Dreyfus, mas sim um Major do exército. O escritor Emile Zola publicou então uma carta (PDF) acusando o exército francês de ter condenado Dreyfus por conta de anti-semitismo. O caso rachou a sociedade francesa que se dividiu com a esquerda (liberais) defendendo Dreyfus, enquanto os conservadores da direita defendiam o exército. Chegou a tal ponto que o dono da maior indústria de construção de trens da França, e que era um dos maiores anunciantes da época, foi preso por 15 dias por ter batido com um pedaço de pau na cabeça do presidente francês durante uma briga generalizada em uma corrida de cavalos. Por conta da polarização, um grande grupo de anunciantes resolveu boicotar o Le Vélo, cujo editor era um liberal que apoiava Dreyfus, e financiar a criação do L'Auto, que cumpriu seu objetivo de matar o concorrente.

Aliás, veja uma curta de animação sobre a história do caso Dreyfus.

 Voltando agora ao Tour... Nesta semana, a competição entra em sua reta final. Até agora, a prova teve apenas duas etapas em montanhas durante sua passagem pelos Pirineus. Estão, no momento, entrando nos Alpes e temos uma série de etapas de montanha nos próximos dias. As etapas do Tour se dividem basicamente em 3 tipos diferentes:

  • Etapas planas, que pouco afetam a classificação geral, mas geram disputas acirradas na chegada entre os sprinters, ciclistas bons de velocidade na reta, como aconteceu na chegada da última quarta feira, decidida no fotochart (youtube).
  • Provas contra o relógio, em que os ciclistas largam separados, com bicicletas e capacetes aerodinâmicos, e vale o tempo cronometrado de cada um.
  • E as provas de montanha, em que a resistência dos ciclistas é posta à prova. A disputa da classificação geral é decidida, basicamente, nas provas de montanha.

Depois de uma série de provas planas, ontem tivemos uma etapa com chegada na montanha que deixou muitos competidores exaustos (youtube). Na edição atual, temos ainda pouco mais de 10 competidores com chances de vencer. A decisão deve começar na prova deste domingo, que larga em Lyon e termina no famoso Grand Colombier, um dos grandes picos dos Alpes franceses e palco de disputas clássicas em outras edições do Tour. Segunda é dia de descanso, mas na terça, na quarta e na quinta as etapas são de novo nas montanhas dos Alpes. Sexta é dia de uma etapa no plano, para ajudar a descansar um pouco, e sábado uma etapa contra o relógio, que deve decidir o vencedor deste ano. Domingo é dia de celebrar, uma etapa quase que festiva quando os ciclistas costumam tomar champanhe enquanto pedalam no plano até a chegada no Champs Elisée em Paris, quando os sprinters disputam quem vai vencer a etapa final.

As provas do Tour tem sido transmitidas pela ESPN. Um programa para assistir com calma. Um espetáculo plástico, com as camisas coloridas dos competidores passando pelas paisagens bucólicas do interior da França. O site oficial é um bom lugar para quem quer acompanhar, mas está longe da TV,

E para quem quer entender um pouco melhor a dinâmica da competição, esta curta animação, em inglês, com sotaque francês, e legendas também em inglês, explica como tudo funciona.

Por Vitor Conceição

E os mais clicados de uma semana que quase só deu a treta do Adnet com o Mario Frias:

1. Twitter: Marcelo Adnet responde ao secretário de Cultura Mario Frias.

2. Panelinha: Top 10 receitas para dias de preguiça.

3. BBC: Covid-19 – qual risco de contágio cada atividade oferece?

4. Twitter: De novo Adnet, o vídeo que irritou o secretário de Cultura Mario Frias.

5. Twitter: E... O vídeo oficial da Secom que foi parodiado por Marcelo Adnet e gerou toda essa treta.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.

Se você já é assinante faça o login aqui.

Fake news são um problema

O Meio é a solução.

R$15

Mensal

R$150

Anual(economize dois meses)

Mas espere, tem mais!

Edições exclusivas para assinantes

Todo sábado você recebe uma newsletter com artigos apurados cuidadosamente durante a semana. Política, tecnologia, cultura, comportamento, entre outros temas importantes do momento.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)
Edição de Sábado: A política da vingança
Edição de Sábado: A ideologia de Elon Musk
Edição de Sábado: Eu, tu, eles
Edição de Sábado: Condenados a repetir
Edição de Sábado: Nísia na mira

Meio Político

Toda quarta, um artigo que tenta explicar o inexplicável: a política brasileira e mundial.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)

A rede social perfeita para democracias

24/04/24 • 11:00

Em seu café da manhã com jornalistas, na terça-feira desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que a extrema direita nasceu, no Brasil, em 2013. Ele vê nas Jornadas de Junho daquele ano a explosão do caos em que o país foi mergulhado a partir dali. Mais de dez anos passados, Lula ainda não compreendeu que não era o bolsonarismo que estava nas ruas brasileiras naquele momento. E, no entanto, seu diagnóstico não está de todo errado. Porque algo aconteceu, sim, em 2013. O que aconteceu está diretamente ligado ao caos em que o Brasil mergulhou e explica muito do desacerto político que vivemos não só em Brasília mas em toda a sociedade. Em 2013, Twitter e Facebook instalaram algoritmos para determinar o que vemos ao entrar nas duas redes sociais.

Sala secreta do #MesaDoMeio

Participe via chat dos nossos debates ao vivo.


R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)

Outras vantagens!

  • Entrega prioritária – sua newsletter chega nos primeiros minutos da manhã.
  • Descontos nos cursos e na Loja do Meio

R$15

Mensal

R$150

Anual
(economize 2 meses)