16 de Março de 2024 | PREMIUM
No aniversário de 132 anos do Porto de Santos, ao discursar ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, bolsonarista cada vez mais convicto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dedicou especialmente a mostrar que faz política de um jeito bem diferente de seu antecessor. Queria reforçar a Tarcísio e a quem de direito que, acima de qualquer coisa, está sua convicção de que o Estado brasileiro deve estar sempre pronto a investir em qualquer ente da federação. E que, quanto mais investimento, melhor. Lula e Tarcísio participavam do lançamento da obra do túnel Santos-Guarujá. O presidente aproveitou para anunciar que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, acabara de aprovar R$ 1,350 bilhão para a construção do eixo Norte do Rodoanel. “Logo, logo, você vai receber a notícia do Aloizio Mercadante.” Ainda se gabou de ser “um presidente de sorte” e de ... (Leia mais)
13 de Março de 2024 | PREMIUM
Lulistas, petistas e assemelhados, graúdos e miúdos, com maior ou menor nível de angústia, aparentemente descobriram que a comunicação do governo está ruim. Ou já haviam constatado o fato, mas, agora que apareceu uma pesquisa dizendo que a avaliação do governo Lula declinou, reconheceram a urgência de dizer que a comunicação política do governo tem parte importante nisso. Se a piora não se deu nos fatos, mas na percepção pública, e quem move a opinião dos cidadãos é a comunicação, no final da cadeia de conclusões é ela quem leva a culpa pelo desastre. E como quem toca a comunicação do governo federal são, afinal, a Secom e o ministro Paulo Pimenta, quem mais precisa ser responsabilizado por isso? Houve, claro, lulistas influentes a dizer que não era bem assim e a oferecer interpretações alternativas dos fatos. O ator José de Abreu, por exemplo, partilha da ideia de que Lula ... (Leia mais)
9 de Março de 2024 | PREMIUM
As frases pausadas do ministro André Mendonça pareciam ter a intenção de alertar que algo muito grave estava prestes a acontecer. No julgamento sobre a quantidade de maconha que uma pessoa pode portar sem configurar crime, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) se esmerou em passar uma receita baseada no fundamento de que um grama de maconha dá para fazer “3.4 cigarros”. E seguiu na progressão geométrica: “10 gramas, 34”, disse Mendonça, até concluir que, em um mês, seria possível obter 6.200 cigarros com uma só planta de Cannabis sativa. Mendonça fez questão de citar a suposta produção mensal olhando bem nos olhos de seus pares. Depois de um longo silêncio dramático, proferiu: “Por tudo isso, eu entendo, em síntese, que a questão da descriminalização (...) é uma tarefa do Legislativo”. O finíssimo calibre do “baseado” citado pelo ministro causou reações — e, claro, gerou memes. Mendonça foi além, ... (Leia mais)
6 de Março de 2024 | PREMIUM
Mais um aniversário do golpe de 1964 se aproxima e, com ele, as polêmicas relativas à significação histórica daquele acontecimento, dividindo a opinião pública. Instado a se manifestar, o presidente Lula afirmou que não gostava de remoer o passado e que era preciso governar olhando para o futuro. Embora previsível para quem conhece sua personalidade pragmática e conciliadora, parte significativa da esquerda recriminou a declaração por não aproveitar uma oportunidade histórica de condenar o militarismo renitente depois da tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro. Disseram até que “quem não remói o passado acaba remoído por ele”. O assunto é de grande complexidade e sobre ele é preciso fazer algumas considerações. Há dois tipos de história. Uma é a história científica, acadêmica, aparentemente descomprometida com as lutas do presente, destinada a reconstituir o passado pela recolha de seus vestígios ou monumentos. Este é um tipo de história relativamente recente, que ... (Leia mais)
2 de Março de 2024 | PREMIUM
No café anexo ao plenário da Câmara dos Deputados, um dos parlamentares mais próximos de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, cochicha para um colega do Centrão: “Produção legislativa totalmente irresponsável!”. E ouve de volta: “Totalmente!”. Indignados, os dois deputados combinam de conversar mais tarde e o aliado do alagoano sai apressado. É claro que unanimidade não existe em lugar algum. Mas a condenação partia de um dos nomes mais identificados com Lira, de um deputado conhecido como amigo, homem de confiança, que já se prestou a exercer funções legislativas sob a sombra do poderoso presidente da Câmara. Após risadas nervosas de ambas as partes, o interlocutor percebeu o flagrante e pediu sigilo. “Você viu? Não coloca isso não, mas se ele está reclamando, imagina o resto dos deputados.” A cena dá pistas de uma insatisfação crescente. Um contraste forte com o movimento de um ano atrás, quando Lira recebeu ... (Leia mais)
28 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
Segundo o levantamento feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP, durante o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro, 94% dos presentes consideram que o Brasil vive uma ditadura. A ideia é absurda, evidentemente. Mas para os bolsonaristas que foram à Avenida Paulista no último domingo, é um fato incontestável. Estive com uma dessas pessoas na segunda-feira, no aeroporto de Congonhas. Ela se queixou de alguma posição que havia me visto tomar nas redes. Mulher, classe média, na casa dos 40, talvez 50. Não trocamos muitas palavras. Minha primeira reação foi explicar o que era uma ditadura. Só que ela sabia — sua dificuldade era com outras palavras. “E temos liberdade, por acaso? E as eleições valem de alguma coisa?” Palavras estão no centro de nossos dilemas políticos. Ditadura e democracia. Golpe. Liberdade. Liberalismo. Genocídio. Fascismo. Comunismo. Todas são palavras cujos significados foram e são disputados na conversa ... (Leia mais)
24 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
Se um observador de todo isento, sem lado no debate ideológico brasileiro, desembarcasse no último domingo em Adis Adeba, na Etiópia, para ouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sairia espantado. Por um lado, Lula demonstrou extrema cautela em fazer qualquer especulação a respeito da morte de Alexei Navalny, o principal líder da oposição russa. Com 47 anos, em boa forma e saúde quando foi preso em 2021, Navalny morreu no sábado em sua cela. “Para que a pressa em acusar?”, disparou contra os jornalistas que lhe faziam perguntas. Não houve a mesma cautela para tratar de Israel. Pelo contrário — o presidente foi tão hiperbólico quanto é possível num debate político. Foi direto na ofensa máxima que pode se fazer contra um Estado nacional. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico”, afirmou. E aí completou. “Aliás, ... (Leia mais)
21 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
Há dois momentos cruciais em que os moradores das grandes cidades olham para elas realmente com olhos de enxergar: no Carnaval e nas eleições municipais. No primeiro, aquela ocupação festiva de espaços normalmente hostis aos cidadãos projeta a sensação de que é possível ser feliz ali, apesar de tudo. No segundo, a frustração com o que gestores públicos são capazes de entregar para melhorar a experiência de quem vive nesses conglomerados urbanos faz sonhar com uma existência bucólica mais tranquila, que sequer existe mais. Para pular do desencanto à retomada das cidades, é preciso mudar o jeito de entendê-las. Elas são processos, não projetos. É assim que o arquiteto e urbanista Washington Fajardo as compreende. “Essa ideia de que a cidade é um projeto com início, meio e fim é a base do pensamento urbano modernista. A noção de que a cidade fica pronta. A cidade é um processo constante ... (Leia mais)
17 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
Nesta semana o preço do Bitcoin voltou a ultrapassar o marco dos US$ 50 mil. Há um frenesi no ar, mas é fundamental conhecermos a origem de todos os hypes. A do Bitcoin foi em janeiro de 2009, quando um usuário anônimo divulgou um software para download em um fórum online. Satoshi Nakamoto propôs uma tecnologia disruptiva. Um algoritmo criptográfico que podia manter, de maneira descentralizada, o registro de todas as trocas de uma moeda digital, ou criptomoeda. A cada 10 minutos, um novo bloco com o registro de todas as transações feitas é processado. Algumas novas criptomoedas são criadas e distribuídas para aqueles que realizaram o trabalho de manter a rede ativa por mais um bloco. Uma sequência infindável de blocos, ou blockchain. Aos poucos, os usuários do fórum frequentado por Satoshi foram lendo o paper e comprando a ideia, instalando o software da blockchain do Bitcoin para contribuir ... (Leia mais)
14 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
Vamos ser francos, o bolsonarismo e a democracia nunca se deram bem. A começar pelo fato de que a democracia realmente nunca lhes chamou a atenção. O que até aí nada tem de peculiar, visto que fora o acordo geral segundo o qual o outro lado é sempre fascista ou antidemocrático, faz tempo que a democracia não está no topo das prioridades dos brasileiros. De fato, em uma pesquisa do fim de janeiro deste ano, da Atlas Intel, em que as pessoas podiam escolher até três tópicos dentre os principais problemas do país, o “enfraquecimento da democracia”, indicado por 11,3%, posiciona-se bem longe das duas primeiras preocupações nacionais, que são a “criminalidade e tráfico” (59,4%) e a “corrupção” (57,6%). Talvez exagerando um pouco, parece que quem gosta de democracia é intelectual e o Supremo Tribunal Federal. A massa está preocupada mesmo é se os seus filhos chegarão em casa vivos ... (Leia mais)
10 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
“As coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso, para mim, é muito claro." Fez-se o silêncio pela primeira vez em mais de uma hora e meia. Dez segundos sem um resmungo sequer, uma tosse. Apenas o tilintar das xícaras de café. Jair Bolsonaro mira o relógio e decreta o assunto como “esgotado”. A palavra final da reunião do dia 5 de julho de 2022, a tal de “dinâmica golpista”, segundo a Polícia Federal, era de um general quatro estrelas. No caso, Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI. Testemunharam a ameaça de ação contra determinadas instituições e pessoas, além de ministros de toda sorte e uma mísera mulher, mais quatro oficiais-generais de quatro estrelas, a maior graduação dos fardados. ... (Leia mais)
7 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
O projeto de afirmação da independência de um Congresso dominado pelo Centrão, que assumisse a primazia sobre os demais poderes, foi originalmente formulado por Eduardo Cunha em 2015. Era uma reação da classe política centrônica contra a operação Lava Jato, que avançava com o beneplácito do Supremo Tribunal Federal. O Executivo, que a cooptava desde o governo FHC para sua agenda de governo em troca de benefícios de cargos e verbas (o famoso “presidencialismo de coalizão”), revelava-se incapaz de protegê-la de Sergio Moro. Urgia mudar um modelo de governança que deixava o Legislativo refém do Executivo e sujeito aos ímpetos de um Judiciário poderoso. Surgiu assim, nas ruínas do presidencialismo de coalizão, o “parlamentarismo bastardo” do Centrão, desculpado com a promessa de um dia se converter formalmente em semipresencialismo. Dois eram os objetivos desse “parlamentarismo bastardo”, implantado assim que o impeachment de Dilma Rousseff alçou Michel Temer ao poder. Primeiro, ... (Leia mais)
3 de Fevereiro de 2024 | PREMIUM
“Nós estamos treinando o maior exército de mulheres conservadoras da América Latina.” Com esse brado, a senadora Damares Alves marcou o 1º Encontro Nacional de Mulheres Republicanas, ocorrido entre 11 e 13 de dezembro no Complexo Brasil 21, em Brasília. Na plateia, cerca de 450 mulheres — entre deputadas federais e estaduais, secretárias estaduais, prefeitas, vereadoras, coordenadoras, primeiras-damas e potenciais pré-candidatas às eleições municipais de 2024 pelo partido Republicanos — empunhavam bairristicamente as bandeiras de seus Estados. “Ó, Minas Gerais”, “Oh, meu Rio Grande”, “Salve, Salvador”. Algumas chegaram uniformizadas, como as integrantes da caravana da Bahia, que compareceram de laranja. A cor oficial do evento, porém, era o roxo. Mas não o roxo de raiva. O tom geral nas palestras, painéis e oficinas era de aparente moderação: “Chega de briga e de confusão, é hora de unir a Nação”, entoava Damares ao microfone. Uma moderação à direita, visando ao engajamento ... (Leia mais)
31 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
É um jogo de aparências. Os militares fingem que obedecem, os civis, que comandam — e assim o regime democrático vai andando na corda bamba desde 1988. O termo encontrado por Rodrigo Lentz, cientista político, professor da Universidade de Brasília e pesquisador do Instituto Tricontinental, para definir essa relação foi “subordinação dissimulada”. Ele e alguns de seus colegas produziram um relatório para avaliar como o presidente Lula está lidando com isso em seu terceiro mandato. Depois de várias concessões para acomodar a flagrante insubordinação que havia se instalado com os anos Bolsonaro, especialmente no período pós-eleitoral, estamos de volta à normalidade da obediência condicional. “O presidente da República não manda na política militar, na estratégia e no orçamento da defesa, porque tem de negociar o tempo todo em troca da obediência à Constituição”, explica Lentz. Essa tutela decorre, em boa medida, do medo que parte da sociedade tem, justificadamente, de ... (Leia mais)
27 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
No dia seguinte ao Natal, Donald J. Trump compartilhou em sua conta na rede Truth Social uma nuvem de palavras. Ela era fruto de uma pesquisa do Daily Mail, que havia perguntado a potenciais eleitores americanos o que os prováveis presidenciáveis, Trump e Joe Biden, querem de um eventual segundo mandato. (Tanta condicional é porque o voto é facultativo, indireto e ambos ainda precisam ganhar suas respectivas primárias no Partido Republicano e no Democrata.) Bem no centro, ampliada e em vermelho, estava a palavra “revenge”. “Power” aparece adjacente, quase do mesmo tamanho, em laranja-Trump. “Dictatorship” e “dictator” também estão por ali. O post não tem legenda, mas o ex-presidente não é de publicar nada de que não se orgulhe. Ele estava se gabando. Há algumas palavras em inglês que giram em torno da ideia de vingança. “Revenge” é a mais precisa. “Retribution” é a mais agressiva, quer dizer “punição severa ... (Leia mais)
24 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
A frase do presidente Lula, no relançamento da refinaria de Abreu e Lima, não é nova mas permanece surpreendente. “Tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes e procuradores, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras.” Foi na quinta-feira. Aí, no domingo, o ex-presidente do PT José Genoíno estava numa live do DCM, um site próximo ao partido. À vontade, em um determinado momento, ele pediu o “boicote de empresas de judeus” por conta do conflito entre Israel e palestinos. As duas histórias podem parecer não relacionadas. Mas são. Dizem muito sobre como o PT constrói sua ideia de como o mundo funciona. E, por isso mesmo, é preocupante. Teorias conspiratórias não têm uma estrutura característica que se repita de forma que dê para disseca-las assim. Mas sabemos um bocado sobre elas. Elas ... (Leia mais)
20 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
A essa altura do campeonato você já deve estar convencido de que a Inteligência Artificial, apesar do nome equivocado, é a nova revolução tecnológica capaz de provocar mudanças maiores que o advento da internet, do celular e até mesmo do computador pessoal. Acredite, IA não é uma moda passageira. Por que termo equivocado? Inteligência artificial tem tanto a ver com inteligência quanto “sabor artificial de morango” tem a ver com morango. No frigir dos dados, a IA não é nada mais que a velha e boa estatística aplicada a matrizes de dados gigantescas e estabelecendo relações entre esses dados a uma velocidade quase instantânea. O ser humano tem essa necessidade de antropomorfizar tecnologias. O computador na década de 1950 era o “cérebro eletrônico”. Os Grandes Modelos de Linguagem (LLM) de hoje são a “Inteligência Artificial”. Muita gente não gosta do termo. A Apple, por exemplo, prefere usar Aprendizado de Máquina ... (Leia mais)
17 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
Imagine um vulcão em erupção. A lava, os gases, os detritos, a destruição emergindo em diferentes estados, com violência, ainda que lentamente. É essa metáfora que o cientista político Marco Aurélio Nogueira escolhe para abrir seu novo livro, A Democracia Desafiada. A de múltiplas frentes de ataque a um sistema democrático que já não atende mais os anseios das pessoas, sobrecarregadas e assustadas com a velocidade e a intensidade das mudanças nas interações sociais, nas relações de trabalho, entre países, entre grupos. Nogueira reúne essas transformações todas num único conceito: o de hipermodernidade. “É como se a humanidade tivesse recebido uma dose mais forte de modernidade na veia”, ele explica. A consequência é uma vida acelerada e fragmentada, em que consensos e pactos sociais ficam virtualmente impossíveis de se alcançar. E quem sofre é a democracia. Professor aposentado da Unesp e articulista do Estadão, Nogueira admite que não se interrompe ... (Leia mais)
13 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
Houve um tempo em que gordura era vista como sinal de saúde, daí a eterna preocupação das avós com a magreza dos netos. Mas há décadas sabemos que isso não é verdade. O excesso de peso – especialmente a obesidade, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) está acima de 30 kg/m2 – está associado a uma série de outras doenças, como diabetes, hipertensão, problemas vasculares etc. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela é uma doença em si e não para de se disseminar. Entre os brasileiros, 22,4% têm IMC maior que 30, segundo a pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde. Nos EUA, a situação é ainda pior: 41,9% dos americanos têm obesidade. Ao mesmo tempo, poucas vezes tivemos tantas ferramentas para combatê-la. Desde a década de 1960, são feitas cirurgias bariátricas no país, com a popularização do procedimento a partir dos anos 1990 – ... (Leia mais)
10 de Janeiro de 2024 | PREMIUM
Por que afinal a proposta de uma CPI da Câmara de Vereadores de São Paulo, que, de acordo com declarações repetidas do seu proponente, visa o padre Júlio Lancellotti, pode ter parecido uma boa ideia aos seus signatários? A resposta óbvia é que o proponente e os demais vereadores que assinaram o requerimento da CPI calculam faturar eleitoralmente com o bolsonarismo paulistano, recurso ainda abundante e uma potência eleitoral considerável. Dessa perspectiva, mexer em ONGs, atacar os “defensores da bandidagem” ou constranger o “padre comunista” não seria um gasto de capital, mas um investimento. Devem estar contando com a rentabilidade dessa estratégia para garantir mais um mandato em uma eleição que ocorrerá em apenas alguns meses. Naturalmente, aquele que propõe uma medida dessa envergadura acredita que se garante na contagem de votos na casa legislativa. Afinal, não é algo trivial sugerir uma CPI para atacar uma pastoral católica que atende ... (Leia mais)